Um bar
Uma cidade
Um novo amor
e um antigo amor....
São Francisco, em especial o bairro De Castro, sempre serviu como pano de fundo para as vida de de Natasha, Niall e Shawn, tendo como elementos essenciais; brigas; r...
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Natasha fez questão de deslizar o dedo pela tela do celular e visualizar a mensagem que Shawn tinha lhe enviado, apenas para deixar claro que estava o ignorando. Ele fingia que nada havia acontecido entre eles, pedia para ela ajudá-lo com uma planilha do bar. Como se ela fosse fazer algo pra ele, aquela cara de pau deveria ganhar algum tipo de prêmio.
Ela desligou o dedo pela tela de touch e conferiu a outra conversa, a que ela não poderia ignorar. Natasha era bolsista de um projeto de pesquisa na faculdade e tinha recebido mensagens da sua orientadora indicando o local que ela deveria ir no campus. Estava chegando uma nova orientanda para ela, na verdade mais ou menos, era uma aluna da pós-graduação vinda de fora do país que iria passar um ano pesquisando com elas. Margareth, a orientadora, pediu para que Natasha a recebesse e mostrasse o campus da faculdade, a acolhesse. Margareth algumas vezes até parecia humana, ela era uma deusa da microbiologia, mas péssima em relacionamentos interpessoais.
Natasha esperava que não fosse alguma mulher ranzinza e que ficasse com cara de tédio para ela o tempo todo. O último cara que teve que recepcionar foi praticamente assim, além de ser mestre no mainsplanning, sendo que nem da pós-graduação era. A estudante revirou os olhos violentamente durante quase todo o tempo que precisou conviver com o cara. Por favor, que dessa vez seja melhor! É uma mulher, deveria ser melhor, certo?
Ela chegou na frente do prédio que Margareth a falou, deu uma olhada geral. Alguns alunos sentados nos bancos de madeira perto do gramado, e a única coisa que se passava pela sua mente naquele instante era, quem ali tinha cara de Maria Julia? Seus olhos avaliativos encaravam os alunos de olhares tímidos, ela teria que arriscar.
Aquela morena, alta, poderia ser. Natasha nem sequer tinha o sobrenome, o que não ajudava em nada.
-Oi - meio curvada, a loira se aproximou da garota que estava sentada na ponta do banco. -Maria Júlia? - ela tinha aquele olhar esperto e um sorriso no rosto.
-Desculpe, acho que você me confundiu - a garota respondeu, sorrindo sem graça.
Natasha franziu o cenho um pouco envergonhada, e recompôs a postura, sorrindo educada e se desculpando com a moça.
Um limpar de garganta ao seu lado, a chamou a atenção, fazendo a se virar.
-Hum... Olá? - a voz tímida de uma menina que aparentava ter seus vinte anos, ecoou atrás de si. -Sou eu, Maria Júlia.
Um arquear de sobrancelhas foi a resposta de Natasha, sorrindo completamente sem graça diante da situação.
-Ah, olá! - ela alargou o sorriso, sentindo seu rosto aquecer de leve.
O sorriso combinado ao olhar tímido da garota realmente não lhe pareciam de uma estudante de pós-graduação. Porém, alguém deveria ter "cara de estudante pós graduando?". Além de que os olhos puxados e o cabelo bastante liso não eram as características que vinham na mente de Natasha quando falavam de alguém da América Latina. Natasha sentiu vergonha por aquilo porque foi bastante preconceituoso da sua parte, se repreendeu mentalmente várias vezes. Ela afastou seus pensamentos, e esticou a mão pra menina que a segurou, cumprimentando-a.
