— Tae?! — Jungkook olha espantado para o namorado. Eles estão com a mesma expressão: tristes, com medo, desesperados. Mas pelo menos um pingo de esperança surgiu quando se viram.
— Gguk... eu... eu estou com muito medo — Eles se abraçam novamente — Eu achei que não ia mais te ver — Soluça por conta do choro
— Agora o que importa é que você coma. Faz quanto tempo que está sem comer?! — Pergunta puxando sua mochila para perto e abrindo uma tigela com arroz e vegetais.
— Eu não sei. — Ele pega aquilo e começa a comer com a mão, não conseguiu esperar pelo talher. Se sente muito melhor agora.
Jungkook o olha preocupado
— Quer também? — Pergunta com a boca cheia
— Não. Pode comer tudo — Ele se arrasta até ficar ao lado do Tae. Mesmo com a ansiedade ainda tomando conta do seu peito, nunca se sentiu tão aliviado, e o Taehyung sente o mesmo.
Nisso passou-se quatro dias, e Seoul já era de domínio sul-coreano novamente
30 de setembro
— Gguk! — Taehyung o chama. Ele ainda está meio fraco e com machucados, mas nem se compara, já se sente renovado
— Hm? — Ele vai até o namorado.
Eles estão na casa da mãe do Jungkook, que felizmente não presenciou a guerra, já que tinha fugido para Busan com a família do Taehyung.
O Kim só não foi para o hospital porque estava lotado de soldados em condições ainda piores que a sua, e ele teve empatia o suficiente para se curar em casa. Sem Jungkook, nada seria possível, até que provavelmente estaria morto agora
— Como foi sua missão?
— Foi fácil, Tae. Mais do que eu imaginei. Nós nos encontramos com um tenente sul coreano que também estava em missão de espionagem. Ele estava guiando os norte-coreanos para o ataque e enviando todas as informações para o Syngman Rhee
— Eu fico muito muito feliz em saber disso. Você não sabe o inferno que foi esses dias aqui no Sul.
— Que bom que se livrou disso, meu bem — Jungkook deixa beijinhos na bochecha e testa do Tae, que sorri
— Parece que toda a dor sumiu quando eu te encontrei. Estava morrendo de saudades
— Eu também. Não teve uma noite sequer que não fiquei rolando na cama pensando em como você deveria estar agora. Felizmente a guerra está indo bem para nós agora.
— É, mas ainda tem gente morrendo. Eu ainda não vi o Yoongi depois que eu desmaiei. Eu lembro que ele estava desmaiado, levaram ele e mandaram eu ir para meu posto. Mas eu apaguei, e o resto você viu. Eu acho que me abandonaram
— A guerra é uma maldita, tratam vidas como máquinas de assassinato... e sobre o Yoongi, Tae, ele morreu
— Quê?! — Os olhos do Taehyung marejam — Não pode ser.
— E ele não te abandonou, eu acho que ele ficou te protegendo até o fim.
— Eu não consigo acreditar — Ele volta a chorar muito
Jungkook não diz nada, apenas se senta na cama e o abraça de lado, dando todo o apoio do mundo.
...
29 de julho, 2020
— Aí a guerra acabou, vovô?
— Ainda tiveram umas guerrilhas entre 1951 e 1953, mas nada comparado. E então foi assinado um tratado de paz no dia 27 de julho de 1953, aí a guerra oficialmente acabou — Jungkook diz para seus dois bisnetos
— A nossa sorte, por incrível que pareça, foi que o Gguk teve uma missão importante, então não foi chamado de volta para o fim da guerra, e eu me machuquei feio, então também não me chamaram — Taehyung sorri
— E que fomos morar em Busan, lá foi um dos únicos lugares onde não teve guerra
Desde então esses dois tiveram paz, conseguiram sair do armário para o mundo aos poucos, e adotaram três filhos.
— Aff, eu queria poder conhecer o Yoongi — Minseo, seu bisneto, diz
— Eu também — Moon, sua bisneta, concorda. Eles são gêmeos.
— Ele era uma pessoa muito boa. Também queria que pudessem ter conhecido ele. Ah, seus avós ainda chegaram a conhecer o tenente Seunghyun.
— E o tenente Daesung veio para a Coréia do Sul depois de um ano. Descobrimos que ele era sim Norte Coreano — Jungkook ri — Ele foi subornado e traiu a pátria, mas graças a isso estamos bem agora.
— Não gostei do Seunghyun...
— Ah, ele era legal, Moon. Ele só agia assim porque era necessário — Taehyung diz — E o tio Kyungsoo?
— Ele é legal. — Ela diz sorrindo, e Minseo concorda
— Que tal assistirmos um filme agora? Essas histórias não devem ser tão interessantes para as crianças
— Acho que estou precisando ver um filme de comédia — Jungkook diz e ri — Até hoje fico arrepiado com essas lembranças
— Mas pelo menos está tudo bem agora. Vamos assistir o filme "As Branquelas" então, o clássico! — Taehyung diz otimista e dá um beijo na cabeça do Jeon, indo até a cozinha para preparar a pipoca
— Eu achei interessante — Moon cochicha pro Jungkook, e Minseo concorda
...
Esses dois tiveram uma vida muito bem vivida. Aproveitaram o máximo possível após o reencontro, e até hoje são felizes.
Eles chegaram a fazer palestras sobre a guerra quando eram mais novos, e ganharam reconhecimento por um tempo.
Mas pararam justamente por não gostarem de lembrar disso tudo, já que causava um sentimento angustiante.
Faz 67 anos que a guerra passou, e até hoje sonham em esquecer daqueles três anos que passaram.
Mas pelo menos se apoiaram e ficaram juntos até o fim.
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Oi, gente!! Essa história foi a mais educativa que já fiz kkkkkkk
As fontes que usei pra estudar a guerra estão na info da fanfic.Vocês gostaram?? Ela foi mais curta que o comum, mas espero que tenham aproveitado a leitura.
A ideia surgiu do nada na minha mente "E SE EU FIZER UMA FANFIC SOBRE A ÉPOCA DA GUERRA DA COREIA???!??" KKKKKKKK
Eu queria ter feito mais romancezinho, mas acabei separando eles no meio da história, perdãoooo. Mas pelo menos eles se reencontraram :,)Obrigada por lerem minha bebê até aqui ❤️❤️
Edit 1: Fiz um artigo sobre a Guerra da Coreia para a faculdade (eu estudo Relações Internacionais) e graças à essa fanfic, tirei 10 na introdução e 8 no desenvolvimento, foram doze páginas no total, aaaaaa.
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War ( Kth + Jjk )
Fanfiction|CONCLUÍDA| Era 1950, época de Guerra Fria, e as Coréias estavam prestes a entrar em guerra. Vários jovens foram alistados para lutar em prol do seu país. Eles sentiam medo e desesperança, porém ainda haveria a possibilidade de um final feliz, mes...