Lembrando que essa história não tem o intuito de incentivar ou romantizar a utilização de drogas. Façam Proerd. Amén.
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Kaminari e Shinsou estavam decididos enquanto caminhavam confiantes para a casa de seu colega de trabalho, ainda que seus uniformes de pro hero sequer tivessem sido trocados antes de tal decisão.
Ambos já tinham em mente que demoraram mais do que deveriam para confirmarem o que realmente sentiam, agora era a hora de consertar as coisas e fariam isso o quanto antes, não podiam mais prolongar o sofrimento de nenhum dos lados.
Os recém namorados estavam preocupados, desde que anunciaram o relacionamento, o amigo do casal, Sero, havia se distanciado de forma quase imediata, sempre dando desculpas quando os rapazes o chamavam para os entretenimentos em trio que eles sempre faziam desde o colegio de heróis.
Sempre foram um trio muito unido, mas quando dois deles ultrapassaram o limite da amizade antes, o terceiro sentiu-se excluído e tomou distância, por mais que isso fosse a última coisa que todos queriam para si.
O arroxeado olha para o loiro quando chegam na porta do amigo, eles tocam a campainha e aguardam alguns segundos em um silêncio tenso que os fazia estremecer pela ansiedade.
— Será que ele vai escutar isso de poliamor? Eu mesmo nem sabia que podia acontecer antes da gente conversar sobre o Sero... — Denki revela sua apreensão com um tom de voz afetado pelo medo. Ele não queria magoar ainda mais o amigo, mas tinha que dizer a ele que também o amava, mesmo que já tivesse alguém ao seu lado que, sem sombra de dúvidas, o amava também.
— Não tome decisões precipitadas, vamos internalizar a racionalidade e ter em mente o diálogo antes de qualquer projeção equivocada — Hitoshi declara ao constatar que já poderia tocar a campainha uma segunda vez depois de tanta demora. O loiro balança a cabeça um tanto contrariado, no final das contas ele não entendeu metade da declaração de Shinsou, mas gostava dele o suficiente para deixar isso passar despercebido.
Ambos começam a se preocupar quando não há resposta alguma e tentam ligar para o celular do colega, ouvindo o toque soar do outro lado da porta como se estivesse logo na sala de estar. Eles se entreolham com uma preocupação a mais no olhar, levando em conta que talvez devessem entrar usando a chave de emergência que ficava abaixo do tapete — um segredo que só eles tinham posse.
Com a chave em mãos eles abrem a porta e entram na casa, fechando a passagem atrás deles e estranhando o ambiente pouco iluminado. O celular realmente estava sobre o sofá, mas não havia sinal algum de seu dono naquele instante.
— Será que ele saiu? Ele estava de folga hoje — Kaminari questiona tentando entender o porquê do amigo sair sem levar seu aparelho telefônico, mas para de divagar em suas hipóteses quando observa Hitoshi farejando o ar com uma careta indecifrável — Não fui eu...
— Não é isso, Kami... Esse cheiro tá vindo dali — Shinsou declara revirando os olhos antes de apontar para o corredor que levava ao quarto de Sero. Eles se entreolham mais uma vez e acenam com a cabeça antes de caminharem até ali sorrateiramente. — Hanta? — Hitoshi chama uma vez mais, ainda sem obter resposta por mais que a luz do quarto estivesse ligada, escapando pela fresta da porta entreaberta; e o som de uma música desconhecida tocasse alto vindo dali.
O arroxeado fica um tanto impaciente demais para pensar se seria uma boa ideia invadir o local assim, mas sua preocupação em saber se Sero estava bem falava mais alto e logo ele empurra a madeira pesada, afastando a porta para ter uma visão que realmente ele não poderia prever.
Kaminari se aproxima também e franze o cenho ao tentar escutar a música que tocava no ambiente, o cheiro denso de mato adocicado também era um tanto estranho, tal como uma névoa esbranquiçada que rondava o teto do quarto como nuvens de fumaça.
— Me sentindo um Sedanapoooo! Eu tinha tudo pra ser blunt e tu me deixou de lado. Me sentindo um Sedanapoooo! — Hanta cantava alto enquanto segurava um cigarro meio amassado entre os dedos. Ao seu redor haviam alguns acessórios esquisitos e um saquinho plástico contendo algo que os rapazes sabiam muito bem o que era.
