Como todos os dias me levanto as 6h da manhã para ir á escola; sinto as cobertas roçarem em minhas bochechas e vejo os primeiros raios de sol que passam entre uma fresta da parede, olho para o teto e vejo os adesivos que colei quando tinha 8 anos, são estrelas que brilham no escuro (eu amava vê-las até pegar no sono quando era criança) sento na cama e acaricio minhas cobertas enquanto procuro com a ponta dos pés meus chinelos que estão em baixo da cama, os calço e vou em direção ao roupeiro procurar o mesmo uniforme escolar de sempre (estou realmente cansada de olhar para esse uniforme com as mesmas cores... Nunca gostei de cinza e laranja) me visto o mais rápido possível pois não ouvi o despertador tocar essa manhã e provavelmente já estou atrasada, vou direto para meu banheiro e como sempre vejo a pasta de dente ao lado esquerdo da pia e minha escova dentro do copo (é inacreditável como nada muda na minha vida, nem mesmo o lugar onde guardo o creme dental), coloco a escova entre os dentes e sinto a pasta queimar minha língua, olho para o espelho com a escova entre os lábios e por um segundo me perco entre meus pensamentos e esqueço que estou atrasada (minha mente está sempre tentando fugir de minha atual realidade), quando minha mente me trás de volta, percebo que já devo estar ali a uns dois minutos. Termino de escovar os dentes correndo para ir tomar café logo, lavo meu rosto e sinto o frescor da água gelada escorrer pela minha pele então saio do banheiro com o rosto ainda pingando e começo a procurar minha escova de cabelo.
-Onde eu posso ter deixado essa escova!?
Pego-me pensando alto, então olho para meu criado mudo e encontro a escova. Ao sair do meu quarto a primeira coisa que vejo são as escadas que levam direto a cozinha, desço-as correndo e então percebo que até agora só eu estou acordada; vou direto a procura de um pouco de café (como faço toda a manhã), preparo uma xícara de café expresso com dois cubos de açúcar e sento na mesa bem ao centro da cozinha, dou o primeiro gole no café e sinto o delicioso sabor do expresso nas laterais da minha língua logo em seguida do doce aroma do café. Minha rotina é completamente pacata e sem surpresas ou novidades. A sensação de meus dias estarem cada vez mais monótonos me cerca por todos os lados e o sentimento de insatisfação já não é mais uma surpresa.
Sinto tanta falta de me sentir viva; acho que não me sinto assim a anos... Bom, algo dentro de mim me diz para não pensar muito nisso, afinal não posso fazer nada para mudar essa situação... Vou para a sala com minha xícara de café para tentar ver um pouco de TV para me distrair, uma brisa fria entra pela janela ao lado da porta de entrada da sala e o vento arrepia todos os pelos do meu braço, ao fundo escuto barulhos na cozinha e então me dou conta de que minha mãe já acordou.
Após terminar meu café vou em direção a cozinha para me despedir de minha mãe porém hesito ao lembrar de nossa última briga e de como ainda estou sem falar direito com ela, minha mãe sempre teve um gênio muito forte e nunca nos demos bem por isso. Pego o celular e vejo que já está na hora de sair se não chego no segundo período e não quero que minha mãe seja chamada de novo na escola por descuido meu.
Caminho em direção a porta da sala onde penduro minha mochila azul, o dia está perfeito, ou pelo menos do jeito que eu gosto; sempre preferi dias nublados.
Hoje vou caminhando até a escola, tenho sorte de não estudar muito longe de casa, só espero não ter aula com a professora de biologia hoje; não a suporto.
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Submersão
Teen FictionElisa é uma jovem de 16 anos que como qualquer outra adolescente está passando por uma fase de curiosidades e descobertas, o grande problema é que ela se envolve com substâncias perigosas e intrigantes que á levam até lugares assustadores... Agora...