I - あなたがいなくて寂しいです

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- O que vai acontecer com a nossa amizade quando o grupo acabar?

Essa pergunta pareceu tão distante quando Wonyoung a disse no backstage de uma performance de La Vie En Rose, na época só possuíamos essa música e um sonho de sucesso, tentávamos evitar assuntos como esse.

- O que vai acontecer conosco? Eu tenho certeza que vou voltar pro Japão, provavelmente a Kkurachan e a Hiichan também, sera que conseguiremos nos encontrar com as agendas sempre cheias?

- Wonyoung, Nako! Por que do nada esse assunto? Achei que aproveitariamos o momento. - Eunbi deu uma bronca nelas com elas com um sorriso no rosto e se sentou ao meu lado no sofá.

- Eu sei unnie, só acho que nós deveríamos fazer algo pra nunca perder contato.

- Que tal cartas? Em casa podemos escrever cartas pra todos os membros e só abrirmos quando estivermos separadas. Como no produce. - Chaeyeon, como sempre, tendo ótimas idéias, ideia que eu concordei totalmente com. Todas concordaram.

Naquela época brincavamos sobre o fim de nossa pequena família, mas após Bloom*iz e o susto do quase disband antes da hora, não falávamos mais sobre.

Virou um tabu no dormitório, as cartas ainda estavam guardadas, mas não as entregamos e nem sugerimos a ideia da separação.

Até que o dia finalmente chegou.

2 anos e 6 meses juntas e o disband finalmente chegou, trazendo junto o desespero.

No dia que era suposto nos separarmos Eunbi pegou as cartas de todos e colocou na mesa.

- Cada pessoa tem 11 cartas destinadas a si, eu iria apenas entregar, mas o manager nos chamou para conversar hoje mais tarde, então acho que cada um pode pegar as cartas e ler depois da reunião.

Todas concordamos, o clima estava pesado, um silêncio ficava entre nós constantemente.

Eu sentia muita falta das meninas do AKB48 e mais ainda do HKT48, mas o Iz*one foi uma experiência incrível que eu nunca irei esquecer, sem contar tudo que aprendi no produce 48.

Tudo aconteceu de uma maneira tensa, o processo de trocar de roupa, ir até a empresa e entrar na sala de reunião foi quieto.

Até que nos sentamos em nossas cadeiras e foi como se algo caísse sobre nós, não nos sentaríamos mais lá como um grupo.

Não sei direito em quem começou, mas sem nenhuma palavra todas caímos no choro nos abraçando e lembrando das boas memórias.

Eu achava que a parte cruel do produce era a eliminação, mas não, com certeza é fazer pessoas virarem muito próximas para depois separar elas.

- Mas vocês nem ouviram nada do que eu falei e já estão assim? - Os manageres entraram sorridentes junto de toda a staff se sentando nas cadeiras vazias.

Todas nos curvamos e limpamos as lágrimas, ele apenas riu e negou com a cabeça.

- Bom meninas, analisando a história do grupo temos incríveis resultados. Recordes de vendas e audiência em múltiplos países, um lucro absurdo em venda de álbuns e produtos, um fanbase gigantesca e uma carreira que nunca será esquecida. Uma das maiores girl groups coreanas na realidade.

Olho ao redor da mesa e vejo os olhos de minhas amigas ainda molhados, mas vários sorrisos.

- Com esses fatos em mente, ligamos para a empresa de cada uma de vocês e tivemos uma conversa. O Iz*one poderá virar um grupo fixo.

O choque no rosto das meninas foi impagável, dado alguns segundos para processar o que ele disse, começamos a comemorar extremamente felizes.

Me viro para Chaeyeon do meu lado, ela foi uma das pessoas que mais me aproximei no produce e eu diria que minha melhor amiga no grupo, ver seu rosto com um sorriso enorme, rindo e chorando olhando para mim valeu a pena tudo.

- Isso, isso, entendo a felicidade. - O manager ri pegando de dentro de sua bolsa alguns papéis. - Aqui estão seus contratos, eles tem de ser renovados de tempo em tempo, caso queiram dar para trás, mas em si é apenas assinar e serão por mais tempo Iz*one.

Pego meu contrato e leio algumas partes apenas para ter noção do que estava escrito, pois sabia que toda equipe já havia lido e provavelmente foi aprovado por todos.

- Aqui diz que para entrar eu teria que abrir mão do AKB48. - A voz de Hitomi se fez mais alta aquela hora, ou talvez seja algo de minha cabeça.

Ela mostra para mim e para Nako a página e nos duas abrimos nosso contrato vendo isso escrito também.

- Mas é claro, se vocês são do grupo, são exclusivamente do grupo.

- Podemos ter um tempo para pensar sobre? - Nako diz fechando o contrato e se encostando contra a cadeira.

- Claro, vocês terão algumas semanas, mas não posso enrolar por muito tempo.

- Eu... Eu não acho que posso assinar. - Digo olhando o manager e entrego o contrato de volta seguido de uma reverência.

- Você tem certeza Sakura? Pode me responder depois de pensar.

- Não, eu tenho certeza.

- Kkura... - Viro para o lado e vejo 11 rostos de me encarando, em específico o de Chayeon, que havia me chamado, estava a beira do choro. Ela segurou meu braço como em uma súplica silenciosa.

- Gente, eu amo vocês, demais, mas são anos com aquelas meninas. Foram anos da minha vida que toda vez que me sentia horrível ou chorava, elas estavam ali por mim. Vocês são minha família, mas elas também são, eu não posso abandonar as pessoas com quem passei grande parte de minha vida. O HKT48 me fez quem eu sou e quem sou eu para as abandonar assim?

Vejo muitos rostos a beira do choro e alguns deles com expressões tristes mais serenas, como se entendessem.

- Então vai jogar nossas memórias no lixo no lugar disso. Se não pode abandonar elas, por que pode nos abandonar? - Chayeon me olhou nos olhos falando em japonês comigo, como se falasse algo apenas entre nós, por mais que Nako e Hitomi entendessem.

- Eu não quero fazer isso com vocês, tu não entende o quanto isso me dói, mas eu não tenho escolha. - Seguro em sua mão a olhando nos olhos.

- Sim, você tem escolha, escolheu ir embora. Eu queria entender, juro que queria, mas nunca vou entender alguém que lutou tanto para algo incrível e prefere voltar a vida anterior em que mal era reconhecida como pessoa e sim mais uma do grupo. - Ela se levantou largando de minha mão e me encarou séria. - Você podia ficar por mim ao menos.

Ela se levantou secando lágrimas, não sabia dizer direito se estava irritada ou triste, talvez uma mistura dos dois.

Sem poder falar mais nada, saiu porta a fora me deixando sentada lá com os olhos molhados e milhões de pensamentos rondando minha mente.

Talvez esteja certa, talvez eu estivesse sendo injusta com o que passamos, talvez eu realmente deveria pensar mais sobre o grupo ou talvez não.

De todo jeito minha mente já estava feita.

Eu voltaria ao Japão.

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