— Hanta???!!! Você tá usando drogas???? — Kaminari quase grita soltando pequenas faíscas ao exclamar com as mãos sobre o rosto e isso leva Sero a usar suas fitas para se grudar no teto assustado, ficando de cabeça para baixo enquanto olhava na direção dos visitantes inesperados e, talvez, indesejados.
O moreno estava apenas curtindo sua folga na maior bad possível, fumando um Beck no fim da tarde pra esquecer um pouco a situação deprimente em que se encontrava. Estar apaixonado pelos dois amigos que acabaram de oficializar um relacionamento não era lá muito digno, portanto, ele usava isso como mais um tópico para sua lista de coisas escrotas que Sero Hanta faz no tempo livre. Dentre elas também estavam fumar maconha, comer em cima da cama e jogar videogames durante a madrugada mesmo tendo que trabalhar depois.
— O Sero não fuma maconha, que isso! Ele não tava com um Beck na mão cantando a música da Glória Groove, da onde vocês tiraram uma coisa dessas? Esse cheiro não é de maconha, esse dichavador eu nunca nem vi na minha vida... — O herói começa a listar todas as evidências que diziam que ele NÃO é um maconheiro, mas na verdade sua mente meio lerda não havia levado em consideração que falar sobre bongs de vidro dentro do armário e coleções de isqueiros velhos poderia ser algo exagerado, para quem queria provar alguma coisa que foi pega no flagra.
— Sero, tenha calma... A gente estava preocupado, você não atendeu o telefone o dia todo e nós tocamos a campainha várias vezes — Shinsou diz tomando a frente da situação, por mais que o cheiro consistente da erva fosse um tanto incomodo ao seu olfato, ele não tinha lá tanta preocupação. Hanta nunca foi alguém que fugiu da responsabilidade, sempre esteve dedicado ao seu trabalho e seus estudos, jamais tivera qualquer problema com alguém, portanto, o que ele usa para se sentir bem ou não dessa vez não importava, mas os olhos vermelhos pareciam não ser somente pela cannabis e a expressão entristecida era nítida em seu rosto.
— Desculpem, vamos sair daqui. Não quero deixar vocês chapados de tabela — O moreno diz descendo do teto onde havia se prendido pelo susto e, com certo pesar, ele suspira esticando as costas para se espreguiçar. Seu corpo todo doía de tanto ficar deitado em posições estranhas ao pensar na vida. Ele tinha sua mente certamente mais serena, mas ainda tinha grande tolerância para evitar a divagação que a brisa trazia agora que duas pessoas importantes estavam ali por algum motivo.
— An? Comer bombom na tigela? — Denki questiona com um sorriso meio torto no rosto, talvez tivesse inalado um pouco demais da fumaça e sua resistência é mínima comparado a Hanta. Shinsou também tinha que admitir que sentia-se um pouco zonzo, seja o que for que Sero estava fumando, era de qualidade.
— Aí meu deus. Venham comigo. Eu vou pedir algo pra comer e... Vocês me falam o que querem — Hanta comenta coçando a nuca nervosamente antes de guardar o restante do baseado no cinzeiro, limpando algumas cinzas do carpete e direcionando os dois heróis para a sala de estar. Ambos se sentam e piscam forte algumas vezes antes de suspirarem lembrando-se do que os levara ali.
— Nós te amamos. Seja nosso namorado! — Denki solta a informação no ar sem cuidado algum e Hitoshi olha pra ele com os olhos arregalados em desespero. Ele tinha em mente trabalhar o desenvolvimento do assunto aos poucos, trazendo a tona o conceito de poliamor antes de sugerir que isso podia acontecer entre eles.
A expressão chocada de Hanta é mais impassível do que transtornada, os olhos caídos e avermelhados quase não mudam, mas as pálpebras se erguem minimamente enquanto ele arqueia as sobrancelhas, abrindo a boca uma ou duas vezes como se tentasse cuspir palavras que prendiam-se em sua garganta. Com certa calma e sentindo o coração bater forte no peito, Sero acaba por responder com a única coisa que parecia plausível no momento:
— Caralho, aquela maconha deve 'tá estragada que só a porra...
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Inebriated
FanfictionOs Pro-Hero, Kaminari e Shinsou, queriam resolver de uma vez por todas o mal entendido que perdurava entre eles. Para isso, iriam até a casa do amigo que, na verdade, deveria ser parte do casal que eles haviam formado recentemente. Quando chegam à...