Capítulo 2

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 Kelly vai embora, e com ela leva a luz.

Não é brincadeira, um dia após ela se mudar acaba a luz. Verifico e parece ser no bairro todo. Estranho. Nem estava chovendo.

Pelo menos foi a noite, de manhã eu estava ocupada mandando currículos para empresas. Agora era cruzar os dedos e torcer por uma entrevista.

Ligo as duas velas que eu tinha, para iluminar o ambiente.

Felizmente a bateria do meu notebook e celular estavam cheias. Olho o horário, 19:30, resolvo esperar até as 20:00 para pedir no ifood.

Estou jogando paciência quando escuto baterem na porta e vou atender.

- Boa noite vizinha. Desculpe te incomodar.

- Oi João. Incomodo nenhum - muito menos com esse corpo quente.

- Eu estou sem bateria no celular, e morrendo de fome. Que tal adiantarmos nossa saída?

- Ou podemos ficar aqui e pedir um ifood. Qual você prefere? - digo pensando que não estava afim de tomar banho gelado para lavar o cabelo e sair.

- No escuro?

- Bom.. Não está escuro. Tem umas velas. - Quem eu queria enganar? - E podemos ver um filme. Tenho baixado da Netflix.

- Hm. Acho que sua proposta venceu. - ele diz e entra na minha casa.

Vamos até o sofá onde pego o celular e abro no ifood.

- Lanche ou pizza? - pergunto.

- Pizza.

- Uma doce e uma salgada?

- Pode ser.

- Eu quero meia estrogonofe e a doce pode ser meia chocolate com morango.

- A outra metade pode ser calabresa. A doce pode ser inteira desse sabor. Ah pede pra pagar na entrega.

- Eu pago essa. Você paga na próxima.

- Então vamos ter um segundo encontro? - fico vermelha

- Vamos ver como você se sai nesse.

- Então é um encontro hoje? - diz convencido

- Talvez.. - sinto meu rosto esquentar mais

- Não precisa ficar sem graça. Mas você fica linda assim vermelha a luz de velas - diz sorrindo

- Obrigada. Você também fica bonito. Ou as partes que eu consigo ver. - ele começa a rir e eu percebo o que eu disse - Digo o rosto!! Porque está com muitas sombras. Não o resto do seu corpo.. - e desço o olhar até o colo dele e volto rapidamente tentando disfarçar.

- Não precisa voltar o olhar. Gosto que me veja com esses olhos castanhos pequena.

- Então.. - tento desviar o assunto - o que você faz?

- Atualmente esperando a volta das aulas. E você?

- O mesmo.

- E você tem pais? Irmãos?

- Ah..- digo desconcertada - Sou sozinha, meus pais faleceram há alguns anos.

- Meus pêsames.

- Já faz um tempo, mas obrigada.

- E tem algum hobby?

- Com a faculdade? Meu hobby estava era sendo dormir - rio - E você?

- Adoro montar quebra-cabeça.

- Quebra-cabeça?

- Sim. Eles aliviam a cabeça, de vez a quebrar. Tenho uma coleção. Você pode ir em casa quando tiver luz que eu lhe mostro..

A campainha toca e peço para ele pegar enquanto vou até a cozinha atrás de copo. Nos acomodamos no sofá de frente um ao outro enquanto comemos e trocamos amenidades.

- Está sujo aqui. - João limpa o canto da minha boca que estava com chocolate

- Obrigada. - sua mão continua no meu rosto.

- Você é linda. - seus dedos escovam meus lábios antes dos seus me tocarem.

Seus lábios me dão um selinho e se afastam me permitindo recuar, caso eu queira. Eu não quero. Me aproximo e o puxo para um beijo de verdade, o qual ele não me nega. Me beija suavemente, como se tivéssemos a noite toda. Eu quero senti-lo e procuro sua língua com a minha. Minhas mãos agarram sua camisa enquanto encosto no sofá e sei corpo vem por cima. Estou quente, diria que até mais que ele. O necessito mesmo que seus gestos sejam suaves e lentos. Interrompo o beijo para tirar minha blusa, e isso parece incentivá-lo. Seus beijos marcam meu maxilar e descem para o meu pescoço, sinto sua respiração nele. Então começam os beijos e pequenas mordidas que mesmo sabendo que vai me deixar marcada me fazem felizes. Até que.. Uma mordida mais forte me faz soltar um barulho de dor. A dor logo é esquecida, pela onda enorme de prazer que me passa. Sinto meu sangue quente correndo pelo meu corpo, enquanto explosões de prazer se passam pelo meu corpo. Seguro seu cabelo e embolo minhas pernas em seu corpo, querendo mantê-lo ali com seus lábios na minha garganta. O meu prazer é tanto que minha visão se escurece e minha única preocupação é não perder esse sentimento de felicidade. Não o quero que se acabe, mas o preto no meu olhar vai avançando até que eu apague com um sorriso no rosto.

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2020 ⏰

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