𝐮𝐧𝐝𝐞𝐫 𝐭𝐡𝐞 𝐭𝐡𝐨𝐮𝐠𝐡𝐭𝐬. no.min

único

Uma manhã ensolarada, não estava nem quente e nem frio, apenas com uma brisa gélida que apenas me fazia me sentir bem mesmo sem você ou sem poder ouvir sua voz novamente; chegava a ser engraçado estar me sentindo bem. Com pensamentos por cima de ideias que parecem mais uma roleta russa onde ninguém sai bem, ou melhor, vivo.
Sentia que o peso em mim foi embora, mesmo ainda pensando demais em você e que pode se considerar ruim para um tempo tão bom como hoje, entende? Te imaginei andando por essas ruas, bem ensolaradas que mostrariam o brilho de seus fios de cabelo e seu sorriso inesquecível.
Me fiz acreditar que depois de dois anos e meio te esqueceria, pararia de pensar em você como um futuro namorado que poderia dar certo, queria realmente voltar a viver minha vida como era antes de te conhecer e acho que se nunca tivesse trocado uma palavra contigo eu não teria sofrido tanto em anos, consegue ouvir minhas palavras sinceras?
Jeno, o garoto com fios de cabelo sedosos e brilhantes, um físico fenomenal, seu sorriso que me lembrava de épocas boas de minha vida, seu senso de humor que apenas se encaixava com o meu, uma dupla inseparável que pensei que nunca teria um fim trágico como esse. Suas palavras me martelam na cabeça, pensei novamente se eu tivesse feito diferente, você estaria comigo ainda e eu estaria muito mais feliz, não acha querido melhor amigo?
Agora chorando na minha varanda vazia onde batia os raios solares no meu rosto, apenas para mostrar ao mundo o quão fracassado sou e ao respirar fundo conseguia sentir o ar puro e gostoso que ainda me faltava no peito, ainda o sinto doer e não sei como parar. Preciso parar de chorar e ver o quão bem eu poderia estar sem você, mesmo tendo tantos contras eu ainda sinto sua falta até de forma mínima.
Tenho noção que estou progredindo com essas coisas de te esquecer, porém, ainda me dói muito me lembrar que a culpa toda foi minha te deixar ir sem nem poder te dar o real adeus que eu precisava te dar, primeiro foi o Donghyuck para te levar a loucura e fazer com que me odeie sem nem pena, dó ou o resto de piedade que tinha em seu coração, mas não te culpo até porque eu sei que mereci por mentir tanto pra você e por ter sido tão tóxico, medroso em achar que te perderia tão fácil, eu não consegui cumprir minha palavra de ser seu amigo e estar ao seu lado para sempre como até a morte nos separe ou talvez não.
Minha rotina mudou tanto depois que saiu de perto de mim, comecei a acordar cedo apenas para ficar em minha varanda cantando músicas que me lembram de você, mesmo que seja meio triste pensar assim. Era perfeito cantar para uma rua vazia sentindo uma brisa nostálgica que agora me deixa em boas lembranças, tão boas que nunca pensei que chegaria num ponto que não iria ficar um dia sem poder cantar para almas vazias que vagam nas manhãs de dias que passei a gostar, segunda feira por um exemplo.
Se você se questiona como estou apenas tente imaginar e fico lisonjeado se dizer o quão feliz estou, meu coração sempre vai ser e é a única coisa que eu poderia te dizer depois de muito tempo, você consegue imaginar? Depois de cantar para o nada em minha frente eu apenas me sento no sofá para ver algo e tentar me distrair, muitas vezes é apenas isso na minha manhã ou é ocupada com livros de terror psicológico ou um simples livro de crimes em meu celular, alguns são físicos porém não tenho dinheiro o suficiente para comprar todos que eu quero, meio chato? Talvez, mas me acostumei e passei a gostar dessa rotina! Não pergunte sobre o que como, ainda não me sinto confortável dizendo para os outros e não se preocupe comigo estarei bem, vaso feio não quebra fácil!
Pra mim nunca foi um adeus, minhas últimas palavras com você foram tão simples e ‘mixurucas que ainda penso numa segunda chance que talvez nunca mais terei, tudo depende de mim ainda vivendo dessa maneira que nem eu pensei que chegaria, me desculpe se falo tanto em meus pensamentos debaixo de todos eles ainda tem esperança! Não se preocupe comigo você que está lendo minha vida miserável e medíocre sem o amor de minha vida, espero que não sofra quanto eu no futuro e eu confio em você mesmo que ninguém acredite e confie, viu? Não faça besteiras e me orgulhe! Era isso que eu precisava ouvir ao mesmo tempo que percorria meus dias sem o Lee, a saudade irá me matar ou até mesmo eu e estou competindo com ela até saber quem será o vencedor. Não queria mais pensar e queria que o tempo parasse um momento para apenas imaginar de novo as coisas boas que tive com ele, nunca mais fui o mesmo depois de saber do acidente no prédio com o meu menino que por um descuido caiu do décimo andar em uma festinha de amigos, estavam tão bêbados que nem entenderam direito o que aconteceu e eu realmente me vi sem chão enquanto ouvia a notícia no rádio, dirigia sem rumo pelas ruas em uma tarde de verão e conseguia ouvir o choro de sua mãe junto com a percepção de que tudo deu errado, que agora seria ladeira abaixo e com minha jaqueta de couro com minhas lágrimas molhando ela comprei o sorvete favorito dele tendo uma lembrança horrível do dia que realmente te perdi, sem dizer um adeus que olhando agora não vai ser mais e que não iria te deixar ir novamente.
Noticiários no mesmo dia já falavam da morte do jovem Na Jaemin, se jogou da sacada caindo exatamente nas partes que tinham pontas no portão que distinguia o jardim do condomínio que morava para a rua, os objetos pontiagudos atravessaram partes de seu corpo que os já deixava sem vida acertando seus pontos vitais que causaram a morte no mesmo instante e dentro de seu apartamento que estava em situações de precariedade,  notou-se um pequeno caderninho que o homem escrevia para um amigo que tinha ido embora depois de uma morte trágica dizendo no final do caderninho
“Isso não é um adeus, te procurarei nas próximas vidas e não deixarei que vá sem mim. Eu sempre te amarei, com amor e carinho do Nana”