CAPÍTULO 2 - Kakashi, Itashi e Hatake

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O gato miava desesperadamente, Willow chorava para lhe fazer companhia e Zaya sentia que seu cérebro estava sendo completamente consumido a cada som que chegava a seus ouvidos, se liquifazendo a cada ruido que invadia seus timpanos como um protocolo de autodestruição.

Aquilo estava um verdadeiro inferno!

A perna do gato preto de olhos amarelos estava completamente quebrada, o cheiro que exalava dele era de xixi de gato e insuportável e, por isso uma das janelas estava aberta, deixando Willow com o cobertor de cabaninha, que chorava por não ver as luzes do lado de fora. Zaya fingia que aquilo não estava acontecendo enquanto cantarolava qualquer musiquinha em sua cabeça e virava as esquinas que o GPS mandava para a única clínica veterinária perto dali que estava aberta aquele horário.

A placa branca e verde brilhou para ela há alguns metros de distância e Zaya acelerou um pouco mais, aceitando a multa de trânsito que chegaria por exceder o limite de velocidade e estacionou na vaga em frente a clínica veterinária e saindo do carro de forma desesperada.
Havia um homem parado em frente a clínica, falando com uma senhora com um poodle nos braços. Ele vestia um jaleco branco e tinha uma máscara de pano vermelha de patinhas abaixo do queixo. Ele ergueu o rosto para Zaya assim que ela saiu do carro e o ensurdecedor som de "miado-choro-de-bebê" provavelmente estava chamando atenção.

— O que aconteceu? – perguntou ele desesperado, se apressando enquanto Zaya abria a porta do carro e o veterinário pegava a caixa com o gato e levava para dentro da clínica. Zaya pegou a bolsa e o bebê conforto, tirando o cobertor de cima de Willow que ainda chorava.

— Ele quebrou a pata. – Informou enquanto o seguia.

— O que aconteceu para ele quebrar a pata? – perguntou, mas Willow deu um gritou que a impediu de responder. – Preencha a ficha na recepção. – Pediu e Zaya assentiu, seguindo e colocando Willow sobre uma das cadeiras enquanto parava a frente da bancada da recepção e observava a menina que mastigava chiclete e lhe olhava com tédio.

Ela era estranha, Zaya pode notar, tinha no máximo 1,55m de altura, a franja caia sobre sua testa e os cabelos muito preto, a testa estava suja de tinta, o que indicava que ela havia o pintado recentemente e tinham sido cortados de forma muito, muito errada. Os olhos claros estavam sujos de maquiagem e as roupas pareciam ter sido estilizadas de uma forma horrorosa, no melhor estilo Emo possível.

— Boa noite, clinica veterinária, no que posso ajudar? – Zaya franziu o cenho, se questionando o porque ela parecia estar atendendo um telefone.

— O gato quebrou a pata – respondeu apontando para o corredor a qual o veterinário havia seguido com a caixa do gato berrador.

— E qual é o nome dele? – a menina perguntou com a voz arrastada enquanto digitava algo no computador.

— Gato. – respondeu e a menina ergueu os olhos claros em sua direção.

— Interessante. – afirmou um instante depois, voltando os olhos para a tela do computador. — E como o gato quebrou a pata?

— Eu o atropelei. – Ela voltou a erguer os olhos para Zaya com o mesmo interesse anterior. A garota respondeu com um simples "hm". Willow gritou de novo e ela deixou a recepcionista de lado para voltar-se para a bebê. — Meu Deus! – disse para a menina enquanto tentava colocar a chupeta na sua boca para que ela parasse de chorar, mas não parecia estar adiantando muito — Para de chorar, para de chorar! – Pediu enquanto balançava o bebê conforto para que ela pudesse se acalmar. Não adiantou.

— Além de assassina de gato você é uma péssima mãe. – A recepcionista afirmou, fazendo Zaya ergueu os olhos para ela.

— Eu não sou mãe.

Qualquer Gato Vira-Lata (Desgutação | Em breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora