Looping

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Olá a todos os leitores. É minha primeira vez postando fancic então peço que tenham um pouco de paciência. Boa leitura a todos e desculpem os erros.
                                      ~~

   Eu encarava os arredores sem entender, um lugar estranho onde nunca estive antes. Um vento absurdamente frio soprava as árvores secas, estas não tinham uma folha sequer presa a seus galhos. Todas se encontravam caídas no chão, espalhadas pela estrada e o gramado, cobrindo a paisagem com sua coloração amarronzada.
 
   Respirei fundo enquanto as encarava , o cheiro estranho delas se decompondo me encheu os pulmões e me fizeram tossir. Cobri meus olhos com os braços quando uma lufada de vento balançou meus cabelos, o que me fez prestar atenção ao meu redor. Eu parecia estar em um bairro antigo com casas velhas e abandonadas.
  
    Não parecia ter vestígios humanos ali, eu estava sozinho. Parado diante de uma das casas velhas do lugar, observei encantado os detalhes rústicos. Suas paredes eram todas feitas de pedra com trepadeiras as consumindo, seu telhado era velho e dava a ligeira impressão de que cederia a qualquer momento. As janelas nada mais eram que quadrados vazios, sem nada para fecha-las e quando se olhava para dentro da casa atravéz delas, era como se eu próprio estivesse preso ali.

   Era estranho o fato de eu sentir coisas sobre este lugar, uma leve sensação de que eu devia me lembrar de algo. Era como sentir saudade de algo ou alguém, um sentimento que aperta o peito e ao mesmo tempo aquece. Amor ou saudade? Não sei, algo do tipo.
 
    Me aproximei de uma das janelas para ver a casa por dentro e apenas me senti mais nostálgico. Lá dentro era escuro, úmido e frio. O silêncio torturante parecia dar ao lugar o dom de falar, tão incrível que eu parecia mesmo estar ouvindo as vozes. Dois homens conversando, um deles tinha a voz grave porém doce, a outra infantil e engraçada. Estavam discutindo. Mas sobre o quê?
 
    De repente uma terceira voz apareceu, era.. era a minha! Eu estava conversando livremente com os dois, disse para que não brigassem, falei que os amava igualmente e.. os beijei!? Arregalei os olhos surpreso, confuso senti o vento soprar outra vez, levando as folhas para dentro da casa e para meus cabelos.

     Depois de limpar minhas madeixas olhei outra vez para dentro do lugar. Mas estava diferente, as folhas lá dentro brilhavam como vagalumes dourados, se espalhando pelo chão e revelando coisas que antes não estavam ali. Vi o que parecia a sala se encher de móveis, dois sofás, uma poltrona, uma mesinha de centro e uma confortável lareira acesa.
 
   Ouvi o crepitar da lenha queimando no fogo enquanto observava os quadros nas paredes. Senti o calor do fogo roçando minhas bochechas vermelhas pelo frio. Ouvi paços lá dentro, alguém chegando. Vi um rapaz alto e de cabelos pretos surgir, um sorriso quadrado puro nos lábios enquanto carregava uma xícara quente. Então vi eu mesmo levantar de um dos sofás, pegar a xícara e depositar um beijo no rapaz moreno. Parecíamos tão.. íntimos.

  De repente outro rapaz, moreno, alto e forte apareceu. Rodeou minha cintura e a do outro e nos beijou. Fiquei atônito. Como posso estar vendo isso? Como posso me ver ali dentro? O que era aquilo? Por que eu não me lembro de nada? Nem do porque de eu estar aqui?
 
   Fui tirado dos meus pensamentos quando gritos raivosos ecoaram, seguidos de batidas altas e ferozes. Me vi sendo atacado por uma multidão enraivecida, queriam nos matar, eu sabia disso. Vi a multidão prender a nós três, nos amarraram juntos e então..

Me senti na obrigação de cobrir meus ouvidos, sem que eu percebesse lágrimas molharam meu rosto.

   Por que estavam fazendo aquilo? Por que não nos deixam em paz? O que há de errado em amar duas pessoas? Por que três pessoas não podem se amar em paz? Minhas mãos tremeram quando três armas foram apontadas para os três rapazes, o eu la dentro chorava em desespero e implorava pela vida, eu podia ouvir: "Não os machuque por favor, mate a mim e os deixe ir." Eles riram, riram do meu medo.
  
   E então o primeiro foi, um estalo alto e seco que fizeram meus ouvidos zumbirem, por um segundo eu não pude acreditar. Vi sangue encharcar minhas roupas, olhei para minhas mãos e estavam sujas, sujas de sangue, o sangue de Taehyung. Então o mesmo som outra vez e mais sangue manchando minhas roupas enquanto os corpos caíam ao meu lado.
  
   Por Deus, Jungkook. Eu não conseguia gritar, meus olhos encarando os copos ao meu lado. Meus amores. Jungkook e Taehyung estavam mortos, mortos! E então outra vez e o baque do meu próprio corpo caindo sem vida no chão. Ouvi meu grito ecoar lá dentro. Dor, muita dor.
  
   Taehyung e Jungkook, mortos. Eu.. morto.

     Minha cabeça latejava, meu corpo estava dormente e meus ouvidos tampados. Eu não ouvia, não sentia ou falava. O desamparo da dor, meus amores, meus queridos. Nos mataram por nojo, por preconceito. Por ódio.
  
   --- Taehyungie. Jungkookie. --- falei em um fio de voz.
  
   Fiquei inconsciente novamente. E então eu ali de novo, encarando a paisagem ao redor sem entender onde eu estava. Preso em um looping eterno, onde meu espírito revive todos os dias minha morte. Preso ao passado, sofrendo pra sempre a dor de perder os únicos que já amei.

     Para depois, me tornar ignorante e sofrer novamente.

                              ~ Fim ~

Bom gente é isso, espero que tenham gostado. A capa não ficou lá essa coisas porque estou sem recursos, mas prometo melhorar e trazer fancic melhores e bem legais para vocês. Se gostou deixe seu comentário e me siga aqui. Tchauuu!!

Os Dias De Minha MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora