Prólogo - Capitulo 0
Bannack - Montana, um dos únicos lugares possíveis para se viver no planeta terra nos dias de hoje. Em vinte e quatro de maio de dois mil e vinte e sete o mundo parou. Não "parou" como se por um segundo, ou "parou" por uma notícia bombástica que todos ficaram chocados.
Ele realmente parou.
Carros pararam de funcionar enquanto ainda corriam, o que resultou em muitos acidentes. Máquinas pararam de funcionar. Qualquer coisa e objeto que necessitasse de uma energia x parou de funcionar imediatamente. Obviamente pessoas ficaram confusas, eu ficaria. Imagina só: você está ouvindo sua música na rádio do seu carro enquanto está indo para o trabalho, do nada a música para de tocar e você, sem ter feito nada, sofre com a lei da inércia após seu carro parar de repente e quase virar de ponta cabeça. Agora, se você estivesse nas ruas e após sair de uma loja se depara com postes piscando, carros parados e tudo quieto como se estivesse em um stop motion, acharia que enlouqueceu, certo? Bem, eu acharia. E tentaria ligar o mais rápido possível para alguém, e assim, descobriria que os celulares também não funcionam, não era só a falta de sinal, desligaram completamente como se uma grande carga de energia tivesse passado dentre tudo o que é elétrico.
E realmente foi o que aconteceu.
Nos dias de hoje não eram mais necessários juízes, advogados ou se quer um carro de polícia. Raramente se via algo do tipo em algum lugar.
Com o passar dos anos o ser humano entrou em uma "paz interna" onde por um curto período de tempo não precisou mais do utensílio tão querido nos dias de hoje, mais conhecido como: dinheiro, bufunfa, money, dindin, tostão, guita, pila, caraminguás. O famoso "verdinho".
Você deve estar se perguntando: "Mas ora pois querida autora, como o mundo funcionaste de tal modo tão arrevesado?".
Aos poucos o que pode ser chamado de "humanidade" ficou cada vez mais aparente, as pessoas perceberam que se quisessem sobreviver a uma escassez, então, que aprendessem a dividir e ajudar quem se vê precisando de ajuda. Comércios abriram as portas, pessoas poderiam entrar e pegar o que quisessem, contanto, que não defraudassem tanto a ponto de acabar com o estoque em poucas semanas. Quem não tinha casa passou a morar com pessoas compreensíveis.
Daí vem a questão que você me faz: "Que pessoal idiota, não tem medo de morrer? Eles não se conhecem e dividem o mesmo teto". Você também não dividiria se soubesse que pudesse morrer a qualquer instante? Se sua resposta foi "não", lamento que pense assim, afinal, nem todos sabem exatamente o que é certo ou errado... Vivem em um mundo "neutro".
Dezesseis anos atrás, foi onde tudo isso se iniciou. O mundo congelado. "A época glacial-secular", como chamarão daqui um tempo. Tempo congelado... E algumas pessoas ainda diziam "O tempo não para".