Capítulo único

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Ochako terminou de digitar o último relatório do dia e suspirou. Já estava cansada de todo aquele trabalho administrativo, era um saco ficar o dia todo sentada, apenas digitando relatórios e mais relatórios. Com um sorriso orgulhoso por acabar o trabalho, a morena desligou o computador e se levantou com dificuldade. Passou a mão carinhosamente pela enorme barriga de gestante de quase nove meses, sorrindo sozinha.

A morena vagarosamente foi até o seu armário, pegando suas coisas sem pressa. Sabia que não adiantava tentar ser rápida, pois ela não conseguia mais ser tão ágil quanto antes, mas ainda era atenta. Ochako ouviu passos se aproximando desde que passou pela porta de entrada da sala dos funcionários. Curiosa, tombou a cabeça para o lado, para conseguir ver pela lateral da portinha do armário quem se aproximava. E não poderia ficar mais feliz e abrir um sorriso maior.

— Katsuki!

— Oi, meu amor — ele a cumprimentou carinhoso, lhe dando um leve beijo nos lábios. Então ele se abaixou, colocando as duas mãos na barriga dela e depositando um beijo ali também. — E aí, campeã!

— Ou campeão. — A morena arqueou a sobrancelha. — Ainda não sabemos.

— Maior palhaçada essa sua ideia aí de não querer saber até a data do parto. — Ele revirou os olhos. — Mas eu sei que vai ser uma menina! E vai ser a melhor em tudo, como os pais foda dela.

— Menos, meu bem. — Agora foi ela quem revirou os olhos, voltando a terminar de ajeitar suas coisas dentro da bolsa e fechando seu armário. — A criança nem nasceu ainda.

— Ah, fala sério, Ochako! Tem como um filho nosso nascer menos do que foda?

— Eu prefiro nem responder. — Ela riu.

— É porque não tem, oras! — Ele ainda tentou discutir, mas ela lhe lançou um olhar mortal, que o fez acabar com o assunto no mesmo instante. Tinha que admitir que as olhadas bravas dela estavam ainda piores na gravidez. — Então, podemos ir? — Ele pegou a bolsa da mão dela.

— Podemos sim! — Ela começou a andar em direção à saída, parando para se despedir de quem ainda estava ali. — Tchau, pessoal. Até amanhã!

— Até amanhã, Uravity! — os colegas de trabalho responderam.

O casal entrelaçou os dedos das mãos e saíram andando em direção ao carro. Eles nem moravam tão longe assim da agência, mas Katsuki não gostava da ideia da esposa se esforçando demais durante a gravidez. Ele nunca havia a achado frágil nem pensado nela como alguém que precisa ser protegida ou coisa parecida, mas desde que Ochako anunciou a gravidez, ele tem sido muito mais cuidadoso do que costumava. Isso às vezes até causava algumas leves discussões, mas a morena compreendia que ele só queria a deixar segura e confortável.

O caminho pra casa foi silencioso, apenas algumas trocas de sorrisos e carinhos. Ao chegar, Ochako foi direto tomar um banho. Mesmo não estando tão suada, ela ainda gostava de manter aquela rotina de quando saía em campo. Por vezes, Katsuki a acompanhava no banho, mas ele havia prometido para ela que faria a janta naquela noite.

Em pouco tempo, a morena já estava de banho tomado e trocada. Enquanto esperava o marido terminar o jantar, resolveu ir ao quarto do bebê. Ela gostava de passar um tempo ali, relaxando e imaginando como seria depois do nascimento. A morena adentrou o ambiente, abrindo a janela e se sentando numa poltrona que havia num canto, ao lado do berço. Deitou um pouco o encosto e abriu a parte de baixo, onde poderia esticar as pernas e relaxar melhor.

Fechou os olhos, prestando atenção ao que estava ao seu redor. Dali, podia ouvir Katsuki preparando o jantar enquanto passava alguma coisa aleatória na televisão. Da janela aberta ao seu lado, uma leve brisa entrava e deixava o quarto mais fresco. Aos poucos, começou a sentir suas pálpebras pesando, dificultando sua vontade em querer abrir os olhos. A única coisa que a incomodou foi o molhado da poltrona. Espera, molhado?

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