Parceiro

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- Conduzes tu hoje. - Joe diz enquanto atira as chaves do carro para mim. 

Entro no mesmo e espero que Joe entre e logo dou partida. Conduzo devagar pelas ruas de Chicago pois hoje está um dia bem chuvoso.

- Mais devagar criança. - Joe diz e eu olho para ele com cara de poucos amigos. 

- Mais devagar que isto é impossível. 

- Ali à frente estaciona. - ele aponta apara o sítio e eu estaciono lá e Joe sai do carro e entra na padaria que há naquela rua. 

- Para ir à padaria já corre. - comento para mim mesma mas em voz alta. 

Pego no meu telemóvel e mando mensagem a Regina a ver se já estava acordada. Ontem à noite ela acabou por adormecer e ficou a dormir em minha casa, o que já era habitual. Hoje de manhã quando sai ela ainda dormia.
Ela acaba por responder que já esta acordada e esta a tomar o pequeno almoço. Desejo-lhe um bom dia e bloqueio o telemóvel.
Passado uns minutos Joe volta com uma caixa na mão. Ele entra no carro e eu logo arranco. Ele abre a caixa e lá dentro tinha um bolo cheio de creme. Ele começa a comer aquilo e fica todo sujo na cara.

- Credo. - falo mais uma vez em voz alta sem querer. 

- Quê? - ele pergunta-me. 

- Nada, nada.

Continuo a conduzir quando de repente vejo um homem a roubar uma mala a uma senhora. Logo para o carro e faço com que Joe quase bata com a cabeça no vidro. Saio do carro e corro atrás daquele homem.

- Polícia pare. - grito.

O homem continua a correr mas eu logo o alcanço e prendo-o. Pego na mala e caminhamos até à senhora e eu entrego-lhe a mala. Ela agradece e eu levo o homem até ao carro e meto-o no banco de trás. Entro no carro e eu estou toda molhada. Joe continua ali a comer o seu bolo. Que rico parceiro que eu tinha.

Conduzo até à esquadra e ao chegar lá levo o homem até às celas e vou preencher o relatório. Depois vou até ao balcão e entrego o relatório a Trudy.

- Está mesmo a chover bem. - Trudy comenta.

- Sim, está.

- O Joe qualquer coisa? - acho piada o que ela diz mas não rio.

- Ficou no carro, na verdade será que não podia ter outro parceiro? - pergunto na esperança que a resposta seja sim. 

- Segundo dia e já não aguentas o Joe qualquer coisa? - Trudy pergunta-me. 

- Um bocado impossível o aguentar.

- Pois mas vais continuar com ele pois isto aqui não é a escola onde podes escolher o teu parceiro de trabalho. - bufo irritada e logo Trudy olha para mim com cara de poucos amigos.

- Se lhe der um murro depois não diga que a culpa é minha. - falo e ela arregala os olhos para mim. 

Viro costas e começo a caminhar para a entrada.

- Ei. - Trudy chama-me, olho para ela e ela faz sinal para eu voltar à sua beira - Tens a farda suplente na mala?

- Sim.

- Então vai trocar essa roupa.

- Ok.

- Ah e miúda gostei de ti. - sorrio para Trudy e vou até aos armários e troco de roupa. 

Depois de ter a farda seca vestida volto para a entrada da esquadra e saio da mesma e corro até ao carro. Quando entro nos mesmo vejo que Joe esta a dormir. Arranco e deixo-o a dormir pelo menos não esta a comer e nem a ser idiota.

Conduzo pelas ruas e acabo por responder a  duas ocorrências antes da hora de almoço e nesse tempo todo Joe estava a dormir. Só acordou quando depois de deixar uma mulher na esquadra bati a porta de força.
Pelo menos não estou molhada pois as ocorrências foram as duas dentro de edifícios.

- Vamos almoçar numa pizzaria. - Joe diz todo animado. 

- Ok.

Conduzo até à pizzaria mais próxima e estaciono em frente à mesma. Logo aviso a central que íamos almoçar e entramos os dois na pizzaria. Joe senta-se numa mesa e eu sento-me a sua frente. Peço uma pizza vegetariana e Joe pede uma de quatro queijos.

- Ah por isso ontem comeste salada és vegetariana? - Joe pergunta-me. 

- Não sou mas gosto de pizza vegetariana e não tem mal nenhum de vês em quando comermos saladas e coisas saudáveis. - mando aquela leve boca. 

- Dispenso.

- Nota-se. - mais uma vez a minha boca não se cala. 

Joe ia para falar mas de repente sorri para algo atrás de mim, olho e vejo Hank Voight a entrar.

- Boa tarde aos dois. - Hank diz mal para a nossa beira.

- Boa tarde. - digo.

- Boa tarde senhor. - Joe diz sorrindo muito. 

Voight vai até ao balcão e Joe passa o tempo todo a olhar para ele e a sorrir. Quando Voight sai ele logo tira o sorriso da cara.

- Miúda se quiseres entrar na inteligência deves sempre ser o mais simpática possível para Hank Voight. - Joe diz-me. 

- Por isso sorriu o tempo todo?

- Isso mesmo.

- Espera quer entrar para a inteligência? - digo estupefata. 

- Sim e trata-me por tu criança isso do você irrita.

- Ok e não me chames criança.

- Ok criança. - reviros os olhos e o idiota goza com a minha cara.

De repente meu pai para ao lado da nossa mesa. Noto a cara de Joe assustado a olhar para ele.

- Boa tarde agentes. - mau pai diz. 

- Boa tarde. - Joe diz a gaguejar. Então Joe tinha medo do meu pai.

- Ei. - falo só aquilo mesmo.

- Então filha como está a correr o dia? - Joe olha para mim sem entender nada

- Bem.

- Vou resolver uns negócios logo a noite pelo que não estarei em casa cedo. - meu pai informa. 

- Ok, pai.

- Bem vou indo, adeus. - meu pai dá-me um beijo na testa e vai embora.

- Tu és filha de Oliver Walsh? - Joe pergunta-me mal perde meu pai de vista. 

- Sim. 

- Como não percebi. Para além de me terem posto uma criança e mulher como parceira ainda tenho de levar com a filha do gangster. - ele diz e a minha vontade é dar com a minha arma na cabeça dele.

- Qual o problema de ser mulher?

- Mulheres deviam estar a cuidar da casa e dos filhos não a trabalhar como polícias. - fico perplexa a ouvir aquilo. 

Para além de ser um idiota ainda é machista.
Sem dúvida que tenho um parceiro cinco estrelas.

- Para tua informação mulheres muitas vezes são muito melhores policiais que homens. - falo e pico o olho para ele. 

Joe ri-se do que digo e a vontade de lhe dar um murro aumenta a cada segundo.
Como o vou aguentar todos os dias de trabalho?

Até ao próximo capítulo.




Chicago PD - A Verdadeira Paixão de Jay Halstead (reescrever)Onde histórias criam vida. Descubra agora