pra quem não entender a parte da enfermeira, é uma referência a um livro/filme chamado um estranho no ninho! fala sobre um rebelde num espaço totalmente injusto e controlado, e é muito, muito, muito bom, eu recomendo demais!!! obrigada por ler lukadrien sendo boiolinha, espero que goste!! boa leitura!!!
edit: oi gente, tudo bem?? tô passando aqui pra pedir pra vocês conferirem minha outra fic lukadrien, é uma drabble e chama fingertips, é a mais recente no meu perfil, infelizmente não tem como botar link aqui :( obrigadinha!!!
(...)
— Ridículo! Totalmente ridículo!
Adrien caminhava pela grama mal podada, o cabelo por cortar escondendo a risada que ele tentava disfarçar. Pouco à sua frente, um rapaz mais alto, totalmente emburrado e segurando um cigarro que definitivamente não deveria estar ali, reclamava pelo que o loiro contava como a décima segunda vez naquela manhã.
Suspirando aliviado por finalmente ter encontrado algum ponto que não o faria coçar pelo resto da semana, decidiu se sentar. Se tivesse de aguentar Luka reclamando até o horário do almoço, que o fizesse sentado, pelo menos, para não cansar. Tirou o próprio paletó, sentando-se por cima deste. O moreno fez o mesmo, ainda reclamando.
— Pelo amor de Deus, cala a boca! — riu ao interrompê-lo — Céus, Luka, eu definitivamente me arrependo de ter te apresentado para a Chloé. Você está igualzinho a ela, sabia?
Os lábios rosados se fecharam num bico emburrado. Como uma criança, cruzou as pernas, balançando-as impacientemente enquanto tragava o cigarro pela metade. Ao seu lado, Adrien encarava-o divertido, as sobrancelhas arqueadas como quem definitivamente não ligava pra'quele problema.
Até porque, bom, ele não ligava mesmo.
— Adrien, eles estão nos controlando, isso é censura! É como Um Estranho No Ninho! Já passou por sua cabeça que Damocles é a reencarnação da Enfermeira Ratched?
Adrien bufou, um riso soprado sendo indicativo de que não, ele não podia estar falando sério. Fitou os olhos azuis, revirando os seus próprios ao encarar toda aquela expectativa e questionamento em forma de olhar. Ele estava falando sério, e estava falando sério 'pra caralho.
— Luka, eu... por que você não gosta? O castanho combina com você.
— É medíocre.
A verdade é que Luka Couffaine era um hipócrita. Um maluco que, aparentemente, passou dias demais estudando sobre a revolução, é claro, porque era tudo que aquele lunático conseguia falar. Adrien não sabia quando ou como aquilo aconteceu, mas, ironicamente, o maior inimigo de Luka — que, vejamos só, era filho de um dos maiores políticos da França — era o governo. Era um doido de pedra, completamente insano, o dono de toda e qualquer verdade existente naquele mundo. Mandava os colegas mauricinhos se foder — como se ele mesmo não fosse um — e achava que pintar algumas partes do corpo e fumar maconha escondido era sinônimo de guerra.
Bom, Adrien não o culpava. Tinham dezessete anos, qual outro ato de rebeldia além daquele poderiam cometer?
Naquela manhã em particular, o mau-humor era mais evidente do que o normal. Os cabelos, antes azuis e na altura dos ombros, estavam curtos demais para seu gosto, naquele insosso tom natural de castanho claro. As unhas já não eram pretas, agora carregavam um singelo e delicado cor de rosa, quase um nude — e é claro que ele não parou de reclamar daquilo por um mínimo segundo.
— Veja bem, Adrien, se eu quisesse que minhas unhas fossem nude, eu não as pintaria!
— Faz sentido. — riu, deitando-se no gramado — Eu entendo por que não gosta das unhas, mas... o seu cabelo... você 'tá lindo 'pra caralho, Luka.
— É comum! Eu estou comum demais 'pra esse mundo!
Adrien sorriu. É claro que ser comum não bastava para ele, nunca bastaria. Apoiou-se em um de seus cotovelos, o rosto pendurado na mão enquanto olhava para ele. Luka podia ser comum, medíocre, podia ser qualquer merda que alegasse ser, mas, porra, era lindo. Olhar para ele era como apreciar um diamante bruto, e o loiro achava inevitável não sorrir como uma porra de um idiota sempre que parava para encará-lo.
