Capítulo 2

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As horas passaram, eu terminei a minha redação e fiquei esperando as 2 horas passarem, parecia uma eternidade. Antônio não falou mais comigo depois de eu gritar com ele, será que assustei ele?

- Está se sentindo culpada? - ele sorriu se levantando das cadeiras - Não precisa não, não te acho assustadora, você parece ser até muito emotiva e sensível.

Continuei quieta envolvida pelos meus pensamentos. Eu não sabia como, mas ele sabe como eu sou. Sou emotiva e sensível longe das pessoas, e não sei um motivo para eu não demonstrar isso, acho que é porque eu não quero ser colocada como alguém fraca.

- Haha - respondo, sem rir.
- Escuta, srt. Cecília...
- Senhorita? Você é um príncipe e eu não sabia?
- Escuta - ele ficou quieto por alguns segundos - tudo bem não ser durona, sério.
- Como assim - comecei a rir de forma forçada, na verdade aquilo não teve graça.
- Para de rir, to falando sério, se não quiser levar a sério não leve, mas é um conselho. Você precisa ser amável... como eu - ele sorriu e levantou a cabeça convencido.

O diretor então chegou para nos liberar.

- Amanhã venham aqui novamente no mesmo horário.

Fizemos que sim com a cabeça e saímos daquela sala.
- Vai pra que lado? - ele perguntou correndo atrás de mim.
- Vou em uma cafeteria aqui perto, preciso tomar café.
- Ok, eu pago - ele sorriu e começou a andar na minha frente em direção ao café.

Andamos em silêncio por alguns minutos mas ele corto esse silêncio com uma pergunta.
- Porque você gosta de se fazer de durona mesmo não sendo nem um pouco? Você é super emotiva, eu te vi chorando assistindo as crianças cantando no coral semana passada.

Nosso colégio tem um coral de crianças comandado pela minha mãe, tenho muito orgulho daquelas crianças.

- Eu nunca disse que sou durona, mas...
- Ai meu Deus vai se abrir comigo? - ele sorriu.
- Eu ia, não vou mais, chegamos.

Ele abaixou a cabeça claramente decepcionado com o próprio comentário e entrou no café. Nos sentamos em uma mesinha alta e pedimos café e algo para comer.

- Mas falando sério agora, me conta. - ele me olhou como um cachorrinho abandonado pedindo por atenção.
- Bom, por muito tempo eu não tive amigos de verdade, a maioria mentia para mim ou me abandonava, acho que eu tenho um trauma de fazer amigos, por isso tento não me aproximar de ninguém.
- Mas está se aproximando de mim.
- Só estamos tomando café Antônio.
- Hm, okay, vou indo então, vou pagar a conta, nos vemos amanhã. - ele disse dando tchau com a mão.
- Não vai dizer mais nada? Eu acabei de me abrir com você...
- Eu sei que não quer que eu diga nada.

É, eu não quero, mas a presença dele me faz bem por algum motivo, eu me sinto confiante e confortável.
Ou talvez seja só mais uma "amizade" que não vai dar certo.

My Infinite ∞ Without YouOnde histórias criam vida. Descubra agora