Capítulo 18

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― Aconteceu alguma coisa com Tristan? ― perguntou Grosvenor com a expressão fria e intimidadora. Jordan não quis exatamente se sentir um completo soldado amedrontado diante dele, mas conhecia aquele cara e o que ele podia fazer se algo acontecesse com Tristan.

Jordan então ele jogou uma pasta com alguns papéis na mesa de Grosvenor.

Gerald abriu aquela pasta, mas ele só não passou da primeira folha.

― Carta de demissão? ― disse Grosvenor, olhando para Jordan como se ele estivesse pedindo algo absurdo e simplesmente de outro mundo. ― Para que isso? ― ele fechou o documento.

Jordan não disse nada. Nem ele mesmo sabia que podia tomar uma atitude tão drástica assim, mas ele fez. Ele não podia mais ficar perto de Tristan. Ele estava com raiva de Tristan de uma forma que lhe assustou para caramba a ponto de querer destruí-lo com suas próprias mãos, ele não podia estar no mesmo lugar que ele depois de tudo. Jordan não se responsabilizaria por suas ações se ele passasse mais um dia naquela casa.

E não, Jordan não estava descontrolado por nada do que havia acontecido a poucas horas atrás. O que acontecera já havia sido previsto muito antes deles começarem a destruírem a si mesmos e a relação indiferente que eles deviam ter. Jordan não queria mais nada relacionado à Tristan. Tudo nele era um problema para sua cabeça, tudo nele era causava defeitos no sistema. Tudo nele o desestabilizava em um piscar de olhos.

Jordan, quando havia aceitado trabalhar para Grosvenor, teve um só objetivo. Conseguir sua reintegração ao MI6. A influência do cara era tudo o que ele precisava para ter seu emprego de volta. Grosvenor tinha todos os tipos de contato lá dentro, ele conseguiria manobrar sua integração com um simples pedido aos seus superiores e bem, ele aceitou servir de babá de Tristan como seu sério pagamento a isso. A piada do século. Jordan fora tão bem sucedido que acabou se envolvendo com seu objetivo, como nunca fizera nos seus dez anos na instituição e seria quase vergonhoso que eles soubessem disso. Talvez ele nem fosse reintegrado se isso acontecesse.

Só que não foi o pior. Se envolver com Tristan foi apenas a ponta do iceberg, ele se apaixonou por ele e ficou dependente de tudo o que o garoto representava. E depois de um tempo, ele começou a ver Tristan como seu, uma fodida propriedade sua, com direito a sentir ciúmes e querer saber de tudo o que ele fazia minutos nos quais eles ficaram separados. Foi tudo de mais errado que Jordan fez nos seus trinta anos. Ele já era um homem crescido, mais velho, experiente, só que lhe faltou apenas a racionalidade, o filtro do qual ele saberia que estava cruzando a linha e destruindo a si mesmo.

Tristan foi uma droga viciante que Jordan não conseguiu largar. Ele beijava Tristan por todos os cantos, ele tocou o garoto de todas as formas; jeito talvez que nenhum homem havia feito. Ele fez tudo o que sua mente pervertida quis. Porra, ele sempre terminou com Tristan, até mesmo quando estava querendo-o metros longe. E foi incontrolável seu desejo de nunca parar de fazê-lo, ele não controlou nada, muito menos ligou para aquela luz vermelha que piscava em algum canto avisando o perigo sério que ele corria.

E aquela luz continuou ali sendo completamente ignorada.

Jordan foi um completo idiota metade do tempo, ele podia ter feito as coisas direito. Eles não podiam ficar juntos. Jordan era apenas um cara selvagem metido no lugar errado querendo coisas impossíveis. Jordan sempre soubera o que era para Tristan, ele sempre soube o que estava ao seu alcance, mas na sua primeira oportunidade ele quis o que ele não poderia ter e para inchar seu desastre, ele nem foi correspondido. Jordan foi rejeitado por um eufemismo. Ele viu Tristan usar palavras completamente suaves para o fato de que ele não tinha nada a ver com o mundo do garoto, e foi muito pior quando Jordan se sentiu ressentido por isso e quis ensinar o garoto a respeitá-lo como se ele fosse algo seu para dar fodidas lições.

Apenas uma Vigilância Selvagem (Uncontrolled Guys Series Book 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora