Conselho

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Hinata estava a uns belos 10 minutos encarando o grande portão do Palácio. Os empregados passavam e cumprimentavam Hinata, recebendo um aceno e um sorriso de volta. Hinata era querida pelos empregados porque os via como alguém próximo da família e não um objeto como os demais líderes. Graças a Hinata, os castigos físicos aplicados a empregados foram proibidos em todo o território de Konoha. Hinata era vista como alguém gentil e adorável.

Mas no momento, não estava nada adorável.

Os cabelos soltos estavam bagunçados, dando-lhe uma aparência de louca. As bochechas sujas e vermelhas, devido ao tempo correndo, reforçavam essa aparência. A roupa tinha um rasgo lateral, perto da panturrilha, e a mão estava sangrando a ponto de pingar e formar poças no chão, devido a um problema com um urso na volta para o Palácio.

Após entregar o cavalo a um funcionário, Hinata finalmente entrou pelos grandes portões do Palácio. Teria de entrar, uma hora ou outra, e preferia que fosse agora. Mas por azar do destino, havia esquecido do chá de fim de tarde, que acontecia todo final de tarde entre as mulheres do Palácio, para treinar a etiqueta com as mais novas e fofocarem sobre a vida amorosa de cada uma. Mulheres do Palácio só se importavam com seus maridos, com quem tinha o marido mais rico, quem tinha o marido mais bonito... Maridos.

Hinata sentiu o rosto esquentar ao ver todos os olhares do Jardim direcionados a si. Arrependeu-se de não ter escolhido o portão principal para entrar. Em seu planejamento, o Jardim estaria vazio e poderia entrar despercebida. Mas ao invés de vazio, o jardim estava tomado pelas famílias dos Líderes presentes. Até mesmo alguns dos Líderes estavam lá, sentados, a encarando estupefatos com o seu estado deplorável. Aquilo era quase um insulto!

Hanabi levantou-se rapidamente e correu até a irmã.

- Está machucada? Foi atacada?

- Não, encontrei um urso... Tive que voltar. Vou para meu quarto.

Hinata beijou o topo da cabeça da irmã e dirigiu-se até o interior do Palácio, sentindo os olhares sobre si. Parou na porta, e virou-se para os presentes.

- A reunião será em algumas horas, antes do jantar. Avisem aos outros.

Sua voz soou firme, mas por dentro estava trêmula. Sentia-se trêmula. A mão que estava cortada latejava e sentia-se fraca pela perda de sangue. Tentava manter a postura para não desabar ali, na frente de todos. Assim que terminou de falar, virou-se e entrou, batendo a grande porta de madeira atrás dela. E desabando, recostada sobre a porta. Seu peito parecia que ia explodir, sua respiração estava ofegante. Sentia-se zonza, e principalmente com fome. Mas antes de tudo, precisava de um banho.

Quando tentou se levantar, Hinata sentiu as pernas fraquejarem e caiu novamente. Uma das empregadas, Natsu, viu e correu para ajudá-la. Hinata agradeceu a ajuda e foi para o quarto amparada por Natsu. Lá, ela agradeceu a ajuda e dispensou a moça. Natsu era basicamente uma mãe para Hinata e principalmente para Hanabi, já que foi sua ama de leite. Hinata nutria um sentimento especial por Natsu, como uma mãe mesmo.

Após ser deixada sozinha no quarto, aprontou-se para um banho enquanto Natsu ia na cozinha buscar um lanche leve. Hinata agora, precisava de um preparo mental para o pior momento de sua vida. O conselho.

Do outro lado do Palácio, Naruto treinava suas habilidades com a Katana sem muito sucesso. Naruto era um excelente guerreiro, mas se tratando de Katanas, ele era péssimo. Sentia-se sem equilíbrio manejando a longa e afiada espada.

- Sua irmã tem mais habilidades do que você, seu Dobe.

A voz de Sasuke Uchiha fez Naruto revirar os olhos. Apesar da rivalidade dos pais, Naruto e Sasuke eram melhores amigos, e ao contrário do loiro, Sasuke era o melhor espadachin conhecido. 

ImperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora