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Aviso ao leitor

Esta é uma história de autoajuda e superação. Portanto, esse livro passa por temas sensíveis como morte, depressão, alcoolismo e violência dentro de casa, traumas de infância etc.

O que pretendo entregar através da história é o entendimento de que toda dor emocional pode ser curada, desde que se permita a isso. Dessa forma, a mensagem final é positiva e construtiva, entretanto, se algum desses temas pode causar-lhe mais mal do que bem, por favor, não leia. Procure ajuda, não se deixe sozinho nessa, você nunca estará.

"Se você está quebrado, você não tem que permanecer quebrado." — Selena Gomez.

Me encontro, neste momento, de frente a uma porta que pode mudar tudo

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Me encontro, neste momento, de frente a uma porta que pode mudar tudo. Uma batida pode ser a diferença.

Porém, antes de qualquer coisa, eu preciso me apresentar.

Meu nome é Emily Green, tenho 22 anos e moro em Manchester, no estado de New Hampshire, nos Estados Unidos. Contudo, não sou nascida aqui. Nasci em Concord, a capital do estado. Manchester é a maior cidade, então as pessoas geralmente acham que é a capital. É como pensar em Los Angeles e Sacramento, na Califórnia.

Se tiverem paciência, contarei tudo o que aconteceu para que eu resolvesse estar aqui, prometo não me alongar demais. Bem, vamos lá!

A primeira lembrança que tenho é da água

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A primeira lembrança que tenho é da água. Quando nova, eu nadava. Meus pais, Olivia e William, me inscreveram em aulas de natação aos três anos. E eu amava.

Eles também nadavam. Entretanto, faleceram em 8 de junho de 2002. A vida às vezes pode ser extraordinariamente irônica. Como nadadores profissionais poderiam morrer afogados?

Nesse mesmo dia, em 1990, meu pai arriscou a vida para salvar minha mãe. Então, 12 anos depois, minha mãe daria sua vida para tentar salvar a de meu pai.

Nenhuma autoridade soube explicar o que aconteceu exatamente. Se algum animal puxou meu pai para baixo, se ele se prendeu em alguma coisa, se algum redemoinho se formou na água. Só sabemos que minha mãe tentou ir atrás dele, mas não conseguiu voltar.

Os corpos foram encontrados no anoitecer daquele dia. Eles foram enterrados juntos. Pouco tempo depois, após a venda de minha primeira casa, fui morar com minha avó materna, Theresa. Ela era minha única família presente. Minha mãe era filha única e meus tios por parte de pai moravam longe, não tínhamos muito contato.

Eu não me lembro de muita coisa daquela época. Mas lembro de quando conheci Claire, minha nova vizinha. Ela tinha a minha idade e fui transferida para a mesma escolinha que ela.

Nem preciso dizer que nos tornamos grandes amigas.

Eu voltei a fazer natação dois anos depois, tinha acabado de completar seis, só que nunca mais senti a mesma coisa. Não era mais divertido. Vovó me encorajava, mas eu não conseguia deixar de imaginar a cena de minha mãe gritando e, logo depois, mergulhando.

Larguei as aulas poucas semanas depois que entrei.

Minha avó era incrível para mim, uma excelente cozinheira, sempre fazia sobremesas deliciosas. Eu e Claire nos esbaldávamos. Ela já havia aposentado e complementava a renda com encomendas de bolos.

Theresa era a melhor avó do mundo, fez de tudo para que eu me sentisse amada e feliz. Ela foi minha avó, minha mãe, meu pai e minha amiga, tudo em uma só. Eu sabia de seu esforço, mas não conseguia deixar de sentir falta dos meus pais. Eu os amava tanto. Cada ano, em homenagem a eles, eu e minha avó íamos ao túmulo deles e levávamos as flores favoritas de minha mãe.

Ela sempre amou rosas vermelhas. Meu pai sempre a presenteava com um buquê, nem precisava de data especial. Às vezes, era uma segunda-feira comum e minha mãe era surpreendida com um jarro imenso cheio de rosas na cozinha.

Essa era uma das melhores partes de papai: ele gostava de fazê-la feliz. Eles tinham um casamento invejável. E eu era a criança mais feliz que existia. Contudo, como eu havia dito, não era mais a mesma coisa sem eles. E eu me sentia mal por sentir aquilo. Me sentia ingrata, pois tinha uma avó sensacional e uma amiga incrível. Então nunca cheguei a comentar sobre meus sentimentos com vovó por medo do que ela sentiria. Por medo de magoá-la.

Com o passar do tempo, aquele sentimento foi me tornando mais retraída e tímida com pessoas que eu não tinha muito contato. Nunca tive muitos amigos porque detestava me sentir vulnerável. Criei uma casca ao meu redor para me manter segura. No fundo, eu sabia que aquilo não me ajudaria, mas achava que não havia outra opção.

Love Myself AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora