capítulo 36

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Luan Narrando

Olhar pra cara sinica de coruja, tava me dando mais ódio ainda, nem todo perfurado, a desgraça perde essa marra, se fuder rapaz, ainda quer me colocar como traíra, acha que eu devo gratidão eterna a ele, parece até que foi de graça.

- vai me matar por causa de putinha? Tem certeza Luan? Logo eu, que te criei como filho, mas é isso, você é que nem aquela sancizeira desgraçada da sua mãe, eu devia ter deixado  você morrer - cuspiu na minha cara

Puxei  a faca e cravei na caixa de seus peitos, sentindo o sangue jorrar em mim, coruja começou a revirar os olhos e gritar de dor, peguei o álcool e joguei no corpo dele.

- Luan, estão te chamando no posto é alguma coisa com Rafaela, deixa que eu termino aqui - falou tocando no meu ombro

- manda a cabeça dele de presente pra o comédia lá, some com o corpo, deixa só cinza - encarei coruja pela última vez.

Ia vim direito pra o posto, mas quando eu vi a minha roupa, cheia de sangue, passei em casa primeiro, tava aliviado, agora só falta o pai dela, mas esse aí eu tenho que agir com cautela, comparado a ele, eu não sou nada, todo mundo deixa falha e eu vou descobrir a dele; tá longe de ser certinho.

- qual foi Sabrina, cadê Rafaela, temh notícias? - perguntei preocupado

- ainda nada, a enfermaria disse que daqui a dez minutos e lá?

Ela  tinha fraturado o braço e ralado a perna, contei a ela tudo que aconteceu, sem esconder nada, não sou de ter remoçõs, já estava nervoso, ali parado e sem notícias, levantei e fui atrás da enfermeira.

- ela tá passando pela curetagem senhor, infelizmente o embrião por ser muito novinho, não aguentou,  eu sinto muito por vocês, nesse momento eu peço que tenha compreensão com ela, não é fácil pra uma mãe, daqui a pouco libera ela pro quarto - a enfermeira falou

- ela vai ter todo apoio sim, muito Obrigada - falei saindo

Pela primeira vez, senti a vontade de chorar de tristeza, de ódio, tudo junto misturado, meu filho, tinha nada haver com essa porra, era uma vida inocente, fiquei pensando em várias paradas, mente foi em outro mundo, enquanto fumava um cigarro, tava inerte,  só o corpo ali.

- Luan, ela ja está no quarto, preferir que você  fosse primeiro, depois eu vou - Sabrina falou

- tô indo já  - joguei  cigarro fora

Nem sabia como agir, bagulho doido tanto pra mim, quanto pra ele, nem tem palavras pra isso, porra é foda, entrei na enfermaria e segui procurando o quarto, quando chegou no dela, respirei fundo e entrei.

- desculpa, se eu ficasse em casa, meu filho ainda estaria aqui - falou com a voz de choro

- não se culpa não pcr, infelizmente tinha que ser assim, é plano de Deus, depois nós vai se encher de bacuri, você vai vê, o importante é você ficar bem, eu te amo  - falei segurando a mão dela

- eu também te amo- falou deixando a lágrima escapar.

Tem parada que não precisa ser dita, só sentida, fiquei ali com ela, fazendo carinho em seu cabelo e tentando entender os propósito da vida.

- eu durmo aqui com ela, aposto que você tem muita coisa pra fazer - Sabrina falou

- qualquer coisa me liga, que eu venho - falei dando um beijo na testa de Rafaela.

Ela tá mal pra caralho, chorando, se sentindo culpada, não gosto dela assim, nem fui em casa, desci direto pra boca acendi uma verde e coloquei a carreira de pó, pra eu cheirar a primeira, precisava ficar acordado, tenho que planejar tudo.

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