Adeus Lucas

12 1 0
                                    

Nós dois sabemos que meu passado fala por si
Se você não acha que fomos feitos um pro outro
Por favor, não deixe a história se repetir

It's you – Ali Gatie

Já é bem tarde, e sinceramente já é muito tarde em todos os sentidos. O Lucas precisa entender que nosso tempo se esgotou e que não existe mais nós, tudo mudou. O Lucas precisa compreender! Já se passaram dois meses que eu terminei com um garoto que esteve comigo em minha pior fase. "Ingrata" foi a palavra que soou repetidas vezes em minha mente. Mas, espera. Ninguém deve manter um relacionamento só por gratidão.

— Novamente esse assunto. — Resmungo enquanto abro os olhos e encaro o celular.

— Sim Lucas. Sinto a sua falta. Contudo, isso não quer dizer que devemos namorar. Estou cansada, entende? Eu não quero estar namorando. Quero a minha liberdade, que é o que você não compreende. O fato de ir a um evento não significa que vou te trair. Estou cansada de me explicar. O nosso relacionamento acabou! Não tem volta. Sinto muito, fomos muito felizes, porém, não vou mais me podar para manter um relacionamento.

Mensagem enviada.

Eu não devia, no entanto, sinto o meu coração acelerar, no fundo, ainda amo o Lucas, mas, não dá.

O Lucas visualizou, e pelo visto nem vai me responder. Sinto uma imensa vontade de chorar, é melhor que seja assim. Por muito tempo adiei esse fim por medo. Agora, apesar de triste sinto a liberdade entranhada em mim.

Desliguei a tela do meu celular e coloquei o aparelho sobre o móvel ao lado da cama, me virei de flanco e permiti que todas as minhas lágrimas escorressem. Adormeci chorando e acordei bem mais aliviada.

Ainda na cama chequei o meu telefone, o Lucas me bloqueou. Quer saber! É melhor que seja assim. Larguei o aparelho e fui cuidar da minha vida, às sete e meia da manhã lá estava eu passando pelo portão do colégio.

Hoje o dia está tão bom, apesar de tudo sinto que alguma coisa boa vai acontecer.

— Bom dia, Bia! — Lá vem ela, toda feliz. Retribuo com um sorriso a saudação de Júlia.

— E aí, tudo bem? — Pergunta Júlia sorridente enquanto envolve seu braço em meu pescoço. Júlia realmente levanta o meu astral.

— Claro que sim. — Respondo, todavia, não tão sorridente quanto a sarada ao meu lado.

— Miga... — Júlia me olha doce.

— O que é cabeçuda?

— Ei! — Exclama Júlia as gargalhadas.

— Vai... fala o que aconteceu? Essa carinha não me engana.

— O Lucas... Tentou voltar ontem.

— E você? — Questiona ansiosa com os olhos arregalados.

— Não voltei. Você sabe que... não estou nem um pouco interessada em continuar amarrada ao Lucas e sei lá, ele não é nada parecido comigo. Entende... sou muito mais aberta que ele. Fim! Acabou! Cansei! — Afirmei decidida.

— Isso aí Bia! É assim que se fala. Ih! Olha só quem está entrando na sala.

— Senhora Mégara. — Completei entediada.

— Isso mesmo...

Buscamos por nossos lugares. Fazemos parte da galera do meio e bom, todos estavam agitados até Mégara nos olhar severa.

— Gatinha...

Essa não... o idiota da turma está bem atrás de mim.

— Ou palhaço! Vai procurar um circo! — Interveio Júlia com sua ignorância muito bem-vinda.

Beatriz Minha PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora