O Clube dos Cinco - Limantha

Capítulo 2

Depois de gritar, Heloísa apoia sua cabeça nas mãos totalmente frustrada.

-Droga! - Suspira totalmente derlrotada. Agora estava presa por mais 5 sábados naquele inferno. - Esse cara é um nazista. - Murmura.

Bem, é preciso dizer que depois dessa discussão, pela aquela próxima uma hora, nada aconteceu naquela detenção. Ellen fazia a lição de matemática totalmente vidrada. MB brincava com o moletom do clube de natação que usava. Guto escrevia apressadamente num pequeno caderno de capa preta. Samantha fazia as unhas, enquanto Heloísa a desenhava no caderno de anotações que trazia sempre consigo. A atenção de cada um só foi desviada quando MB se levanta e vai até uma das estantes, da ala que era intitulada como "Literatura Mundial". De lá, arrancou um grosso livro, retornou ao lugar ao lugar ao lado de Samantha. Era hora de jogar todo o seu charme.

- Adoro este escritor. - Comentou despretenciosamente. Tal ato logo chamou a atenção de Heloísa que desviou sua atenção do desenho. Essa ela pagaria pra ver. MB era o motivo e o tipo de pessoa de porquê o shampoo vinha com manual de instrução atrás.- Adoro Marliere.

- Molière - Corrigiu ao mesmo tempo Samantha e Heloísa. Uma pacientemente e com um pequeno sorriso e a outra, com uma risada debochada. No segundo seguinte, o olhar das duas foi atraído em direção a voz uma da outra e seus olhos se encontraram pela primeira vez. Um sorriso instantâneo rasgou o rosto de ambas. Enquanto isso, o rosto inteiro de MB fica vermelho de vergonha e ele ri constrangedoramente.

-Você já leu alguma coisa dele então? - Perguntou Samantha genuinamente interessada e ignorando totalmente o loiro ao seu lado. A resposta era sim. Molière era francês e Lica por sua vez, tinha uma obsessão pela França e tudo que a contemplava.

- "Nous devrions nous regarder longuement avant de penser à juger les autres." - Recitou em um francês perfeito. Na tradução direta: "Deveríamos olhar demoradamente para nós antes de pensar em julgar os outros." - Sim, eu já li um pouco dele.

-Pera, você fala francês fluentemente? - Se manifestou Ellen pela primeira vez com os olhos arregalados.

- Sim. Desde os 12 anos. Eu sou delinquente, não ignorante sabia? - Retrucou a de franja desviando os olhos em direção a garota de black power. No que Lica retorna o olhar para Lambertini, ela percebe que a garota ainda olhava para ela. Imediatamente, se dando conta deste fato, Samantha cora e desvia o olhar para baixo. Lica balança a sua cabeça e retoma sua atenção ao desenho.

Completamente entediada, Lica retira sua jaqueta de couro e a joga de qualquer maneira em cima da mesa. Em seguida, se coloca a passos largos e esguios até a porta aberta por Edgar. Era como se representasse o completo poder e domínio que tinha sobre os indivíduos ali. Uma porta grande e totalmente cafona, com um mecanismo para prender, similar aos dos filmes americanos. Bem, conhecendo a sala com a distinção que conhecia, não precisou de muito para que com o jeito correto e uma certa força, o parafuso responsável por manter a porta permanentemente aberta, estivesse nas mãos de Heloísa, fazendo com que a grande placa de madeira se fechasse violentamente com um baque surdo. Sabendo que Edgar chegaria em poucos segundos, a garota correu rapidamente até o seu lugar.

No mesmo momento que terminou de sentar na cadeira, um diretor ofegante entrou no recinto, claro que ele tentou fazer com que a porta parasse, porém, o item principal que possibilitaria esse mecanismo, estava muito bem guardado em baixo da jaqueta de Heloísa na mesa.

- Por que a porta está fechada? - Pergunta o homem.

- Como vamos saber? Não podemos levantar daqui lembra? - Responde Lica docilmente.

- Por que? - Ele torna a perguntar de forma mais incisiva para Ellen dessa vez.

-A porta simplesmente fechou professor... - Fala Ellen tranquilamente, ela podia ser uma nerd, mas se tinha uma coisa que detestava, essa coisa era o homem branco burguês moderno.