As Fases da Lua - Scisaac

My New Life

Pov. Isaac

Uma Semana Atrás

Entro no meu novo apartamento. O lugar não era muito grande, mas era bonito, organizado e aconchegante. Ainda não tinha muitas coisas, tinha apenas o essencial, pois não tinha muito dinheiro quando vim pra Beacon Hills, e a maioria do que eu tinha foi pra comprar este apartamento. Pretendo conseguir um emprego, pra conseguir comprar o que falta para o meu novo lar e para conseguir me manter aqui com uma vida normal. Eu decidi me mudar de New Castle para Beacon Hills para recomeçar, ter uma nova vida, esquecer tudo que eu passei, e vou fazer o possível e o impossível para conseguir. Paro de pensar sobre minha vida e me guio até meu quarto, me deito na pequena cama de solteiro, e com o passar de uns 10 minutos eu já havia dormido.

Agora

Atravesso as portas da Beacon Hills High School pela primeira vez em minha vida. Estava muito nervoso, nunca fui bom em fazer amigos, nunca fui muito sociável. E sinceramente eu acho que não quero isso, graças aos meus traumas acumulados da minha última cidade eu acho que eu não seria um bom amigo, pela primeira vez em minha vida eu só queria ficar completamente sozinho. Me dirijo até a sala do diretor aonde eu pego o horário das minhas aulas e a chave do meu armário. Depois fui até meu armário e depositei todo o meu material escolar lá, menos os que eu iria precisar para a próxima aula. E depois finalmente me dirijo para a minha sala, me sento na última cadeira e espero até que a aula comece.

A sala já estava cheia quando o professor Harris chegou. Ele era rígido, mas sabia explicar a matéria muito bem, então acho que não vou reprovar com ele. No meio da aula o garoto que estava sentado na carteira a minha frente se vira pra mim e começa a me encarar de um jeito muito estranho, como se estivesse tentando reconhecer ou identificar algo em mim. Ele era moreno, com os cabelos escuros, olhos castanhos, corpo musculoso e consegui ver que o queixo dele é meio torto.

–Você perdeu alguma coisa aqui?- Pergunto sério e de um jeito grosso. Estava incomodado com aquele moleque me encarando.

–Seu cheiro… O seu cheiro é diferente.- Ele fala de um jeito extremamente estranho.

–Meu cheiro? Jura? Existem formas melhores para você flertar comigo.- Falo debochando. Mas é claro que eu estava preocupado com aquilo, só não podia demonstrar. Será que eu estou fedendo? Ou ele também é lobisomem e está conseguindo farejar meu lado lobo? A última coisa que eu preciso é de um lobisomem atrapalhando minha vida aqui.

–O quê? Não. Eu não estou flertando com você.- Ele fala com raiva da minha "justa" insinuação. Logo depois do seu chilique de raiva o garoto virou pra frente e voltou a ignorar minha existência. Missão concluída com sucesso.

Pov. Scott

Estava faltando poucos minutos para o intervalo, estava do lado de fora da escola esperando o Stiles. Ele disse que havia tido uma ideia genial para descobrir se o aluno novo era uma criatura sobrenatural.

–Pronto. Está feito.- Stiles fala ofegante. Ele apareceu do nada então quando ele falou ele me deu um puta susto.

–O que você fez?- Pergunto o encarando com um olhar curioso.

–Eu consegui colocar Acônito na água da escola. Eu vou usar molho de churrasco para sujar a mão dele, e aí você fica no banheiro esperando ele ir lavar a mão. Se a água machucar ele você vai ter sua resposta.- Stiles fala apressado. Ele não parou pra respirar uma vez. Em uma dessas ele vai ter um ataque cardíaco.

–Como diabos você conseguiu colocar Acônito na água da escola?- Pergunto ainda sem crer que ele tinha realmente conseguido fazer aquilo.

–Antes de eu responder sua pergunta, responde a minha. Você gostaria de ser o meu cúmplice em um crime?- Ele pergunta sarcástico.

–Ok, entendi o recado. Você conseguiu descobrir o nome dele?

–É claro que sim. O nosso novato se chama Isaac Tristan Lahey.

–Não tem o sobrenome de nenhuma família sobrenatural que a gente conheça. Como você descobriu o nome dele?

–Eu só posso te dizer que a vice-diretora me devia um favor.

Nossa conversa foi interrompida com o som incrivelmente insuportável do sinal da escola. Stiles vai até o refeitório para sujar Isaac. E eu vou até o banheiro tentar espiar ele. Me escondo em uma das cabines do Banheiro Masculino e subo em cima da privada para poder ver por cima da porta.

–Garoto imbecil. Que tipo de idiota trás molho de churrasco pra escola?- Isaac pergunta bravo depois de entrar no banheiro.

Ele vai em direção a pia e liga a torneira. Assim que as partículas de água entraram em contato com a pele de Isaac ouço a pele dele arder e ele dá um gemido de dor e se afasta da pia.

–Eu sabia. Você é sobrenatural.- Falo depois de sair da cabine.

–Você fez isso? Qual é o seu problema?- Ele pergunta com muita raiva. Eu conseguiria farejar a raiva dele há quilômetro de distância.

–Eu precisava saber se você era sobrenatural, e agora eu sei. O que você é?

–Um lobisomem. Eu sou um maldito lobisomem. Agora ne deixa em paz.

–Você é uma ameaça?

–Sim. Eu tenho o plano terrivelmente maligno de me transformar em lobo e sair pelos quintais das casas roubando a comida dos cachorros e correndo atrás dos carteiros que passam de bicicleta.- Ele fala debochado. Gostei dele. Ele parece ser legal. O deboche dele é diferente do Stiles, é de um jeito único.

–Engraçadinho. Você não quer saber o que eu sou?

–Eu não me importo. Eu só quero sair daqui.

–Desculpa, mas eu não posso te deixar ir até saber se você oferece algum risco.- Falo me colocando entre ele e a porta.

–Eu não estou pedindo.- Ele fala. No mesmo estante sinto as mãos dele na minha nuca me levando de encontro com a água da pia que ficou aberta esse tempo todo.

Enquanto o Acônito fazia meu rosto arder até quase derreter eu consigo ouvir Isaac correndo pra longe não só de mim, mas também da escola.

Pov. Isaac

Chego no meu apartamento correndo. Me sento em uma cadeira e começo a chorar. Eu tinha me esforçado tanto pra conseguir ter uma vida normal. E agora tudo havia ido embora. Eu havia perdido tudo. Aquele garoto nunca mais vai me deixar em paz.

Estava tomado pelo medo, angústia, desespero e tudo de ruim que alguém poderia sentir. Todos os sentimentos ruins só foram embora quando a lâmina deslizou pelo meu pulso deixando uma marca de sangue por onde passou. Foi como se toda a minha infelicidade agora estivesse concentrada no meu ferimento.