"A cocoon
'Round your shoulders
When you're half cut..."Harry ainda se lembra do dia que viu Louis pela primeira vez, da sensação que os olhos azuis do garoto o causaram. Não poderia ser tão ruim, chegou a pensar. Mas muitas coisas passaram por sua cabeça desde então. Ele pensava demais, o que o causava crises com cenários criados deixando - o desnorteado por momentos que se encontravam com realidade, e em consequência, surgia um monstrinho que insistia em deixar Harry preocupado – mesmo que fosse com coisas insignificantes.
Louis pouco demonstrara seus sentimentos desde que se conheceu por gente. Era raro alguém tirar um sorriso de seu rosto, poucas coisas e pessoas o traziam esse feito. Harry foi uma delas, que naquele lugar onde a sua própria companhia era tudo que tinha, trouxera um sentimento simples, singelo e verdadeiro - que em algum momento passou batido por Louis. Mas ele não tinha culpa. Apenas fazia parte dele, assim como suas mudanças de humor, a falta de demonstrar interesse pelo meio social. E isso também explicava a sua preferência por ficar sozinho ou de passar o pouco tempo livre existente no jardim ao redor da instituição, admirando as plantas e as flores que pareciam transmitir paz para o pequeno rapaz.
Cada um dos pacientes viviam em seus respectivos mundos, mas apenas o de Harry e Louis pareciam se completar como Yin-Yang, a calmaria após uma tempestade ou até mesmo o som do romper das ondas em pedras costeiras. No começo Harry estranhou e não entendia o motivo de Louis sempre estar sozinho, e não adiantava ir buscar informações com os cuidadores, que na verdade pareciam guardas costas sob o comando da enfermeira-chefe, não iriam contar nada e tentariam evitar qualquer contato que ultrapassasse os limites existentes em relação a Louis.
Mas posso te assegurar que que isso não impediu Harry em sua busca por saber um pouquinho sobre o garoto que captou sua atenção - e seu sono, cada segundo, minuto de seu tempo até que fosse submetido a algo que lhe mudaria por completo.
Era gracioso ver os momentos que passavam juntos mesmo que os fossem tão ingênuos; das trocas de sorrisos durante os momentos de socialização ou de quando Harry procurava ter a atenção de Louis e fazer algo bobo. Eles apenas estavam descobrindo o que era o amor, da forma mais simples e juntos. Faltava amor em cada gesto, ato praticado por qualquer pessoa na instituição, mas eles eram capazes de suprir essa falta - como um girassol na ausência do sol, que basta um virar para o outro e isso já é o bastante para o manter vivo. Acho que essa é uma boa definição da amizade deles.
Era o que chegaram a achar. Apenas amigos.
Havia um certo acontecimento que ambos guardavam com carinho. Pode parecer tolo, comum, e até mesmo corriqueiro para nós, mas não para eles e muito menos para Louis. Sua família não enxergava a amizade entre os dois com bons olhos, e até em certo ponto, desprezavam a forma que Louis havia "progredido". Agora ele conseguia manter alguma conversa por mais tempo do que o habitual, mas ainda era comum ter alucinações e pensamentos desnorteados. Era um pequeno e significante avanço que levou Louis a demonstrar sinais que gostava da companhia de Harry.
"Hey, para você, Louis." Harry disse entregando uma pequena flor branca.
Louis por instantes divide seu olhar entre Harry e a flor entre seus dedos antes de finalmente pegá-la e sorrir. Ele a leva até o nariz para sentir o leve aroma, ainda com um sorriso presente em seus lábios.
"Posso lhe dizer que vai ser a minha favorita daqui para frente." Comentou ele.
Harry definitivamente guardaria essa informação até quando a sua memoria permitisse. Ainda nesse mesmo dia (para a surpresa dele), depois de algumas voltas e entre comentários e períodos em silêncio, quando se sentaram para aproveitar a brisa morna de uma tarde típica de primavera, Louis instintivamente segurou a mão de Harry. – A princípio, jurei que Harry teria esse instinto de demonstrar algo primeiro, mas pelo visto fui enganada pelas minhas próprias convicções –. Harry olhou para Louis ainda sem uma expressão concreta em seu rosto, o gesto do menor havia o pego de surpresa; sentia a pele macia e fria de Louis contra a sua, e logo depois a cabeça pousar sobre seu ombro e um breve suspiro vindo dele. Harry fechou os olhos brevemente com um sorriso calmo e vitorioso no rosto, aproveitando aquele contato que a tanto tempo não recebia.
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Could it have been different? | oneshot | Larry Stylinson
FanfictionLouis Tomlinson já estava lá quando Harry Styles pousou seus olhos nos dele. Mundos completamente diferentes colidindo. Um grande problema? Talvez. Mas em algum momento, alí mesmo, nos lugares onde histórias de amor não costumam começar, aconteceu...