Oi, meu nome é Nancy

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Oi, meu nome é Nancy, estou escrevendo isso porque quando alguém achar, provavelmente estarei morta mas pelo amor de Deus eu preciso de ajuda...

Faz dois anos que eu e meu amigo moramos juntos por conta da faculdade, e como todos os dias saíamos de casa, paravamos para tomar café e em seguida íamos  para a faculdade,...
Como fazíamos faculdade de desing tinha diversos manequins no nosso andar, eu digo "nosso" pois a faculdade tinha três andares, fotografia, desing e teatro... Jhonatan nunca gostou daqueles malditos manequins, com aquelas faces sem vida, corpos e acessórios de plástico, semana passada aproximadamente terça feira dia vinte e seis Jhonatan foi ao banheiro no final da aula pois não estava se sentindo bem, estava tão fraco que adormeceu profundamente lá mesmo, no banheiro, fui embora sozinha, imaginei que ele tinha ido sem mim... O que já é estranho...
Aproximadamente as 20:36 ele acordou, confuso, com dor de cabeça, talvez tenha a batido quando adormeceu... Saiu do banheiro e como esperado as luzes estavam apagadas, portas trancadas, por sorte ainda tinha bateria e ligou a lanterna de seu celular e achou um interruptor que ascendia todas as luzes do andar, e de longe conseguiu ver dentro da nossa sala, todos os manequins, Jhonatan se arrepiou de cima a baixo, porém não deu muita bola e seguiu em frente para a saída, esperava que tivesse algum segurança para ajudá-lo...
Chegando perto de nossa sala, as luzes se apagaram deixando tudo escuro como breu, o que foi estranho pois não estava chovendo para a energia cair ou alguma coisa assim... A luz não demorou para ascender novamente, porém, quando ascendeu, ele tinha total certeza de que alguns manequins estavam o encarando de alguma forma, perfurando sua alma com suas faces mortas e sem vida...
Ele seguiu em frente, assustado, porém tentando se convencer que foi por conta da pancada muito forte na cabeça ou algo do tipo, até que as luzes novamente se apagaram, dessa vez, por uns dez minutos, ele estava com medo, confuso, com dor, e quando a luz ascendeu novamente, ele teve certeza de que não estava louco, e que a pancada não estava influenciando em nada... Os manequins estavam lá, na sua frente, e se Jhonatan não saísse logo de lá, os manequins o encurralariam e fariam algo ímpio com ele, então ele passou por cada pessoa de plástico rezando para que as luzes não se apagassem,   porém, o pior aconteceu as luzes se apagaram, e por sorte, sim, sorte... Jhonatan caiu no chão, e quando caiu algo bateu forte no chão, seu celular, ele pegou rápido como se a vida dele dependesse disso, e dependia, ligou a lanterna e viu todos os manequins perto de seu rosto, com suas faces mortas, com suas mãos de plástico quase tocando o seu rosto, Jhonatan se levantou o mais rápido possível, correu, desceu as escadas e achou outro interruptor, que novamente ligou o andar inteiro...
De longe ele avistou alguma coisa em uma sala, uma pessoa? Um manequim? Não dava para ver, então ele correu o mais rápido possível, porém, a pessoa, o manequim... Aquilo que estava lá, tocou em algo, e novamente as luzes se apagaram, ele ouviu os passos dos manequins correndo até ele, o celular? Sua bateria já tinha acabado, seu destino era esse... Ser morto por acessórios, corpos de plástico...
Bom eu pensei que esse tinha sido o fim de Jhonatan até que ontem dois polícias bateram na porta, e lá estava ele, Jhonatan, impecável como se nada tivesse acontecido, mas por favor eu preciso de ajuda, esse não é o Jhonatan, não é meu melhor amigo, ele tem a aparência do meu melhor amigo, ele fala como ele e se comporta como ele... Mas não é ele... Como posso ter tanta certeza?
Porque eu coloquei amitriptilina no seu chá para que ele adormecesse no banheiro, eu nunca fui embora da faculdade antes dele, porque fui eu que ele viu naquela sala, fui eu que deixei ele ser morto pelos manequins, fui eu que estava desligando as luzes...
Acho que ele veio me buscar... Porque quando fala comigo, olha pra mim, fica comigo, age como um manequim, com sua face morta apenas esperando para que eu apague as luzes... Para eu ter o mesmo destino que ele teve...

Apenas plásticoOnde histórias criam vida. Descubra agora