daddy issues (L.S)

two

Oi, voltei com mais um capítulo. Espero que gostem!

I'm a rip-off and it turns you on.

~

Louis e Niall chegam na parte de trás da casa, na qual se encontra a piscina. Em todas as festas de negócios da família eles acabavam no mesmo lugar, onde os demais convidados não tinham acesso.

Eles chegam às espreguiçadeiras e Louis se deita e fecha os olhos suspirando. A noite havia mal começado.

— Já está cansado, Tommo? O Harry deu tanto trabalho assim? — Horan diz sorrindo debochado tirando uma caixinha de metal do bolso e Louis abre os olhos para encara-lo.    

— Ele não deu trabalho porque eu nem conversei direito com ele, Niall, para de me irritar! — Louis fala fechando os olhos novamente.

— Como que não conversou direito, Louis? Você tinha aquele Deus na sua frente e não falou nada? — diz retirando um baseado da caixa e pegando o isqueiro.

— Ele nem se importou que eu estava lá e eu já te falei que nossa relação vai ser meramente profissional, Niall. — o moreno diz enquanto assiste o amigo acender o cigarro de maconha e tragar forte fazendo uma cara de satisfação.

— Relação profissional, hein? Não lembrava que você era tão chato assim. E vai dizer que você nunca ficou com um assistente, colega de trabalho ou sei lá?

— Não? — Louis olha para o amigo como se ele fosse uma criatura estranha, que apenas ri e dá de ombros, lhe entregando o baseado.

— Além de que eu tenho certeza de que ele não gosta de homem. E ele é arrogante. Não falou nada e tratou aquilo como se fosse uma situação cotidiana e a gente não estivesse fingindo a porra de um namoro para os membros da elite londrina. — o moreno diz com uma cara de tédio e traga o cigarro, tentando aguentar o máximo antes de soltar a fumaça para sentir o efeito mais rápido. Longa noite.

— Ele realmente tem cara de arrogante, mas ouvi por aí que é uma pessoa educada.

— É o mínimo, Niall! E a família dele que é bem educada, lógico que ele também seria. — Louis traga mais uma vez e passa o baseado para o loiro que apenas deu de ombros com a sua resposta.

Louis já se sentia leve. Sabia que as pernas estavam tremendo pela diminuição da pressão arterial. A sensação era perfeita. Sentia a mente vazia, com todos seus problemas voando junto com a fumaça saindo de sua boca. Ele sempre aproveitava esses momentos por sentir que tudo ficava mais simples. Não tinha mais pais, mais trabalho, mais barulho, mais medo. Era só Louis. Louis e Niall esvaziando o cérebro e sentindo a sensação do corpo cada vez mais sensível.

Naquele momento, eles tinham pensamentos sinestésicos. Louis, por exemplo, podia jurar que sentia o cheiro de sua avó ao olhar para o azul da piscina. O azul que o remetia aos olhos daquela doce mulher que o admirava. Uma das únicas pessoas que o amou até o último suspiro. O azul também o fazia sentir as ondas do mar de Malibu, onde Louis passou seu último verão e viveu um incrível romance com o filho de um desembargador da casa ao lado.

A linha extremamente tênue entre ter um colapso pela tristeza da saudade ou pelo tesão e necessidade de toque. A droga o deixava dividido. Mas, mesmo com tanto, ainda tinha a sensação de vazio na cabeça, que o fazia sorrir e suspirar leve. Sentia uma espécie de vento passeando por toda sua mente e ele jurava poder sentir toda sua trajetória. Da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Um ciclo.

Niall o olhava maravilhado e sorria. Tudo era engraçado e leve. Eles precisavam daquilo. Eles precisavam da sensação de liberdade sem nem precisar mover um músculo sequer. E, embora parados, tinham a sensação de estarem voando.