❛ Dou um passo adiante, eu estou na fila do caixa de um super mercado, suspiro lembrando que já fazem vinte minutos que eu estou presa ali, e só estava na metade! Depois de mais vinte minutos, finalmente chega a minha vez, pausei minha música antes de tirar um dos meus fones do ouvido.
- Boa tarde, moça! Cartão por favor. - digo sorrindo fraco, eu estava com fome e sede.
A atendente nem me responde ele começa a passar minha compras, assim quando chega no final ela pega a maquininha de cartão, digo a ela que é no débito, ela clica em alguns botões, que não entendo nada sobre. O garoto, de aparentemente 15/16 anos, cabelos tão escuros quanto a noite, chegando a se tornarem azuis, olhos da cor do oceano, um tapa olho preto, um pouco maior que eu, pele pálida e vestido com roupas bem diferentes, estava atrás de mim, prestando muita atenção a cada ação minha, me virei e olhei em seus olhos, paralisando por um momento, de repente senti como se uma explosão de cores e sensações acontecesse no meu estômago, meu coração acelerou e minha respiração parou por um momento, ele pareceu ter a mesma reação, senti como se o conhecesse antes, de algum lugar... algum lugar desconhecido, era inegável a ligação entre nós dois, então ele sorriu, e uma sensação de conforto nunca sentida antes se instalou em mim.
- Pode tirar o cartão. - Ela olhou para a tela da maquininha, e depois pra mim de novo. - Não foi aprovado, tenta de novo.
Concordei e repeti o processo, coloquei o cartão lá e digitei a senha.
- Reprovou de novo. - Naquele momento eu já estava ficando tímida e nervosa, devo admitir que eu sou uma pessoa meio tímida pra esse tipo de situação.
Fechei os olhos tentando pensar em algo, já estava começando a entrar em desespero, minha aflição não era facilmente notável em meu rosto, eu sei disfarçar bem. Mas ele notou... o garoto atrás de mim, que se aproximou por trás rindo baixo.
- Aqui... - Ele tirou o cartão da minha mãe de lá, me virei para o mesmo que sorriu de maneira fraterna. - Estava ao contrário. - Ele disse carinhosamente sorrindo pra mim.
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Olhei pra baixo, meu rosto queimava de vergonha enquanto o moreno ria, virando o cartão do lado certo, e a moça do caixa dizia que estava tudo bem. ❜
