O Garoto Ricky

Capítulo Único

O Garoto Ricky

Foi quando Ricky conheceu uma garota, ela era linda e legal, e assim tão repentinamente ele se apaixonou por ela. Meses se passaram, e conforme esse tempo, a garota e Ricky se tornavam cada vez mais próximos, logo, viraram melhores amigos. Ricky sempre a apoiou, sempre esteve ao seu lado, como um bom amigo, ele enfim, estava feliz.

Ricky se declararia para ela, ele faria isso, em algum momento é claro. Ele só precisava da oportunidade certa, e estava decidido a fazer isso. 

Os dois se encontraram como sempre, a garota queria contar algo a ele. Foi então que Ricky sentiu um medo avassalador, e um vazio repentino o dominou completamente, ele gostaria de não ouvir ela falando o que sempre temeu, torceu internamente para ser qualquer coisa, apenas qualquer coisa menos isso. Os dedos dele torciam, enquanto a garota abria um sorriso formidavelmente apaixonado. Ela disse que gostava de um garoto, as falas e as palavras sobre ele saiam de uma maneira quase ensaiada. Porém Ricky já estava em pensamentos sórdidos demais, afundado em um mar de insegurança. Pela primeira vez o sorriso radiante da garota, não iluminou aquele seu dia. Ela se virou para ele, agora ansiosa para saber o que o amigo achava, ela não percebeu quando Ricky forçou um sorriso singelo, e ela não percebeu quando Ricky forçou as palavras: "É claro que eu apoio. " E ela não percebeu que naquele momento, Ricky estava totalmente quebrado por dentro. Ele disse que iria ajudar, ele amava ela, então queria ver ela feliz, ele sempre quis vê-la feliz.

Um sentimento de angústia afetou Ricky naquele dia, na verdade ele estava tendo tantos sentimentos ao mesmo tempo, que achou que todos iriam se colidir na sua mente. Não tão inevitavelmente, Ricky chorou, se perguntando se se ao menos tivesse falado antes iria mudar algo. Ele estava se corroendo de arrependimento, estava cinza e desgastado por dentro. Mesmo assim, ele não saiu do lado dela, sempre estava por perto, lhe dando apoio, conselhos, e foi quando ela começou a namorar. Ricky tinha uma visão de vê-la indo embora, levando consigo todo o seu amor, ela tão longe o suficiente para ele nunca mais alcança-la. 

Depois de longos meses, em um dia frio e nublado, enquanto Ricky estava sozinho no seu quarto, seu nome é chamado, no meio do turbilhão de sentimentos que Ricky sentiu ao ouvir aquela voz tão familiar para ele, a avistou, sua melhor amiga, com um semblante totalmente diferente do normal. Os dois começaram a conversar, ela contou para ele, agora ex-namorado fez. Ricky sentiu ódio, raiva, por ele a ter machucado, para Ricky, aquilo era tão inaceitável. Ele a abraçou fortemente, citando que iria tudo ficar bem até poder acalmá-la. Ricky ainda a amava, era perceptível, ele contaria isso a ela, não agora, pois não podia jogar nela todos esses seus sentimentos de uma vez. Ela amava alguém, e esse alguém a machucou muito, ele iria esperar, seria o melhor a se fazer, e ele estaria ali para ela, ele sempre esteve.

2 anos se passaram desde que Ricky conheceu ela, em um dia qualquer, onde os dois decidiam qual era o melhor videogame, a garota encara o céu ensolarado do verão, e finalmente encontra os olhos dele, ela disse gentilmente como ele sempre esteve ao seu lado, a ajudando verdadeiramente, com isso em mente, ela perguntou a Ricky o motivo de tudo. Ele concentrado em suas palavras, a encara, então com um mínimo sorriso diz firmemente; "Porque eu sempre te amei. " Ricky se sente liberto, o riso doce dela ecoa, e ele se permite rir também. Semanas depois, eles começam a namorar.

O que era felicidade? Ricky não sabia definir, apenas sentia a felicidade. Seu sonho estava se realizando, os dois eram perfeitos juntos, melhores amigos, namorados, um daqueles casal que protagonizam filmes românticos. Ele sempre foi atencioso a ela, a presenteando, fazendo supressas, a confortando, fazendo com que ela merecesse tudo, e ela merecia tudo. Para ele, apenas ver a felicidade da sua namorada, era a definição de amor mais nobre. Na primavera, como em uma pintura de Claude Monet, naquela imensidão de céu azul, e o peculiar cheiro da mistura das flores, os dois se beijaram. 

A história de Ricky estava completa. Era o que todos pensavam.

9 meses de pura alegria se acabaram, assim quando ela anunciou que o garoto que ela gostava tinha pedido perdão. Ricky desmoronou. Ela simplesmente se foi. Ricky pela primeira vez sentiu ódio dela, ele soube que jamais poderia alcançá-la. Então ele chorou, chorou muito, se perguntando onde errou, todas as coisas, tudo, ele praticamente se entregou a ela. E agora, nada havia adiantado, o que lhe restou foi apenas os pedaços do seu coração, que destruído, se enchia de uma dor amarga, que doía no fundo da sua alma. Ricky nunca mais quis vê-la, apenas a menção do seu nome o fazia contorcer de dor, o seu rosto assombrava suas lembranças. Ricky era a definição de tristeza. Ele parou de contar as vezes que chorou se olhando no espelho, vendo seu reflexo coberto de cansaço mental. Perdido, totalmente sem vida, a escuridão ao seu redor o encobriu totalmente, os remédios já não faziam efeito, tudo o que ele mais temia se concretizou em apenas um ato. Já naquele estado, ele havia pensando que era lúcido se matar, e foi o que ele fez.

Era verão, com um céu limpo totalmente azul como deve ser. Pássaros trazendo consigo um som agradável aos ouvidos de quem ouvira. Em um quarto totalmente desarrumado de uma casa, enquanto os raios de sol invadiam pela janela, e refletiam no piso de madeira, o corpo de Ricky já sem vida, se encontrava ali.