Capítulo 2- A Garota das Meias

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Capítulo 2: Yamato
Chegamos no aeroporto. Tirei minha mala do carro, enquanto minha mãe mantinha o olhar em mim.
- Yamato, você tem certeza que quer mesmo ir? Seu pai e eu sentiremos saudades, já estamos sem Sora em casa.
- Mãe, você sabe que se ele realmente sentisse minha falta, não estaria sempre trabalhando. E você pode se ocupar, abriram um shopping novo no centro.
Ela fechou a cara. Sabia que eu falava a verdade. Mesmo comigo em casa, eles nunca prestaram atenção.
- Se é isso mesmo que você quer, vá Yamato, mas saiba que pode voltar a qualquer momento.
Me despedi dela e peguei meu vôo sem nenhuma dúvida em minha mente. Eles sempre achavam que eu não iria conseguir nada, que precisaria sempre correr para eles.
Flórida era o lugar certo para ficar longe por um tempo. Sora tinha tido sorte, saiu de casa cedo, estava fazendo um intercâmbio na Austrália. Minha mãe adorava me lembrar disso.
[...]
Cheguei e percebi que Flórida era mais bonita do que imaginei. Encontrei rapidamente o apartamento que meus pais tinham comprado pra mim. Eu não queria mais isso deles, mas não me deixaram escolha. Ainda mais pq meu primo Hiroto morava um andar a cima, acharam que seria bom eu ter algum conhecido por aqui.
A primeira semana foi bem entediante. Não ruim, as comidas são boas,a moça do mercado da esquina é gentil, e o meu primo mesmo doidão é gente boa. Mas sinto que ainda não me encaixei totalmente nesse lugar.
O primeiro dia de aula sempre tende a ser um dos piores. Principalmente por causa da apresentação que temos que fazer. Eu n gosto dessa idéia, nem um pouco.
Estou Agora tomando meu café da manhã e olhando pela janela. Daqui já é possível ver o colégio. Meus pais fizeram questão que eu ficasse em um lugar perto pra não precisar caminhar muito.
Peguei a minha mochila e sai. Fui caminhando calmamente e contando as árvores que encontro. Até o colégio, contei treze.
Cheguei e fui direto na direção. E como sempre, meus pais já haviam ligado. O diretor ficou me explicando as regras do colégio, coisas como "não toleramos brigas em nossa escola" e outras coisas. Até ele contar todas, já estava quase no horário de aula.
Fomos caminhando pelo corredor, e claro, ele continuava falando. Estava falando como a escola era bem vista, era referência. Eu não estava nem um pouco interessado nesse assunto, então virei meu rosto para o outro lado, olhando em direção ao que parecia ser um refeitório.
Foi nesse momento que eu esbarrei em alguém. Ouvi um barulho, e em seguida vários livros no chão. Havia uma garota na minha frente, de cabelos e olhos castanhos, com uma blusa por baixo de um vestido tapando seus ombros.
- Droga!- ela exclamou, se abaixando e juntando seus livros, parecia brava e atordoada.
Então, ela levantou a cabeça e me olhou. Seu rosto era delicado, suas bochechas estavam vermelhas e seu cabelo acima do ombro mexia-se.
- Senhorita Müller, acho que não é essa a educação que é oferecida em nossa escola.
A menina logo levantou-se.
- Desculpe senhor Collins.
Eu não sabia o pq, mas havia algo que me chamava atenção nela. Tinha um jeito engraçado, contagiante.
- Bom, já que atrapalhou nosso rumo senhorita Collins, acho justo que leve o aluno novo de intercâmbio até a sala de Ciências, mostre que temos educação.
Eu não sabia se a menina tinha gostado da ordem do diretor, ela apenas ficou parada me olhando.
- Então.... Você vai me levar pra onde mesmo?
Ela deu um leve pulo e me olhou novamente. Segurei meu riso diante dela. Realmente tinha um jeito engraçado, e eu diria até agradável.
- Ahh, me desculpe, venha comigo, vou levar você até a sala de Ciências.
Segui ela pelo corredor, que estava vazio já.
- Então, como você se chama?
- Meu nome é Yamato.
Ela olhou pra mim como se esperasse alguma coisa.
- Bom, eu me chamo Ellie, obrigado por perguntar.
Olhei para ela. Era uma menina bonita.
- Bom, a sala de Ciências é aquela ali- disse ela apontando para uma sala na frente.
- Obrigado.
Ela balançou a cabeça e virou-se. Enquanto caminhava pelo corredor, observei que o me chamou atenção nela foram sua meias. Só ela usava daquele tipo, ninguém mais.

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