Mais forte que o sol

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"Ele desceu, evitando olhar muito para ela como quem evita longos olhares para o sol, mas vendo-a como quem vê o sol mesmo sem olhá-lo."

Tolstói

Mais forte que o sol

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Mais forte que o sol

Capítulo único

O dia havia chegado.

O dia em que Valerie cumpriria o seu irreparável destino.

A dívida que Taylor tinha com o tempo seria cobrada dentro de poucas horas. Ao amanhecer, entregaria o que lhe era mais precioso; o seu amor, seu coração e sua alma pertenceriam a outro homem.

Por muitos anos, lutou contra os sentimentos que buscavam dominá-lo.

Diante de seus olhos, a viu desabrochar. A mais bela flor do reino, a menina dona de uma beleza que roubava a atenção dos garotos e de homens feitos como ele.

Taylor ainda se lembrava da primeira vez que a desejara, ainda menina, tantos anos atrás. Dançando em volta da fogueira, parecia que ela se misturava com o fogo.

Ela era como um fenômeno da natureza, uma suave brisa que se transformava em um tornado, aquela garota o devastara por inteiro alcançando inclusive os seus alicerces de homem feito.

Ele poderia se dissolver nesse desejo completamente.

Sabia que todos ao seu redor considerariam os sentimentos que vinham silenciosamente crescendo dentro dele mais sujos do que as intenções de qualquer outro rapaz.

Taylor era o protetor de Valerie.

Todos os homens nascidos no Reino de Lork eram criados por suas famílias até os 10 anos de idade. Após o décimo primeiro aniversário, os pais não mais comandavam a educação dos filhos. Os meninos eram entregues aos centros de treinamento de batalhas, onde eram criados para serem guerreiros e defenderem o reino das constantes tentativas de dominação do território.

Os soldados que se destacavam eram separados e conviviam em grupos menores, treinados especialmente para proteger a família real.

Entre esses guerreiros, estava o protetor.

O protetor era meticulosamente selecionado pelo rei para defender o seu bem mais valioso. O filho primogênito. O sucessor ao trono real.

O destino das mulheres, porém, era diferente.

Todas eram preparadas pela família para serem oferecidas em matrimônio.

Todas. Sem exceção.

Até mesmo a filha do rei.

Ao completarem 18 anos, o destino se cumpria.

Na cultura Lork, o casamento era uma instituição sagrada. Para cada cidadão, o matrimônio acontecia apenas uma vez. A união valeria pela vida toda, sendo assim, indissociável. Era o dever da família a negociação matrimonial. Ainda no primeiro ano de vida, as meninas eram prometidas aos guerreiros com quem constituiriam família, tendo como obrigação dar continuidade à descendência de Lork.

MAIS FORTE QUE O SOL (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora