Deku faz com que Katsuki verta o que não deve ser visto.
Por isso, por isso, às vezes, Bakugou quer apagar a existência de Deku dentro dos outros e escondê-lo só para si, escondê-lo dentro de si. Pois Deku é seu. A experiência única que é Deku é, contempla ele, simplesmente e somente, sua.
Nos dias em que ele sente mais na pele, os dias que se sente exposto como um boneco de pano com o enchimento todo bagunçado e exposto, sem conseguir manter as suas entranhas organizadas, gosta de acreditar que Deku nasceu a partir dele e de suas entranhas, para ele. Um ser com o objetivo de levar Katsuki à loucura, pouco a pouco, pouco a pouco, um passo por vez. O fruto de sua imaginação e, talvez, fraqueza. Até porque, como tal sentimento tão íntimo e surreal pode ser causado por algo exterior a ele?
E tem outros dias, mais lúcidos em seus delírios, nos quais Katsuki quer afundar a mão no peito de Deku, mais, mais, mais, perder-se no vermelho, sentir o calor do seu peito. E quer transgredir o que quer que seja - pele, músculos, ossos - até alcançar e com suas mãos e agarrar o coração saltitante, a prova da vida, da existência separada de Deku. Apertar, marcar, sentindo o batimento, e tempo, o ritmo, e âmago. Segurar, segurar, segurar, segurar até que ele seja só um conjunto de massa mole.
Para depois, ele, com o sangue espalhado dos braços ao solo e pintando sua roupa, pele e sombra, alucinado, colar os dedos molhados vivos na língua e saborear o mel.