PULSOU?

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*Prólogo*

Não quero ser um tremendo cara de pau, descarado o suficiente para falar que minha vida é cem por cento ruim. Tudo bem, ela não é tão ruim assim, cara. Porém, isso não significa nada que deva julgá-la dessa forma e sequer reclamar da sua, seu tabacudo.

Minha vida girou em torno de: exames de rotinas, andar pelo hospital e conversar com as enfermeiras sobre o dia. Ainda que soubesse que são as mesmas merdas de sempre. Eu apenas queria ser radical, sabe? Sair por aí com amigos, ficar bêbado. Não sei. Só queria pular o muro de alguma escola e ficar aos pegas com algum garoto ou garota no ginásio.

Não estou insinuando que ninguém que eu conheça tenha feito isso...

Mas sempre foi meu desejo, sabe? Aventurar-me em alguns lugares engraçadas com os amigos e amigas: correr, gritar, xingar alguém de arroz doce e depois cair no soco com ela.

Coisa de gente normal, talvez até ações cotidianas.

Mas não. Cá estou eu: sentado em um corredor de hospital andando com meu suporte para soro de um lado ao outro. Há pouco tempo passei a chamá-lo de meu-namorado-toxico. Sabe por que?

Vamos a explicação:

Primeiro e certamente bem óbvio: para todo e qualquer lugar que vou, este segue-me obrigatoriamente, sem importar para onde. Se vou cagar, tenho que levá-lo comigo, pôr ao meu lado enquanto to jogando tudo fora. Se for tomar banho de sol às sete horas da manhã, mais uma vez o coisa está presente. E pasmem, para almoçar o negócio encara-me metalicamente frio.

Muito chato, não gostei. Quero o próximo.

Amo conversar com as pessoas que estão ao meu redor porque eu imagino que, se ela está no setor cardiovascular, claramente está na mesma condição que eu: completamente fudida.
  
As paredes azuis e o ar-condicionado que, aparente colocaram na menor temperatura possível. Se pudesse reparar o meu pau nessas condições de clima, eu vou confundi meu mini Jimin com uma esfirra.

Eu posso parecer irritante por reclamar tanto da minha vida, tenho noção disso. Eu ainda tenho sorte de está lindíssimamente vivo, mediante a um sopro no coração em meio a espera por um doador há cinco ano.

Estes que parecem ter andado de ré de tão estressante. Cheguei a uma fase da minha vida que eu nem sentia mais as agulhas entrando na minha pele, sentia-me morto tanto fisicamente quanto psicologicamente. Estava exausto.
  
Mas isso não significa que estou reclamando, sempre há um lado bom das coisas, né? Até porque odeio olhar para tais circunstâncias.

Tenho minha enfermeira favorita: Jihyo. Essa mulher é tudo de bom, senhor dos filisteus, é um pedaço de mau caminho na minha estrada de barro. Quando ela perguntava se os efeitos colaterais dos meus medicamentos estavam pesados, eu respondia "Se o efeito for contemplar sua beleza, gata, eu me sinto ótimo", e do nada eu apagava e acordava em minha cama como uma múmia. Acho isso uma palhaçada. Hoje em dia não podemos nem flertar com as enfermeiras em paz. 

É gratificado a forma que ela toca em mim, sabe? É tão delicada, a forma que ela enfia a agulha em minha derme e coloca os medicamentos, é tão lindo a forma que ela me dopa por completo até dormir. Essa enfermeira é o próprio fruto proibido do Jardim do Éden.

Vocês não estão entendendo.

Jihyo é uma deusa, mano.

Uma completa deusa.

Me chama de fritura, porque eu só tenho óleos para você.

Mas, continuando sobre minha vida, vamos parar de falar da minha enfermeira gata.

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⏰ Última atualização: May 02 ⏰

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Califórniano • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora