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Mackenzie Thacker

                                   Long Beach, final do verão

Loucura

Isso só podia ser loucura, quem em sã consciência deixa Samanta Davis te acordar de manhã no último sábado antes das aulas voltarem para escolher uma roupa para um encontro que só vai acontece dali sete horas.

—Rosa ou Azul— falou ela levantando dois vestidos pelo cabide.

— Samanta pela amor de Deus não são nem dez horas da manhã ainda, me dá um tempo— falei deitando de novo na cama.

Escuto ela largando os cabides e vindo deitar em cima de mim.

— Vamos Mack temos que escolher sua roupa, tem que ser perfeito.

—Samy temos bastante tempo até o encontro— falei dando aspas na parte do encontro— e eu não vou com um vestido tubinho num parque de diversões, sua doida.

Ela rolou para o lado da cama e cruzou os braços se sentando.

— tudo bem sem vestido tubinho

— sem vestidos— corrigi

— Mackenzie— gritou com protesto

—Samy eu não sou um potinho de porpurina igual a você, desista— falei levantando e indo para o meu closet— então como foi o jantar ontem?

Perguntei me referindo ao jantar que sua família faz toda semana para se interagir entre si e não perder seus laços, a senhora devis inventou isso depois que descobriu a traição do marido, ela realmente estava empenhada em resgatar a família que um dia eles foram.

— o mesmo de sempre— falou deitando na cama de novo— sabe as vezes eu acho que se não fosse a Lily tudo ia estar pior.

O pai da Samy e um merda, mas a mãe dela e uma mulher de se admirar, ela simplesmente adotou a filha fora do casamento do marido e a cria como se fosse dela, a menina ama ela, e ela ama a Lily.

— Ela é uma peça— falei me referindo a Lily, ela é uma garotinha de quatro anos muito esperta.

— ontem ela falou que está namorando—falou ela rindo.

—Eu não acredito— fui ir sentar com ela na cama de novo— temos uma mini Samanta aqui.

Ela se sentou e olhou pra mim

— Por favor Mackenzie, você sabe que só tive meu primeiro namorado com seis anos— falou indo de volta ao closet.

— Só?

— sou uma alma apaixonada, oque posso fazer— pegou mais um monte de vestidos.

— Que tal a gente ir almoçar e depois tomar sorvete?— perguntei para distrair ela da missão vestido para o "encontro"

—No shopping???— perguntou dando pulinhos.

— e no shopping— falei pegando minha bolsa e indo para fora do quarto.

—Nós vamos de carro né?— perguntou com dúvida.

Olhei para ela, era a Samanta, eu confiava nela não teria problema, certo?
"Só o problema de você morrer dessa
vez "
Não dei ouvidos para meu sob conciente.

—Você vai andar devagar né?— perguntei mordendo o meu lábio de baixo, mania que tenho quando estou nervosa.

—Não vou passar dos 30—falou levando os dedos indicadores cruzados até a boca e beijando em forma de juramento.

— tá legal, vamos lá miss paixão

Ela veio rindo do meu lado.

***

—Então— perguntei de frente para ela e mostrando a roupa que eu escolhi.

Ela levantou seu olhos castanhos e me olhou de cima a abaixo me analisando, seus olhos foram do meu all star branco até minha blusa florida.

—Você está bonita — respirei aliviada— mas— lá se foi todo o meu alívio— está muito simples amiga.

Revirei meus olhos e fui atrás de uma blusa caso fizeste frio.

—Samy é um parque de diversões, não um red carpet— gritei de dentro do closet, quando achei a blusa, voltei para o quarto e encontrei Lana na porta.

—Vai sair florzinha?— revirei meus olhos de novo e fui até a cômoda pegar meu celular.

—Vou— falei colocando meu celular numa bolsa qualquer, Samy está tão quieta que se não soubesse que ela está ali, acharia que tinha ido embora.

—Não volte tarde querida—peguei Samanta pela mão e a levantei para irmos logo para fora.

—Não finja que se importa querida—falei passando por ela, desci as escadas e fui em direção a porta da frente onde estava o carro da Samy, que não dava um piu no meu lado, quando chegamos no lado de fora ela soltou o ar que eu nem sabia que ela estava prendendo.

—Ufa, ainda bem que a gente saiu, se não eu ia bater na cara dela— falou pegando a  chave do carro e o destravando, dei uma risada é entrei no carro.

—você não bate nem numa flor miss paixão— coloquei o sinto e me segurei no banco.

—Ela é uma vaca Mack, como você aguenta?— me perguntou ela enquanto dava partida no carro.

—Eu me escondo dentro de mim— falei olhando para janela, era assim que sobrevivia a ela, me escondendo dentro me mim mesma.

—Que profunda amiga, você podia escrever um livro—falou ela olhando para estrada.

— E Anne Frank, sua boba —falei rindo da cara dela de surpresa— você tem que ler mais Samy.

— Pra que se eu tenho você que os cita pra mim—falou dando uma olhada pra mim.

Olhei para melhor parte da minha vida, ela, minha melhor é única amiga de verdade, por isso eu aceitava suas loucuras, porque eu a amava.

***

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