Odeio dentista...

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OIeee! desculpa a demora ;)

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 — COMO ASSIM QUERIDO? — Mina gritava com o celular pressionado contra a orelha e ombro, respirando fundo enquanto retraia o semblante furioso ao perceber que havia estragado a unha do pé que havia acabo de pintar. — QURATOCENTAS PILA NUMA CONSULTA FALSA? TU NEM VAI MEXER NO DENTE DO INFELIZ!

— Oh, eu já disse. Vou perder meu tempo pra te ajudar, vou desmarcar uma consulta que iria ser no horário pro teu amigo, se decide logo que não tenho o dia inteiro. — Disse o homem firme, era óbvio que não iria ceder e Mina conhecia o primo o suficiente pra saber disso. A rodada respirou fundo, sentindo os rolos amarelos na cabeça se desfazendo de tanto se agitar inconformada.

— Pelo menos um desconto? Vai, pela sua priminha do coração! — Pediu com o tom mais convincente e pidão que tinha.

- Não. Como já disse, você vai pagar a consulta do cara que estava no horário. Ele ia fazer praticamente tudo na boca.

— Ok, ok porra! — revirou os olhos voltando a se concentrar nas unhas. — Eu pago esse caralho, mas saiba que no próximo Natal tu não vai ganhar presente meu.

— Você nunca me deu presente. — Ele estranhou

— Mas eu ia!

— Só fala pra ele chegar cedo que eu ajudo o menino com o boy. — Desligou o telefone.

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Mina suspirou fundo enquanto pensava.

— Então Eiji... Tu tem certeza que quer fazer isso? Custa os olhos da minha linda cara.

— Tenho!

— Tu vai muito longe por causa de um Boy, puta que me pariu! — Mina reclamou revirando os olhos. — Espero que ele valha muita apena, ok? Não quero fazer isso tudo em vão.

— Eu também espero... — Confessei tomando coragem e desligando o telefone. Já sabia de todos os detalhes, sua consulta era daqui algumas horas e, preparado como sempre, foi-se arrumar para garantir os minutos adiantados que o Dentista disse que precisaria pra conversar sobre o assunto, para que, quando Katsuki chegar, não aja mal entendimentos ou qualquer indicio que denuncie que tudo aquilo era uma farsa.

Tomei um longo banho e peguei um uber para chegar até o consultório. Os segundos no relógio pareciam horas atravessando vagarosamente a fronteira, me deixando ansioso, sem ar, afinal, eu restava mentindo pra ele. Eu estava mentindo pra pessoa mais especial na minha vida.

As ruas estavam movimentadas, cheias de vida e sons dos mais diferentes tipos. Eu não me aguentava de pé, precisava de um momento só meu antes de entrar naquela merda e encarar todo o meu teatrinho antes do horário da minha audição de dança na academia dos meus sonhos.

Tudo tinha que dar o mais certo o possível, mas a probabilidade de isso acontecer era menor que 10% sendo o mais otimista o possível.

Eu não tinha tanta sorte assim.

Me sentei num banco na frente do prédio enquanto ascendia um cigarro e me perdia no meio daquela fumaça cinza e sem vida que começava a sair da ponta que queimava devagar.

Paz por alguns minutos...

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— Então você é atrapalhado que chamou o Boy pro dentista? — Ele riu e eu o acompanhei com os olhos. Era bonito, ou melhor, era um lindo pedaço de mal caminho. — Prazer, Aaron Angelle! — Inclinou a cabeça para me encarar de lado com um sorriso bobo e encantador. Ergueu a mão para me cumprimentar e eu aceitei de bom grado.

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