Prólogo

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Todas as grandes estrelas, um dia, já foram mais uma minúscula fatia do mar cósmico. Como nós, que um dia éramos mais 6 dentre quase 8 bilhões, atualmente somos motivos de euforia pública. Entretanto, mesmo essas estrelas, que um dia trouxeram luz a muitos, estão fadadas a perderem seu brilho; pois a "chama" que dentro delas queima, há de se extinguir, mas... será mesmo esse o fim?

Era inverno, por isso que mesmo com o aquecedor ligado, estávamos todas agasalhadas. Miyeon, aparentemente ainda com frio, agarrou-se no braço direito da Shuhua, que estava a seu lado no sofá e, estava a quase 5 minutos olhando pro nada.

- Ei, Shuhua, impressão minha ou você faz essa cara de idiota de propósito? - disse Miyeon.

Instantâneamente, Shuhua arregalou os olhos e olhou para Miyeon. Uma estranha sede de sangue tornou-se perceptível naquele momento.

- Bebê, já ouviu falar a frase: Todas aquelas que dizem que Shuhua é idiota não vivem para contar a história? - perguntou Shuhua. Eu ainda me impressionava com o tipo de cara que ela fazia ao dizer esse tipo de coisa, pois sua expressão facial permanecia impecável e inalterada.

- Não. - respondeu Miyeon.

- É, nem eu. E não agarre mais em meu braço, está me achando com cara de aquecedor?. - Continuou Shuhua.

Pode não parecer, mas a Miyeon era muito apegada na Shuhua, mesmo dizendo aquele tipo de coisa. Apenas ela conseguia fazer com que a Shuhua perdesse sua postura de abobada. Deve ser por esse motivo que a Miyeon falava aquele tipo de coisa.

Soojin, como comumente acontecia, estava na cozinha preparando algumas coisa para comermos. Ela insistia em fazer isso após os shows, era a forma dela de nos agradecer, mesmo que não precisasse. Minnie estava junto dela, aparentemente a ajudando, mas se ela estava realmente ajudando ou só atrapalhando, eu não consigo dizer.

- Yuqiiii, vamos numa loja de conveniência comigo, preciso fazer uma comprinhas. - sussurrou Soyeon no meu ouvido, colocando seus braços ao redor do meu pescoço.

A Soyeon sempre fazia isso, aparecia do nada atrás do sofá para sussurrar algo no meu ouvido. Sempre penso que deveria ter demonstrado que eu não ligava dela fazer isso, invés de ter minha reação habitual.

- Aaaaa. Quer me matar de susto? E por que você não vai sozinha? - Era sempre assim, primeiro o pulo do susto e logo após um grito.

- É que eu gosto da sua companhia, Yuqi. - disse ela, suavemente.

Ela sabia como me comprar. Se eu fosse dizer um ponto fraco meu, não diria 'o que', mas 'quem'.

Saímos do hotel, localizado no centro de Seoul, uma região razoavelmente 'nobre' da cidade. Não tinham muitas pessoas andando por ali, devido ao horário, já que eram mais de 3 da manhã. Adamos 4 quarteirões e finalmente chegamos na conveniência que a Soyeon queria ir. Eu ainda não sabia o porquê dela decidir ir tão longe. Ao entrarmos, decidi perguntá-la o que ela veio comprar.

- Não vejo necessidade em responder, pois você logo veria, mas já que perguntou... - Soyeon virou em minha direção, deu um leve pulinho, se aproximou do meu ouvido e disse com uma voz provocante que me fez arrepiar.

- Absorvente.

Ela se afastou. Eu permanecia imóvel. Ela sorriu e disse:

- E um pouquinho de chocolate.

- Vo_Você não cansa de me provocar, né?

- HEHE

Mesmo com tantas provocações, eu não conseguia mandar ela parar, pois acreditava que era a forma que ela achou de se aproximar de mim com tanta facilidade e de maneira tão descontraída. Mais tarde eu descobriria que havia tomado a escolha certa.

Alguns minutos se passaram, estávamos voltando para o hotel. Dei a ideia de comprarmos um picolé numa outra loja pela qual passávamos pela frente.

- Se quer tanto assim ficar resfriada, vai lá. - Ironizou.

- Não precisa responder assim...

Eu abaixei levemente a cabeça, e enquanto passávamos pela entrada de um beco vazio. Senti alguém puxando bruscamente meu braço. Fui jogada no muro e bati levemente minhas costas. Ao olhar para minha frente, vi que tinha sido a Soyeon. Ela estava próxima. Podia ver claramente todos os detalhes do seu rosto. Os fios de cabelos pretos caídos em sua testa. Seus olhos castanhos. Seus cílios, que embora pequenos, me faziam perseguir seu piscar de olhos. E seus lábios rosados e suaves. A respiração dela fazia parecer que ela estava nervosa.

- Soyeon, o que vo-

- Ei, Yuqi. Como você se sentiria se eu fosse embora? Ficaria triste? Solitária? - perguntou ela. Sue olhar continuava a penetrar o meu.

- Por que isso do nada?

- Só perguntando...

- É claro que eu ficaria triste e me sentiria solitária. Afinal, quem ia ficar me pertubando a cada 5 minutos? - respondi.

- É claro que ia, né? Me fala outra coisa... Você me ama?

Por alguns segundos eu fiquei imóvel. Mas, desistindo de pensar muito, eu a beijei. Podia sentir seus lábios quentes e suaves. Segurei a sua mão esquerda, um pouco trêmula, com a minha mão direita. Ela pôs sua mão direita no meu rosto; estava fria, mas eu não reclamei. Pouco a pouco nosso beijo foi se tornanda mais e mais intenso. Eu estava dando o melhor de mim, passando meus sentimentos o máximo que eu podia, sem nem usar sequer uma única palavra.

Retornamos ao hotel e nos deparamos com todas as 4 nos aguardando na mesa de jantar. Soojin nos disse para lavarmos as mãos e irmos jantar. Comemos e depois conversamos. A comida da Soojin estava deliciosa como sempre. Os cupcakes da Minnie nem tanto, pois estavam um pouco queimados, mas comemos da mesma forma. Dormimos todas juntas no tapete da sala. Dividi meu cobertor com a Soyeon e por isso não fiquei com frio. Horas depois eu acordei. As outras continuavam dormindo, exceto pela Soyeon. Procurei por todo o quarto do hotel e também pelo refeitório. Sem resultado. Liguei para ela e depois para nossa empresária. Sem resposta. A Soyeon havia sumido.

No dia seguinte a nossa empresária nos disse que entraríamos em um hiato por causa do sumiço da Soyeon. Fomos cada uma para um lugar diferente do país, para evitar mais surpresas enquanto a situação não era resolvida. Nos primeiros dias, nós nos falávamos toda noite por chamada de vídeo, porém as meninas, uma a uma, pararam de dar notícia. Quando me dei conta, eu estava sozinha... DE NOVO!

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Eu abri meus olhos, mas não consegui enxergar coisa alguma por causa do escuro. Eu estava de pé, mesmo tendo acabado de acordar. Uma luz se acendeu. Meus olhos doeram, mas logo se acostumaram com a luz. Eu estava, aparentemente, em uma sala, mas, para todas as direções que eu olhava, estava tudo branco... e vazio. Havia apenas uma coisa naquela sala em branco. Eu acho que é um quadro, mas não tenho certeza, pois um pano preto está cobrindo ele e tudo que consigo ver são as molduras lisas e douradas. Eu removi e pano e me espantei. Era um espelho. E no reflexo estava a eu... de 5 anos atrás.

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