01

597 36 26
                                    

Oi galera, tudo bem?
Espero que vocês gostem da fic! Eu realmente não sou a melhor na escrita, muito provavelmente irão ter erros ortográficos. Deem ideias para a fic e comentem o que estão achando!
Boa leitura💗✨

------------------------------------------------------------

 A garota de pele bronzeada e óculos escuros sentia a brisa do mar bater em seu rosto enquanto andava em sua bicicleta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A garota de pele bronzeada e óculos escuros sentia a brisa do mar bater em seu rosto enquanto andava em sua bicicleta. O entardecer daquele domingo estava divino e digno de tirar sua antiga amiga do fundo de sua garagem e ir dar uma volta no calçadão.

Com apenas dez anos, Mônica era uma garota muito esperta e independente. Acho que adquiriu aquilo com a liberdade que ganhava de seus pais desde pequena. Os Jonhson's moravam no Rio de Janeiro há muitas gerações, mesmo tendo o sobrenome estrangeiro. A família era composta de quatro integrantes: Ana Jonhson, sua mãe, Eduardo Jonhson, seu pai, Marissol Jonhson, sua irmã mais velha e Mônica Jonhson, acompanhados dos nomes mais compridos que você já viu, mas se apresentavam só como Jonhson's. Mesmo as irmãs terem sete anos de diferença e personalidades totalmente distintas, eram muito amigas e sabiam todos os segredos uma da outra.

A mais velha era o sinômino de um anjo. Muito inteligente, educada, bonita, quieta, comportada e envergonhada. Ao contrário da mais nova, que era a encarnação do Diabo. Vivia arranjando briga, não tinha papas na língua (menos com sua mãe, Mônica não era nem louca de a desafiar), era a única garota de sua escola no time de vôlei e futebol, adorava pregar pegadinhas, surfar e tocar bateria. Uma combinação muito estranha e caótica, que já rendeu muitas noites mal dormidas da coitada de Marissol, que dividia o quarto com ela. E para fechar com chave de ouro, era uma bruxa. Isso mesmo que você leu, uma bruxa.

Seus poderes começaram a aparecer com cinco anos, quando uma garota estava fazendo uma brincadeira de muito mal gosto com sua irmã mais velha, derrubando seus livros no chão e puxando seu longo e encaracolado cabelo. Mônica viu aquilo, o que a deixou muito irritada, e num passe de mágica literalmente, o cabelo da garota começara a pegar fogo. Nem preciso falar como a bruxinha riu, fazendo a situação ficar ainda mais caótica. Seus poderes sempre apareciam em momentos em que precisava ajudar a irmã (ou pregar peças, mas essa parte ninguém precisava saber). Ela também começou a ver lugares que os outros integrantes da família não conseguiam, como bares lotados e casas bem peculiares, enquanto seus pais e irmã viam bares decadentes e terrenos vazios. No começo era engraçado, tinha que admitir, mas agora virou loucura.

Determinada a descobrir mais sobre aquilo, foi a dez bibliotecas e leu duzentos livros, mas não achou nada. Realmente achava que estava ficando louca. Sua última esperança eram um daqueles bares. Entrou no que menos tinha cara de ser sequestrada e foi falar com o atendente. Como sabia que podia confiar nele? Ela perguntou a si mesma e um cardápio veio voando até suas mãos. Ainda mais intrigada, chamou o garçom e o contou tudo.

-Ora, ora, ora, temos uma nova bruxa na área. Não encontrou nada nas bibliotecas trouxas não é mesmo? Então sente-se que irei lhe contar

Depois de ter todas as suas respostas, saiu satisfeita do bar sem mesmo ter tocado em nada e foi correndo para casa. Contou tudo aos pais, que a acharam louca, mas deixaram sua filha de dez anos viver com a fantasia, já que a notícia que o casal tinha era devastadora e as crianças precisariam de algo para se agarrar.