E, acreditem, ele o encarava bastante. Mais do que poderia contar.
— Eu não pinto meu cabelo.
— É, não pinta. — Luka concordou, também deitado. Um de seus braços estava por trás da cabeça, servindo de apoio, enquanto o outro afastava a claridade dos olhos fotossensíveis.
— Minhas unhas também não.
— Aham, e daí?
— Acho que sou comum, então, não sou?
E, como num passe de mágica, a luz não era mais um problema para o moreno. Os olhos azuis estavam arregalados enquanto encaravam os verdes, a expressão de quem estava abismado era simplesmente indisfarçável. Ignorou o resmungo de dor que o loiro soltou ao sentir o tapa estalado em uma de suas coxas, logo voltando a se deitar.
— Adrien Agreste, não diga uma merda dessas na minha frente nunca mais!
— Por quê? Eu falei a verdade, só segui sua lógica!
E se Adrien achava que Luka o deixaria dizer aquilo mais uma vez, ele estava redondamente enganado. Como poderia insinuar aquela barbárie quando era, de longe, a pessoa mais perfeita que o mais velho já tivera o prazer de conhecer?! Era praticamente um crime falar algo assim!
Adrien Agreste, comum! Onde já se viu? Se achava que aqueles olhos de esmeraldas, que as sardas na pele clara e que os lábios cor de pêssego eram comuns, pois bem, ele era burro. Estúpida e irreversivelmente burro.
— Eu sou um hipócrita, Adrien, você sabe! Achei que, nessa altura do nosso relacionamento, você já estivesse ciente disso!
— É, — soltou um risinho — eu estou.
O silêncio era agradável. Luka terminava de fumar o cigarro, jogando a bituca na grama e dando de ombros. Estavam calmos, mas a mente de Adrien, bom, ela estava um turbilhão. De repente, não se impediu de ir para cima do outro, cobrindo parcialmente o corpo esguio. Não ria mais, a seriedade em seu rosto era minuciosa. Como quem examinava arte, passava o polegar por cada traço do rosto bonito.
— Você é a pessoa mais bonita do mundo, sabia?
Não precisou dizer mais nada. O polegar dedilhou a boca semi aberta, pedindo permissão para o que queria fazer. Bastou vê-lo assentindo para mover o dígito até o cabelo castanho, fazendo ali um carinho singelo. Encostou seus lábios nos dele, sorrindo tenro com a inocência do toque. Novamente, pediu permissão para aprofundar o toque, arfando ao sentir a língua em contato com a sua. De repente, o gosto de nicotina era tudo que podia sentir, e não havia chiclete de menta no mundo que fosse capaz de afastá-lo.
Ótimo, pensou. O que menos queria era afastá-lo de si. Pelo contrário; queria tê-lo cada vez mais perto, queria senti-lo de toda e qualquer maneira, em todas as suas faces. Queria provar o quão incrível, o quão especial ele era, estivesse com o cabelo azul, castanho, amarelo ou verde. Queria mostrar que ele ficava lindo em todas as cores, em todos os nuances. Porra, ele ficava lindo até com aquele esmalte feio e sem graça.
Luka Couffaine era raro, incomum e especial. Era tudo, menos medíocre.
— Então... — começou a falar, findando o beijo para olhar nos olhos claros. Fazia carinho nos fios curtos, e era inevitável não sorrir numa situação como aquela — Nós temos um relacionamento, é?
— É, nós temos. — Couffaine respondeu, um sorrisinho arrogante aparecendo em seu rosto.
— Desde quando?
— Desde agora, Adrien. Pode voltar a me beijar, por favor?
O loiro assentiu. Revirando os olhos e fazendo um movimento de negação com a própria cabeça, não se impediu de pensar no quão sortudo era por fazer parte daquele relacionamento. Luka Couffaine era irresponsável, destemido e completamente maluco. Andava por aquele internato como se fosse o dono da verdade, um fora da lei que se recusava agir como os outros filhinhos de papai. Em meio a escapadas ao jardim e conversas sobre o controle do sistema, fora impossível não se apaixonar pelo maior rebelde de todo Françoise Dupont. E gostava muito de saber que, para o moreno, também foi assim.
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brave new world.
FanfictionLuka Couffaine era completamente maluco. Andava por aquele internato como se fosse o dono da verdade, um fora da lei que se recusava a agir como os outros filhinhos de papai. Adrien não fazia ideia do porquê dele ser assim, mas sabia que, em meio a...