How can you miss someone you've never met?

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How can you miss someone you've never met?
'Cause I need you now but I don't know you yet
But can you find me soon because I'm in my head?
Yeah, I need you now but I don't know you yet

Quando tudo começou...

A primeira coisa que preciso dizer é que não faço ideia do porque estou caminhando pelas ruas da cidade que nunca dorme a essa hora da noite. Simplesmente coloquei um tênis, meu fone de ouvido e deixei que meus corpo me guiasse sabe-se lá para onde.

As vezes parece uma piada do destino como as ruas dessa cidade parecem sempre estar cheias, não importa a hora, de pessoas tão vazias indo de um canto para outro apenas viver a sua próxima aventura que tirará seus pés do chão, vendendo suas almas para perder o folego mais uma vez. Não sei dizer quanto tempo caminhei por aí, sendo exatamente como todas as outra pessoas dessa cidade, mas sei que meus pés estão começando a doer, o que me parece um bom indicativo de que eu deveria me virar para ir para casa. É nesse momento que decido olhar ao redor, percebendo que, ao contrário do que eu acreditava, eu estou a apenas uns 20 minutos de casa, já que seguindo em frente posso ver um parquinho em frente a uma escola infantil.

Meus pés me carregam para o banquinho mais afastado da praça e por um segundo me deixo inundar pelas memórias de correr e pular e subir na árvore mais alta sonhando em um dia alcançar o céu com Becca e com... De andar de mãos dadas com meu pai por aquela calçada e correr para dentro da pequena escola infantil porque eu sei que alguém estaria esperando por mim.

Mas quem?

A algum tempo tenho tido esses problemas. Problemas para lembrar e problemas para esquecer, problemas para dormir e para simplesmente seguir, mas o pior é, definitivamente a saudade de algo que eu nem sei o que é.

Sou arrancado de meus questionamentos pela vibração em meu bolso, porque alguém me ligaria a essa hora? Quando finalmente resgato o aparelho dos confins do meu casaco vejo que é Becca me ligando.

"Oi Becca, aconteceu alguma coisa"- instantaneamente preocupado se algo teria acontecido em casa enquanto eu estava vagando por aí.

"Não. Eu acordei e você não estava no seu quarto então resolvi ligar para saber se tá tudo bem."

"Só não consegui dormir" Sei que minha voz é desanimada e pelo suspiro que ela deixa escapar do outro lado da ligação, sei que ela percebeu isso.

"é melhor vir para casa irmão, o sol já vai começar a nascer e nós dois sabemos como está seu horário de dormir ultimamente" Ela desliga a ligação e por alguma razão aquela frase simplesmente... coça. Sim, a palavra que melhor define a sensação é essa, aquela frase coça no fundo da minha mente todo o caminho de volta a casa de dois andares que sempre foi meu porto seguro mas que ultimamente não tem parecido tanto assim com... lar. Como se lar fosse outro lugar... um outro alguém.


Alguns meses antes, no mesmo parquinho...

"Sério Simon, o que esse lugar tem de tão diferente de todos os outros parques da cidade? Porque fugir para cá" Não que o lugar não fosse agradável de se olhar, mas Raphael não poderia entender o porque de o novato parar lá.

"Eu costumava vir aqui com a Becca e a Clary quando era pequeno. A gente costumava brincar nessa areia e subir naquela árvore. Eu costumava achar que se conseguisse chegar até o topo daquela árvore eu finalmente poderia tocar o céu." Simon empurra um pouco o balanço olhando para o chão em uma tentativa de não deixar que Raphael saiba que ele se sente levemente envergonhado por isso.

"Normalmente leva alguns anos antes que os imortais comecem a se sentir nostálgicos" A frase é dita como um fato, de alguma forma com a quantidade certa de sarcasmo para não parecer uma bronca ou algo assim.

Simon finalmente olha para o que em nada se encaixa com o local, vestindo um terno de três peças azul marinho aparentemente desconfortável e sapatos sociais muito caros. Isso o faz se perguntar como se encaixaria na vida daquele homem com suas camisas com frases nerds e todas as referências que Raphael nunca iria acompanhar.
"Como eu posso me encaixar na sua vida quando somos literalmente opostos?" Simon não percebe que falou isso em voz alta até perceber a cara de assustado que Raphael está fazendo.

Talvez seja porque ele nunca é aquele que faz dos pequenos momentos grande coisa, mas ele passa os braços pela cintura de Simon, encontrando seus lábios em sua testa e respira fundo, mesmo sem precisar.

"Você se encaixa muito bem nos meus braços, ou eu estou errado?"

"Sim, mas não sei o que isso..."

" Eu não preciso que você se encaixe na minha vida como uma peça perfeita de um quebra-cabeça, enquanto você quiser se encaixar perfeitamente em meus braços, isso é tudo que vou pedir." Sem palavras, e sabemos que para Simon isso é uma coisa difícil de acontecer, ele o puxa para um beijo longo e quente e... certo. Quando os dois se separam Raphael agradece aos céus não ter alguém por perto para ver seu sorriso bobo.

"Melhor irmos para casa incipiente, o sol logo logo vai nascer."

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2020 ⏰

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