Às vezes os monstros somos nós mesmos.
O parque monstro estava na cidade, iria abrir a noite, eu, assim como todas as crianças estávamos ansiosos, afinal diziam que eles tinham monstros de verdade, eu só acredito vendo, dizia, estava lotado quando cheguei com meus amigos, não havia só a exposição dos monstros, havia vários brinquedos, montanha russa, roda gigante, carrinho bate-bate, barco viking e tantos outros, após longos minutos finalmente conseguimos comprar nossos ingressos e entramos no parque, corremos para a exposição dos monstros, foi arrepiante, enormes criaturas horrendas, algumas super peludas, outras pareciam uma mistura de gente com lagarto, outras tinham olhos gigantes, e tudo o que nos separavam das criaturas eram placas de vidro, uma criatura me chamou atenção parecia ser uma espécie de lagosta gigante com pernas humanas, quando me viu a criatura correu e bateu no vidro com força, grunindo, eu tomei um susto e cai, meus colegas riram de mim, mas reparei que várias criaturas estavam coladas no vidro berrando, assustador, pensei.
Não dava para ficar no parque de diversões e não curtir os outros brinquedos, a fila da montanha russa estava muito grande, então decidimos ir nos outros brinquedos, queríamos aproveitar o máximo, não era sempre que havia um parque daqueles na cidade, o parque foi esvaziando aos poucos, quando decidimos finalmente ir na montanha russa não havia mais fila, na verdade parecia que só tinha nós no parque e os funcionários que nos olhavam dando sorrisinhos de canto, senti que tinha alguma coisa errada, um calafrio tomou conta do meu corpo e desisti de ir, mas meus amigos me provocaram me chamando de covarde, e então mesmo desconfortável decidi ir.
Entramos no trenzinho da montanha russa, o funcionário pôs os cintos em nós e ligou o trem começou a se mover lentamente subindo, mas não demorou muito e quando desceu pegou velocidade, meus amigos se divertiam, mas eu estava tenso, e então o trem entrou em um túnel e quando saiu do outro lado, não estávamos mais no parque, estávamos em um deserto e não estava mais de noite, o sol estava escaldante, de repente meus amigos começaram a gritar, olhei para eles, estavam crescendo de modo assustador, um deles ficou peludo, outro a pele se transformou em escamas de lagarto, o outro os olhos se esbugalharam, e eu minhas mãos estavam se transformando em garras de lagosta, conseguimos nos soltar do trenzinho e cada um correu para uma direção, eu corri também, até que cansei e do nada surgiu uma placa de vidro, idêntica a da exposição dos monstros, quando olhei para ela, vi do outro lado, um menino me olhando, custei a acreditar, mas era eu, corri na direção dele e bati com tudo no vidro, ele caiu de susto, eu tentei falar, mas saia apenas grunhidos assustadores, e então eu percebi havia me tornado uma lagosta gigante com pernas humanas.
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Histórias curtas para leitores apressados
Short StoryNão tem tempo pra ler histórias longas? Está sempre com pressa? Então essa coletânea de contos foi feita pra você. Histórias Curtas para leitores apressados.