O Clube dos Cinco - Limantha

Capítulo 1

Confesso que eu não ia postar está estória no começo, mas senti que devia. É uma grande homenagem e tributo ao grande filme O Clube dos Cinco. É um filme incrível dos anos 80 e eu realmente recomendo que vocês vejam. Aos que já viram, eu mudei algumas coisas, diálogos e cenas. Não será uma fanfic grande e não terá muitos capítulos.

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"...E essas crianças, nas quais vocês cospem,

Essas, que tentam mudar seus mundos,

São imunes às suas ideias,

Elas estão cientes do que são e de onde estão..."

- Changes, David Bowie.

Sábado, 24 de março de 2018, Colégio Grupo, São Paulo - 7:55 da manhã.

Algumas vezes, o Universo conspira para que pessoas se encontrem ou coisas aconteçam. Alguns mais céticos, dizem que é apenas uma das milhares combinações de possibilidades, em um mar gigantesco de variações, conhecido popularmente, como Teoria do Caos.O puro acaso. Outros, com uma visão menos analítica, acreditam que foi Kairós, ou seja, a culminante junção de lugares e ações que convergem para que um único momento oportuno aconteça, é mais forte que a concepção de Destino clássica. No caso, o que proporcionou o momento, foi justamente uma detenção.

Era um sábado como outro qualquer, famílias iam até o parque Ibirapuera desfrutar do dia quente e lindo que fazia em São Paulo, namorados aproveitavam as sombras das árvores, ciclistas e corredores desfrutavam seu momento de liberdade na Paulista depois de uma semana cheia. No entanto, em um bairro de classe-média alta, muito bem arborizado, um grupo de adolescentes, amaldiçoavam o Universo pela situação em que encontravam-se.

- Não acredito que não pode me tirar dessa. - Diz inconformada e derrotada a garota de cabelos cacheados.- É tão absurdo eu estar aqui num sábado. Parece até que eu sou uma criminosa.

Seu pai suspira pela milésima vez desde o momento que haviam saído de casa naquela manhã, já haviam tido tanto aquela conversa naquela semana...A manipulação ali era clara, sendo um homem ocupado e tendo dinheiro como só ele tinha, o mínimo que a filha podia esperar, é poder ter privilégios irrestritos não apenas ao acesso do cartão de crédito, como das punições da vida. Ela sabia que podia exigir isso pela culpa que o pai sentia. E ele, sabia que ela sabia.

- Samantha, depois eu te compenso. - Deu-se por vencido, pegando a bolsa cara da última coleção lançada no banco traseiro de sua Mercedes e entregando para a filha. - Matar aula para passear não faz de você uma criminosa. Bom dia para você, querida. - Dá um afago no ombro da garota.

Samantha suspira e revirando os olhos, sai violentamente do carro. Dessa vez, nenhuma das suas artimanhas realmente funcionou e passaria 8 horas trancada dentro do Grupo.

Num carro atrás bem menos opulento que uma Mercedes, outra alma sofria lavagem cerebral..

- É a primeira vez ou a última que fazemos isso? - Questiona irritada e autoritária uma senhora que aparentava ser bem mais velha que a idade que de fato tinha. A maquiagem no entanto, era impecável e o olhar totalmente gélido, contrastava com o dia ensolarado do lado de fora.

- Última. - Murmura com um sopro Ellen.

- Vamos entrar lá e usar o tempo à seu favor!

- Mãe, não vamos entrar lá para estudar, vamos entrar para não fazer nada. - Tenta explicar esgotada pela última vez, sua cabeça doía do tanto que teve que ouvir durante todo percurso à escola.