~Não tá revisado~
A sombras da noite se envolviam no clima frio de inverno em uma pequena cidade coreana, as estrelas dançavam por trás das nuvens carregadas enquanto a lua cantava uma melodia calma e acolhedora. No bar localizado no centro conseguia ser mais escuro e misterioso do que o imenso céu acima de todos. As luzes fracas propositalmente apagavam o rosto de quem entrava, o Jazz na voz de uma elegante mulher coberta por um longo vestido branco brilhoso, com um timbre doce que ecoava por todo o bar e atravessava as conversas quase inaudíveis dos clientes.
O vazio copo pequeno e largo de whisky descansava no balcão do bar, os dedos de uma mão magra e veias saltadas batucavam na madeira lentamente em um ritmo contínuo ao lado do vidro. Os ponteiros do relógio de marca em seu pulso indicavam exatamente 2hs40min, sua vestimenta social de blusa branca, paletó e calças pretas acompanhadas de sapatos bem polidos da mesma cor apresentava um homem requintado e organizado. O cabelo escuro em um perfeito penteado para cima, revelando sua testa. O rosto de queixo destacado em uma linha perfeita de 90° quando virado de lado, os lábios de linhas delicadas possuíam um pequeno sinal na parte superior lhe dando um charme a mais para sua boca, o nariz fino e levemente arrebitado era diferente dos padrões de seu país e os olhos puxados um pouco arredondados de íris negras transmitiam tranquilidade interior.
O barman enchia seu copo com o líquido alcoólico transparente, os dedos que batiam no ritmo da música cessaram ao serem erguidas em um sinal para que o homem parasse de despejar a bebida no copo. Um simples gesto de formalidade ao curvar-se para o cliente, sendo retribuído com um aceno de cabeça pelo mesmo. O copo a repousar sobre um pano para não manchar a madeira robusta foi erguido e levado até a boca já seca pela espera prolongada da bebida, molhando e queimando sua garganta com o líquido puro.
Sempre ao fim de seu expediente gostava de ir naquele bar relaxar a mente com uma melodiosa música e embriagar seu âmago com uma boa bebida. Visitar este lugar havia virado parte de sua rotina, não faltava muito para converter-se em um cliente veterano.
O som parou, uma nova música iria ser tocada para a noite seguir em frente. O toque arrastado do piano deu-se início, batidas lentas e repetitivas entrou para dar a harmonia do toque e uma voz masculina se fez presente.
"Eu tenho escondido isso, vou te contar uma coisaApenas para deixar enterradoAgora eu não posso mais suportar issoPor que eu não podia dizer, então?Tenho estado ferido, de qualquer maneiraRealmente, eu não posso suportar isso"
Era calma e grossa, sussurrava as palavras melancolicamente chegando a ser agradável aos ouvintes. O homem, que antes tinha seus olhos focados no copo quase vazio outra vez, deu sua atenção para quem estava tanto o chamando.
"Agora chore, é só que eu realmente lamento muito por vocêMais uma vez, chore, porque eu não consegui protegê-la"
As batidas pararam e o piano era acompanhado de instrumentos que pareciam estalos. A voz se tornava mais elevada, as mãos a segurar firme o microfone que estava preso no pedestal mostrava certa insegurança. Os olhos negros do homem eram analistas e curiosos para o cantor.
"Mais profunda, mais profunda, a ferida só fica mais profundaComo pedaços de um vidro quebrado que eu não posso reverterMais profundo, é apenas o coração que se machuca todos os diasVocê, que foi punida em meu lugarVocê, que era delicada e frágil"
Suas pálpebras se fecharam e sua hesitação se esvaiu de si, permitindo-se que a música o levasse. O toque do instrumento de sopro invadia a melodia dando forças para a canção, contudo a voz do jovem homem conseguia ser mais chamativa que o próprio. A pausa do canto lhe deu a permissão para molhar a garganta e os lábios. Seus fios de cabelos castanhos estavam todos sobre a testa, lisos e grandes que chegavam a alcançar seus olhos, que permaneciam fechados.
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Stigma
FanfictionO copo de whisky vazio, a música a ser cantada por uma sedutora voz, e logo após a escuridão do quarto a esconder desejos. Vhope!