1 Capítulo.

7 1 0
                                    

BEATRICE COSTANTINE

Respiro.

Voce não é igual a eles. Agora
continue!

Inspiro.

Lute Beatrice, você não pode ser fraca.

Respiro.

A dor não te assusta Beatrice!

Inspiro.

Esqueça o medo. Ele não tem mais lugar na sua vida.

Respiro.

Algumas pessoas nascem predestinadas a serem poderosas. Voce é uma dessas pessoas!

Inspiro.

Se você não se salvar. Ninguém irá fazer isso por você.

Paro por um momento, meus
braços necessitavam de descanso e eu de oxigênio. A água estava gelada para caralho.

- Senhora? - Alguem me chama. Olho pro lado e vejo Cora na beira da piscina com seu vestido preto até o joelho e um par de cuturnos limpo.

- Sim? -Respondo a ela enquanto saio da piscina e ela imediatamente me entrega uma toalha.

- O senhor Rocco ligou e pediu para
avisa-la que esta tudo pronto para a
viagem a Chicago amanhã. E o seu advogado chegou e está te esperando no escritório.

-Ótimo. E Cora?

- Sim, senhora?

- Preciso que selecione algumas
pessoas de sua confiança para se
mudar pra Chicago comigo. Você será
a responsavel por qualquer deslize
delas, entendeu?

- Perfeitamente, senhora. Irei providenciar agora mesmo. Com licença. - Ela foi embora e eu fiquei sozinha de novo.

Eu sentiria falta da Itália, eu
amava aquela cidade, a cultura e principalmente a culinária, eu havia feito dela o meu lar, porém, era temporário eu tinha que voltar para Chicago e assumir os negócios da famiglia. Meu pai me
treinou pra isso e eu não podia
decepciona-lo, mesmo depois de morto.

Quando eu entro na sala principal subo a escadaria e ando até o final do corredor e entro no meu quarto, indo  diretamente pro banheiro tomar um banho e colocar uma roupa adequada para receber meu advogado.

Quando entro no escritório encontro meu advogado sentado na poltrona de frente a minha mesa, mexendo no celular. Eu odiava as visitas dele. Termino de entrar na sala e me senta na minha cadeira. Olho para ele, esperando que comece
com a burocracia de " Seu pai queria..." mas ele não fala nada, então eu começo:

- Creio que veio trazer noticias
desagradaveis. - Continuo olhando pra ele e com o tom de voz baixo.

- Sua irmã quer abrir o testamento antes de você chegar. Precisamos que se mude para Chicago essa semana,
ela quer assumir o controle dos negócios.

- Ficou a vida toda gastando dinheiro, se esbaldando em viagens luxuosas e
agora ela quer adiantar o processo de
lei e assumir o meu lugar? Ela tem chances? Alguém apoia ela?

- Não e não. Voce sabe que ela acha que irá assumir os negócios da família, porquê você esteve fora por muito tempo e o seu irmão não tem interesse em assumir. Precisa ir logo, afinal, os negócios não podem parar.

- Eu vou amanhã não precisa se preocupar. Eu quero me situar com a situação dos negócios legais e os ilegais, você poderia fazer um relatório pra mim? Pode enviar por email. - Ele
me estende a mão e me entrega um
envelope pardo.

- Leia, eu vou embora agora pra preparar os relatórios.

Ele me espia com os olhos semicerrados me analisando rapidamente. Enquanto eu destaco a parte do envelope ele se levanta e vai embora, tiro o papel de dentro do envelope e percebo que é uma carta. Um carta do meu pai.

"Querida Beatrice,

Voce odeia despedidas e odeia ainda mais choros, você puxou isso de mim e me sinto orgulhoso. Minha pequena menina de olhos cor de mel e cabelos pretos como a noite, a vida nao foi fácil para você, te tirei de sua mãe e seus irmãos e te criei na base da frieza e treinamentos. Não me arrependo, você superou as minhas expectativas e se transformou na pessoa certa pro trabalho. Mas eu preciso te confessar, não será facil, seus irmãos são tao mimados que tenho vergonha de dizer que carregam o meu sobrenome, você Beatrice, voce é a filha número um, a minha primogenita, mesmo que por alguns pouco minutos de diferença, voce ainda é. Eu te tirei dos braços da sua mãe quando você só tinha 10 anos e essas lembranças me atormentam até hoje, mas fiz isso para você ser forte, para você ser capaz de aguantar toda a pressão de assumir não so as Costantini Indústrias, mas toda uma mafia americana. Você é minha maior e última cartada contra meus inimigos.

Agora chega de idiotices, creio que
esteja se preparando para voltar para
casa, então aqui segue suas principais
regras, a primeira não confie em
ninguém cegamente além de você mesma, afinal todo mundo pode trair todo mundo. A
segunda, sempre escolha a si mesmo
e a família. E a terceira, em casa de
traição, não ha perdão. Faça o seu legado minha menina.

Seja uma lenda. Até a Lua.

Joseph Costantine."

Fecho os olhos e respiro fundo.

- Até a Lua pai.

Eu sou Beatrice Costantine, CEO de uma das maiores empresas da América e chefe do submundo de Chicago.

ESCAPEOnde histórias criam vida. Descubra agora