Essa Mulher Será Minha!

Tchau Brasil

Nó aeroporto

—  Senhoras e senhores, passageiros do vôo 179 para França, com destino Paris, o vôo sai em 10 minutos... Por favor espera na porta de embarque. –diz uma moça no microfone do aeroporto.

— Ah... não... minha filha que criei com tanto carinho, já vai embora! – diz minha mãe

Minha mãe me abraça, num abraço tão apertado, mas sei que com carinho, que eu não quero sair dos braços dela. Mas não posso ficar.

— Mãe... tenho que ir para porta de embarque! – falo me afastando aos poucos de minha mãe.

Mamãe não solta, mas em seu rosto, ela não quer, com uma das mãos em meu ombro e com a outra acariciando meu rosto, ela acaba soltando uma lágrima, eu limpo a lágrima em seu rosto com meus dedos e dou um último abraço, falando:

— Mãe, calma... eu vou ficar bem, não se preocupe sua filha sabe se cuidar. – falo para acalmar minha mãe.

— Eu sei, você é responsável...  disso eu sei. – fala mais calma.

Quando solta minha mãe, viro minha cabeça um pouco para o lado e olho para trás de mamãe, olha para o meu irmão, que está com a cabeça baixa olhando para o chão. Então falo:

— Ei... Thiago? – falo para chama sua atenção, indo até ele.

Ele olha para cima instantaneamente, com os olhos cheios de lágrimas que não descem, quando vejo o jeito que ele está, dou minha bolsa que estava no meu ombro para minha mãe e dou um abraço nele, as lágrimas descem.

— Helena... você tem mesmo que ir? – fala com a voz trêmula.

Isso é de partir o coração, meu único irmão, então é normal nós sermos tão unidos, sempre juntos, não importa aonde. Eu meio que o entendo, ver sua única irmã mais velha ir embora para outro país, a irmã que sempre esteve com ele para tudo, desde que nasceu e agora não vai mais ter ela sempre junto como antes, eu que sempre estive com ele é muito triste deixar meu lindo e amado irmão para trás, mas ir para Paris é um sonho de muitos anos atrás e Thiago sabe disso, com isso falo:

— Thiago, meu irmão querido não fica assim, por favor... olha para mim. – levanta o rosto de Thiago para mim com as minhas duas mãos, olha nos olhos azuis dele cheio de lágrimas, ele chega até chora mais que minha mãe — Tá vendo essa linda mulher aqui! - aponta para minha mãe — Sem eu aqui, você que vai ajudar ela no que for preciso, vai cuidar dela e sem mim você vai trabalhar muito para cuidar dela, Thiago... você já está com 17 anos, logo vai ter que trabalhar e sem falar que eu irei ligar para você e a mamãe sempre, você tem meu número né? – fala para ele apontando para o seu celular na mão dele.

— Sim... – fala olhando para o celular.

— Então é só manda mensagem quando estiver com problemas. Seja pessoal, em casa ou na escola, com as garotas, ainda vou estar aqui para te ajudar.

O alto-falante do aeroporto. Fala de novo

— Senhoras e senhores o vôo 179, para França, com destino Paris, sair em um minuto... por favor passageiros que ainda não embarcaram vão para porta de embarque. – fala moça no microfone outra vez.

— Gente... tenho que ir, tchau mãe, tchau Thiago do último abraço as presas neles.

— Tchau! – fala os dois juntos.

Corro para porta de embarque, tem uma mulher com uma saia tradicional e com chapéu na cabeça de coque, ela é linda, com seus cabelos vermelhos e olhos azuis, na porta que ela tá pegando o passaporte dos passageiros, ela pega o meu e confere, acena com a cabeça para outro que está na porta do avião e fala olhando para mim:

— Senhorita, sua poltrona é o número 23, por favor acompanhe ele, ele irá mostrar o seu lugar. diz gentilmente com um sorriso no rosto

— Obrigado – respondo sua gentileza.

— Por aqui senhorita. – diz o aeromoço.

Dou uma última olhada para trás para minha mãe e meu irmão, dando tchau para mim, com as minhas mãos, dou tchau também, mas não só para eles, mas para esse país. Eu falo:

— Adeus Brasil! – falo bem baixinho para você só eu escute.

Já na pista de decolagem, olha para o lado esquerdo do avião, veja minha mãe e Thiago, um com o braço no ombro do outro me dando tchau, não minto saiu uma lágrima dos meus olhos também, estou indo para outro  país, fora do lugar onde eu nasci.  De repente toma um susto, quando o aeromoço  fala no rádio do avião.

— Queridos passageiros do avião 179 para França com destino Paris, obrigada por escolher nossa vôo e a todos tenham uma ótima viagem. – diz

Quando começa à sé mover, não dá mais para ver Thiago e mamãe. Mas não deixa de olhar para trás e bate um pouco de nervosismo, eu nunca tinha andado de avião e quando vôo de avião é para me mudar do Rio de Janeiro. Só de pensar que terei que ficar no avião por 11 horas, fica até um pouco entediado, bom vai ser 12:00 quando eu chegar em Paris, era 7 horas da noite quando o avião levantou vôo, esse negócio de fuso horário é meio estranho. Já são 22 horas em Brasil e eu estou acostumada dormir cedo, as aeromoças já tinham dado a janta, então de barriga cheia o sono bate, me sento confortavelmente na poltrona com um travesseiro de pescoço e viro para o lado da janela, ver o céu tão de perto é lindo, a luz tava cheia e quando olho para baixo, vejo o oceano, e as estrelas que estavam refletindo na água, fiquei angustiada por não poder pegar meu celular e tirar foto, mas sei que é pelo segurança, e eu não quero ter um acidente de avião agora, sou muito nova para morrer, só tenho 20 anos muito para viver, na casa nova, em outro país, deixo tudo de lado e logo o sono vem eu não consigo ficar com os olhos abertos, então eu não resisto e deixo vir.

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