Cap. 1: o fim do infinito.

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🌴 aloha.
bem vindes!
leiam com atenção, interajam bastante aqui e na hashtag (#AmordeVeraneio) e não esqueçam de dar amor para ADO!

a playlist de ADO já foi confeccionada e divulgada. para ter acesso, basta ir na minha biografia aqui do wattpad e ler como. é importante escutá-la para apreciar a energia que a obra passa.

tenham uma boa leitura!
obrigado por estarem aqui.

ㅡ Tenha uma boa viagem, senhor Park.

Aquela frase não parecia mais a mesma. Pela segunda vez naquele ano, eu estava escutando aquela bendita frase deixando os lábios da aeromoça responsável pela primeira classe da companhia aérea que era parceiro há anos, pela segunda vez meu estômago estava embrulhando e, pela segunda vez, eu estava suando pelo mesmo motivo em questão.

Não pelo medo de viajar, longe disso. Nunca tive medo de altura e isso era até algo caótico pelo histórico de pavores presentes na família Park. Eu sabia que era o único que me arriscava feito louco naquela família, mas a paixão por escrever e por viver a vida me fazia um completo jovem repleto de adrenalina aos olhos dos tão julgadores seres humanos ao meu redor. Olhar as nuvens diretamente da fonte, estando dentro delas, me dava a sensação esvoaçante de liberdade, sentia-me livre pelo simples fato de voar. Custava caro, certamente. Mas estar longe de qualquer complicação ou frustração sempre foi o sonho de qualquer um; eu sinto isso no ar, no céu.

Mas, eu sentia que, desta vez, seria completamente diferente. Desta vez, levava a frustração e a falta de calmaria diretamente na bagagem, pesando-me as costas já não tão fortes quando comparadas ao jovem de prováveis dezesseis anos que vasculhava o assento ao meu lado, procurando por sua localidade dentro do pássaro de metal. Além dos segredos constantes que me davam dores de cabeça e a família que sentia falta sem esforço, minha mente viaja diante daquele mundo tão colorido que eu sequer pensava que ainda existia. Sabia que, nele, eu já não sobreviveria mais, mas todos sempre me alertaram sobre o quão normal é não ter a mesma inspiração de anos atrás.

Meu destino era Miami. A praia nunca foi o lugar mais aconchegante do mundo na minha concepção, diretamente para mim, meu lar ou qualquer coisa que um projeto de surfista ou talvez família falsamente animada pensariam sobre as águas frias e barulhentas da gloriosa cidade de Miami. O pôr do sol sempre fora aquele que mais me chama a atenção, sem dúvidas. As ondas sincronizadas chocando uma com a outra ou adrenalinas semelhantes que formavam um cenário magnífico diante de câmeras de um fotógrafo apreensivo e esperançoso pela foto perfeita, como aquelas encontradas na área de trabalho de um computador ou celular recém comprados.

Meu incômodo constante com a areia em meus sapatos novos não podia ser ignorado, mas nada que eu não pudesse superar pela simples caminhada em busca da perfeição e amor pela escrita.

Meu amor por escrever surgiu quando muito novo. Aos nove anos, estava transcrevendo meu primeiro resumo de Édipo Rei, um clássico da literatura e que certamente um dos poucos que decidi ler voluntariamente da biblioteca escolar. Um mundo inteiro era escondido naquelas prateleiras, eu apenas não sabia ainda. Com nove anos de idade, apreciei e absorvi as belíssimas palavras da professora Wong sobre como eu sabia abusar da imaginação. Ainda não era craque em dicionário Aurélio básico, mas tinha noção dos requisitos necessários para contar para alguém sobre uma obra um tanto confusa sobre deuses os quais os nomes não são sempre bem vindos em minha mente incansável.

Aos dezessete, estava publicando meu primeiro livro físico para as livrarias de toda a Coreia. Ainda não pensando no mundial e no sucesso que poderia alcançar com toda aquela estratégia arriscada para investir na minha vida profissional. O jovem Park Jimin, de apenas dezessete anos, vendeu apenas cinquenta e seis cópias em um ano. Aqueles que me ajudaram a tornar isso possível não colocaram tanta fé e não recebi todo o apoio que gostaria de ter recebido. Imagina só, um garoto que sequer terminou o ensino médio publicando um livro para mãos extremamente inteligentes e em busca de um bom romance para ler, parecia piada. Talvez tenha sido causa de algumas piadas e discussões as quais prefiro não mencionar, mas as dores de cabeça e noites mal dormidas respondem todas as questões por mim. A alma presente em meu ventre foi inteiramente vendida dentro daquele conjunto de páginas. Desde os pensamentos mais obscuros aos mais lindos foram relatados em menos de trezentas páginas sem interrupções ou imagens.

ALÉM DAS ONDASOnde histórias criam vida. Descubra agora