Capítulo 35

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O casal ficou de chamego durante um bom tempo, viram alguns episódios da série de advocacia preferida de Gizelly e encheram a barriga de porcarias. Mas mesmo com tudo isso, uma pergunta martelava na cabeça de Rafaella, e a influencer sabia que se resolvesse guardar para si seria ainda pior. Então, entre uma mãozada de pipoca e outra, a mineira finalmente tomou coragem.

- Amor? Eu sei que a gente tá nesse clima gosto e tal, mas eu preciso perguntar uma coisa - Gizelly virou-se para a namorada, preocupada com o tom sério na voz dela. Achava que todas as dúvidas da loira haviam sido tiradas na conversa/DR de horas atrás.

- Claro, bebê. Qualquer coisa- Viu Rafa respirar fundo e encará-la com um olhar tímido. O Que poderia estar ocupando aquela cabeça de 63 centímetros?

- Quando a Marcela começou a te importunar, qual foi a primeira coisa que você pensou? - Foi quase impercetível, mas a capixaba deu um sorrisinho de canto ao ouvir a pergunta. A namorada estava expondo uma insegurança conversando com ela, já era um grande avanço quanto às situações que causaram a discussão naquela tarde.

- Você quer saber se eu pensei em você antes de chamar a Natalie, não é? - Rafa apenas confirmou com a cabeça e baixou o olhar, não sabia se em sinal de vergonha ou de medo pela resposta - No momento em que ela abriu a porta do apartamento eu voltei pra casa da Gabi. Mais especificamente, pra cozinha da casa da Gabi, que foi onde você me segurou até eu parar de chorar, onde você me abraçou e disse que tudo ia ficar bem, onde você escolheu ficar comigo ao invés de ir tirar satisfação com quem tinha me feito mal. Naquela cozinha, abraçada em você, foi o lugar onde eu me senti mais segura no mundo, Rafa - Os olhos verdes levantaram e encararam o par de bolinhas castanhas que explodiam de tanto carinho que possuíam - Eu estava em estado completo de pânico, daí você me abraçou e eu milagrosamente me acalmei, e eu SOUBE que tudo ia ficar bem - Gizelly pegou as mãos da namorada nas suas, e acariciava levemente - No momento que eu vi a cara daquela mulher, eu quis você alí. Quis ligar, mandar mensagem, sinal de fumaça, o que eu conseguisse, tudo pra te ter alí perto de mim, porque eu sabia que com você lá nada me aconteceria - Rafaella sentia lágrimas silenciosas de alívio escorrem de seus olhos, mas não se importava em limpá-las. Ela havia sido a primeira opção, Natalie não ocupava seu lugar na mente de Gizelly - Eu só não fiz, porque eu sabia que não teria desculpa boa o suficiente pra explicar você simplesmente aparecer na gravação, já que pra todo mundo naquela sala você é apenas uma amiga minha- Ouvir aquilo ainda machucava, mesmo que ela tivesse concordado com o PR, mesmo que ela soubesse que Gizelly a amava, era estranho ser apenas a "amiga" aos olhos dos outros. Aquela era a mulher que ela amava, eram amigas sim, mas eram muitas outras coisas além disso - E outra, a sua presença lá não afetaria os flertes da Marcela, a da Natalie sim, já que ela é minha "namorada". Talvez eu devesse ter mandado uma mensagem te avisando o que tava acontecendo, mas eu tava com a cabeça tão cheia e com tanto medo, que nem lembrei. Me desculpa - Percebeu que Gizelly estava se castigando mentalmente pela falha na comunicação, e foi rápida em impedir.

- Eu entendo agora o porquê de você ter chamado ela, e infelizmente era o melhor a se fazer. Ainda bem que Natalie estava livre e conseguiu ir até lá, me lembra de agradecer ela por isso, por ter ajudado a mulher que eu amo quando eu não pude. E desculpa ter cavocado esse assunto de novo, eu tentei deixar pra lá mas realmente estava martelando - Vendo que o clima já estava mais leve novamente, Gizelly deitou sobre a namorada, fazendo-a de travesseiro.

- Eu quero que você saiba que nada vai mudar o que eu sinto por você, eu ter uma boa relação com a Natalie não vai fazer eu me desapaixonar por você de uma hora pra outra, isso é impossível. O meu coração tem dona e ela é você - Rafa fazia carinho nas costas dá namorada, que a encarava com olhinhos brilhantes e que esperavam sua resposta àquela declaração.

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