He's Gone II Everlark UA (VERSÃO EM PORTUGUÊS)

Capítulo Único

Eu abro os olhos e por um momento eu  penso que ainda estou na arena. Mas a arena não tem essas paredes cinzas, quase brancas ou essas luzes brancas que quase me cegam. Isso não é a arena.  

Levanto-me com dificuldade, meu corpo todo arde, principalmente o local onde Johanna me cortou. Johanna... Finnick... Beetee... Peeta!E como se meus músculos nunca tivessem gritando de dor, eu me levanto e procuro algum sinal do loiro ao redor do que agora noto ser uma espécie de enfermaria. Onde ele está? Onde estou? E então é quando tudo começa a fazer sentido.

Estamos na Capital. 

Agora mais do que tudo eu preciso achá-lo. Onde ele está? O desespero toma conta do meu ser e mal percebo quando retiro o soro ligado ao meu braço não machucado e armo com uma agulha qualquer que encontro perto da minha maca. Eu preciso encontrá-lo e matá-lo, essa é a única forma de o proteger do Snow. Saio da enfermaria tentando encontrar o caminho num imenso corredor estreito e branco até que ouço vozes no final deste. Aperto ainda mais a seringa em minha mão, pronta para atacar. E impossível distinguir o que falam, mas dá para perceber que é importante pelo tom alto e apressado das vozes. Estou quase perto de uma porta deslizante quando reconheço os donos das vozes. 

Entro no cômodo abruptamente e eles param de conversar, olhando para mim como se fosse um fantasma. Talvez seja essa a minha aparência depois da arena...

- Katniss!- diz Plutarch Heavensbee sorrindo abertamente e abrindo os braços como se estivesse pronto para abraçar um amigo de infância que não vê há anos. Eu o ignoro.

Finnick está sentado à mesa com a aparência de quase morto vestindo um roupão cinza. Haymitch está encarando o chão, como se não quisesse me encarar enquanto veste um macacão cinza e feio. Beetee estava no canto mexendo em alguma máquina, absorto do que estava acontecendo no cômodo.

- Onde está Peeta? - eu pergunto rispidamente. As palavras saem de minha boca sem que eu as controle. Eles ficam em silêncio.

- ONDE ESTÁ PEETA?- Eu grito e Finnick murmura meu nome com pesar.

- Johanna retirou o seu rastreador para que pudéssemos buscá-la. Peeta ainda está com o dele.

E como se lesse minha mente, Haymitch responde a minha pergunta antes mesmo que possa formular.

- Ele está na Capital. Eles o levaram.

Antes que eu consiga me controlar, voo direto à Haymitch. E entre socos, arranhões e gritos de "Você me prometeu! Você disse que ia salvá-lo!" eu sinto uma agulha perfurar o meu pescoço e rapidamente apago.

                                                                            .....................                                  

 Algumas semanas depois

Peeta. Faz semanas que fui resgatada da arena e Peeta é a única coisa que penso desde então. Penso no que estão fazendo com ele. Penso em como ele está. Penso se ele me culpa como eu me culpo por termos nos separados na arena. Penso se ele ainda está vivo. 

Eu não consigo olhar Haymitch sem sentir um ódio subir no fundo do meu estômago e tomar todo o meu ser. Afinal, é culpa dele que Peeta está na Capital. Peeta pode estar morto e é culpa dele. Ele me prometeu. Nós tínhamos uma promessa, ele iria salvar o Peeta ao invés de mim. Mas ele não a cumpriu. 

O estresse têm feito coisas estranhas com o meu corpo, mal consigo comer sem colocar tudo para fora e ando cansada. Minha mãe diz que é normal depois do estresse de passar por duas arenas, eu digo que é falta de Peeta. Eu preciso do meu garoto com o pão. Por mais que Snow e quase todos ao redor duvidassem de meus sentimentos por ele, eu nunca o fiz. Eu sempre o amei e sempre o amarei. Depois da explosão que levou à morte do meu pai e consequentemente meu amadurecimento precoce, eu dizia que nunca me casaria, que nunca teria filhos, eu não queria ficar que nem minha mãe depois da morte do meu pai. Mas Peeta mudou isso. Depois da primeira arena, eu tive o gosto do que minha mãe e meu pai tinham e algo despertou em mim que nunca pensei que existia. A vontade de estar sempre com ele, não importasse o quê. A vontade tê-lo sempre dentro de mim, de ter seus beijos leves no meu rosto enquanto sussurra que me ama e eu conecto nossos lábios quando chegamos ao clímax juntos. Sempre juntos.