Nada a perder

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A ficha do que eu estava fazendo só caiu no momento em que eu me vi sentada no banco da frente do carro de Taehyung. Ele estava visivelmente irritado por estar tendo que sair mais cedo da festa, por essa história toda de namorada e o fato de eu saber que ele já tinha ingerido álcool aquela noite só me deixava mais aflita. Estresse, álcool e volante eram a pior combinação possível e a cada freada brusca que ele dava meu coração ia parar na boca.

Eu ainda não sabia o que Mirae havia conversado com Jungkook, mas o fato de ela ter ficado calada no banco de trás do carro até o momento em que a deixamos em casa e nem mesmo ter questionado quando a chamei dizendo que iríamos pegar uma carona com Kim Taehyung deixava claro que não tinha sido nada bom. Conhecendo-a como eu conhecia, sabia que era melhor esperar o dia seguinte para conversamos, então apenas me despedi quando a deixamos em casa, deixando para conversar com ela no outro dia. 

Quanto ao caminho de lá até a casa de Taehyung, apesar de ter levado somente 7 minutos, pareceu uma eternidade pra mim, considerando o silêncio que estava dentro daquele carro. Tanto ele quanto eu não falamos uma palavra até que ele parasse em frente a uma casa, que de imediato imaginei ser a dele.

— Pega. — ele puxou meu braço de maneira delicada e colocou algo na minha mão que havia acabado de tirar do bolso. Olhei confusa, não demorando a notar do que se tratava.

— Não me leva a mal, mas eu tô sentindo o cheiro de álcool daqui.

— Que merda! — murmurei, abrindo a embalagem e enfiando a bala na boca, sentindo o gosto de menta. Observei ele fazer o mesmo com uma igual a que havia me dado. — Você tem perfume aí?

— Acho que vai ser estranho chegarmos com o mesmo perfume, mas tem aí no porta luvas.  — ignorei o que ele havia dito sobre ser estranho e abri rápido o local que ele havia dito, dando duas espirradas em minha direção.

— No máximo ela vai achar que a gente transou, nada demais.  — respirei fundo antes de arrastar meu corpo pra fora do carro. Taehyung saiu logo em seguida, travando o carro. 

— Você não quer pelo menos tirar esse moletom e soltar esse cabelo? Por acaso você não teria um batonzinho aí? — ele me perguntou, fazendo uma careta. Será que minha aparência estava tão ruim assim?

— Você, por acaso, não gostaria de ir se foder? — sorri falso e ele revirou os olhos. Nossa convivência mal tinha começado e eu já queria quebrar a cara dele na porrada. — Se não sou boa o suficiente pra ser sua namorada, posso ir embora e você se vira aí com sua mãe.

— Eu não quis dizer isso. — pude ver ele respirando fundo antes de continuar. — Mas ela não vai acreditar que estávamos num encontro com você tão largada assim.

Bufei irritada, mas puxei a liga que prendia os meus cabelos e tirei o moletom, jogando em cima dele para que ele guardasse no carro.

— O batom eu não tenho, isso é o melhor que posso fazer. — falei, enquanto ele abria o carro e jogava meu moletom no banco traseiro. — E, por favor, vamos entrar logo, eu estou com frio.

— Vem aqui! — meu namorado de mentira por um dia segurou minha mão e fiz uma careta involuntária. — Viu o motivo de eu segurar sua mão logo aqui fora? Sabia que você ia fazer essa careta, isso é um teste pra você acostumar. Agora vamos.

Fiquei calada enquanto caminhávamos de mãos dadas até a porta da casa dele. Naquele momento foi quando eu realmente fiquei nervosa, não havíamos ensaiado nada e eu nem sabia como era a mãe dele, o que ela poderia querer perguntar, se ela ia gostar do fato de o filho dela estar com uma estrangeira… Tudo isso me preocupava, mas eu não tive muito tempo mais para pensar a respeito, pois Taehyung já estava girando a chave para abrir a porta.

Cinco aulas de sedução || Taehyung  Onde histórias criam vida. Descubra agora