Capítulo 4

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Any Gabrielly

Vou contar uma pequena história para vocês. Quando eu tinha mais ou menos 12 ou 13 anos eu descobri que eu queria ser uma cantora e era um sonho difícil de se tirar para alguém que já estava tão certa do que queria com tão pouca idade, e essa ideia permaneceu na minha cabeça por muito muito tempo mesmo, até um certo dia meu pai falar que teríamos que morar na fazenda dos meus avós pois a loja de vinhos estava falida e a possibilidade de expandirmos para Los Angeles, onde eu sonhava morar, era absolutamente nula então todo esse sonho foi por água abaixo eu não queria ser um filha tão mal agradecida e fazer birra por ter que ir para longe da cidade, já moramos em uma cidade que tem um pouco mais de 62 mil habitantes e agora ter que ir para mais longe era o fim pra mim eu estava em uma fase muito rebelde onde batia portas e gritava, mas hoje vejo o quanto foi necessário tudo isso pra mim.

O que eu quero dizer é que as vezes precisamos ter perdas para nos fazer crescer e as vezes precisamos também perder para repensar, e foi exatamente a perda da mãe da Sabi que me fez refletir em muitas coisas, desde que viemos para a fazenda eu passava quase todos os dias dos meus 14 anos inteiros tentando colocar na minha própria cabeça que a ideia de ser uma cantora ou trabalhar com a música era algo que eu jamais poderia fazer e acho que fui tão convincente comigo mesma que quando entrei no ensino médio eu nem sabia mais o que queria para o meu futuro e quando o último ano chegou todos meus amigos sabiam exatamente o que queriam para os suas vidas e me perguntavam para qual faculdade eu ia ou qual curso eu faria e eu fala sempre a mesma coisa "preciso ver as minhas opções" ou até mesmo " ainda estou pensando" mas nada disso era verdade eu não ia ver nada eu não ia pensar em nada eu apenas não tinha ideia do que fazer. Meu maior choque foi quando no dia da formatura Alan, meu até então namorado, me mandou uma mensagem de texto dizendo "Desculpa docinho, não podemos mais ficar juntos" aquilo me deixou com tanta raiva que quando decidi reagir eu tive 3 fases pós esse termino ridículo.

Fase 1

Passei 3 dias inteiros na casa da Sabina chorando e comendo muita besteira. Ouvindo os conselhos da tia Ale e ouvindo-a dizer "nunca se esqueça das borboletas meu anjo" "esse namoro estava mais para a lagarta no casulo do que as incríveis borboletas" e ouvir aquilo estava me deixando com mais raiva o que me fez partir para...

Fase 2

Ir com as mosqueteiras a pelo menos uns 4 bares de Springfield beber até o dia amanhecer e transar com pelo menos 2 barmans nos fundos ou no banheiro do bar, que na minha cabeça me faria esquecer Alan adiantou no primeiro mês, até as férias acabarem e meus amigos todos irem para suas faculdades em outras cidade, estados ou até então em outros países e eu não fiquei triste pelo falo deles irem fazer faculdade ou até mesmo irem morar longe, eu fiquei triste por não saber o que EU queria para meu futuro e isso me deixou pior quando eu neguei com convite de Joalin de ir morar com ela em LA o que me fez ir para a mais dolorida...

Fase 3

Fiquei um mês inteiro tentando entender o porquê de Alan ter feito aquilo pois pra mim estávamos bem e ele sabia o quanto eu estava mal por não saber o que queria. Meu pai e minha avó vinham todos os dias me perguntar o que havia acontecido e do porque eu ficar trancada no quarto, muitas vezes passava o dia sem comer e chorando eu só não queria saber de nada e nem de ninguém. Acho que o fato maior nem foi termino com aquele idiota e sim cair na realidade de que todos tinham ido embora e só sobrou eu aqui, tudo bem que sabina ficou mas ela tinha a loja de roupas que era o sonho dela e tinha um namorado perfeito que fazia faculdade e depois da formatura pediu ela em casamento, mas era eu sozinha no meio de uma fazenda enorme ajudando minha vó todos os dias e mais nada. Só sei que estava cansada de todos os questionamentos vindos da minha família e foi então que decidi levantar e acordar pra vida e tentar perceber que eu precisava me agarrar com o que realmente importava para mim, minhas amigas e minha família, que por mais que Jojo estivesse em outro estado ainda sim éramos as mosqueteiras e que meu pai precisava da minha força para reerguer a loja de vinhos que era o sonho dele e que passou a ser o meu.

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