Agora, Mônica andava de bicicleta no calçadão em frente a praia para pensar sobre tudo aquilo. O mar a acalmava, por isso surfava. Toda vez que se metia em brigas ou fazia algo que se arrependeu por ser uma completa burrice, pegava sua prancha e ia surfar até se acalmar. Hoje só pedalou por lá pois a praia estava cheia, afinal, as famílias que não moravam perto da praia sempre esperavam os fins de semana para visitar o lugar.

Aquilo era loucura. Há um ano, ela era só uma garota comum. Agora, descobriu que era uma bruxa e que os cabelos pegando fogo, os tropeços que quase sempre terminavam em uma perna quebrada e os cabelos coloridos de seus professores eram culpa sua. Não se sentia culpada, nem um pouquinho, mas era loucura. Também descobriu que daqui algumas semanas iria receber uma carta a convidando a estudar no CasteloBruxo. Que iria abandonar seus amigos e família para se tornar uma bruxa. Era loucura.

Foi tirada de seus devaneios quando percebeu que chegou em casa. Deixou a bicicleta na garagem e foi pra dentro de casa, encontrando uma irmã com cara de choro e pais com cara de que acabaram de cometer um crime

-Ei, o que aconteceu?- ela disse enquanto abraçava sua irmã

-Mô, vem aqui. Nós precisamos conversar- seu pai disse e apontou o sofá

-Meus queridos! Estão cada vez mais lindos ou é impressão minha? Eu juro que não fiz nada! Bom, essa semana. Poxa, fiquei na minha, não relei em ninguém. Menos naquele garoto do outro time do futebol, dei uma cutuvelada nele mesmo, mas o...

-Não é sobre isso. Vou direto ao assunto filha. Eu recebi uma proposta de emprego muito boa...

-Que ótimo pai! É perto da praia? Porque se for você pode me deixar lá no caminho, vai ser bem melhor dar só uma viagem a pé com a prancha debaixo do braço

-Filha, o emprego é na Inglaterra. Nós temos que nos mudar semana que vem. Os documentos já estão todos certos

-O QUE? COMO ASSIM PAI?

-Desculpe- ele disse e sua mãe começou a chorar. Mônica nunca tinha visto seu pai chorar e sua mãe falou que o viu chorar uma vez. Depois que ele perdeu a mãe aos cinco anos, sua família inteira desabou e agora o único vivo é ele, então a garota assume que seu estoque de lágrimas secou.

Mônica ficou desesperada. Uma coisa era ficar na escola de magia por alguns meses, mas abandonar tudo? Aquilo era ridículo. Inglaterra? O que ela vai fazer lá? Surfar naquele mar congelante e sair de casa com vinte e cinco mil casacos?

Toda a família se juntou em um abraço no meio da sala, com direito a choro e a esmagamento. Eles ficaram naquele abraço por algum tempo, mas a menor estava ficando sem ar

-Gente, realmente tô curtindo muito o momento família, mas vocês estão me esmagando

Depois de uma conversa com os pais e irmã de quase três horas sobre a mudança, cada um foi para seu quarto e dormiu sem nem mesmo jantar. Mônica entendia que aquilo era necessário e que a situação da família iria melhorar muito. O problema não era a língua, já que sabia falar inglês fluentemente por conta de seus pais. O objetivo de vida deles era dar uma educação boa para suas filhas. Não importa se o dinheiro não era muito e que eles ficassem sem seus presentes de aniversário de casamento, a prioridade era a educação de suas filhas.

Na última semana deles no Brasil, arrumaram tudo e venderam coisas como o carro e a casa, visitaram toda a família e os amigos, Mônica tocou bateria com sua melhor amiga mais uma vez e foi para a praia todos os dias. Também saiu dos times de futebol e vôlei, fez as pazes com as garotas e garotos que havia brigado por conta de suas pegadinhas e abraçou todos os professores que encontrou. Marissol fez quase o mesmo, tirando a parte da praia, a garota odiava a areia e se queimar, afinal, não ficava bronzeada como sua irmã, ficava parecendo um camarão ambulante. Aquela era a única parte que havia ficado feliz de se livrar

E com suas bagagens e uma prancha de surf que Mônica se recusou a deixar pra trás, a família Jonhson foi para Inglaterra, cheia de esperanças, incertezas e medos.

A MarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora