Prólogo

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Faculdade de Seul.

Século 21.

- Eu juro que eu te deixo em paz depois.

- Taehyung... — Suspiro pela trigésima vez no dia.

- Jiminie...

Esfrego preguiçosamente a costa das mãos em um dos olhos. Eu tô com pressa pra ir embora porque tô cansado, mas Taehyung nunca cansa e acha que todo mundo é igual a ele.

Meus planos era sair dá faculdade e ir direto pra casa, mas eu aparentemente tô em dívida com o paspalho e segundo ele eu tenho a obrigação de o ajudar em alguma coisa que eu não prestei atenção.

- Você sabe que eu te ajudei com aquele lance...

- Você nunca vai esquecer isso caralho? Sempre usa as mesmas armas pra me convencer das coisas.

- Sempre funcionou então porque mudar a tática?

Esbarrei em algumas carteiras enquanto andava, o que acarretou em mim fazendo caretas pela dor enquanto praguejo uns palavrões de lei. Mas graças a Zeus já estávamos na porta da sala, indo em direção ao corredor e eu queria muito deixar Taehyung pra trás, falando sozinho, mas ele é percistente quando quer algo.

- Afinal o que você quer que eu faça mesmo? - Viro pra ele enquanto paro de andar.

A movimentação em volta é pouca já que a galera já tinha vazado, tinha apenas algumas pessoas ainda circulando ali.

- Cê tá de brincadeira com a minha linda face né? Eu tô mó cota falando disso seu energúmeno.

- Taehyung você nem sabe o que isso significa e eu não prestei atenção no que dizia porque você só me pede coisa que me encrenca ou me envergonha. - Solto um suspiro voltando a andar.

Lógico que o caralhudo veio atrás.

- Tá, assim você ofende meu ser, eu sou tão inteligente, doce e nunca te pediria pra fazer algo constrangedor e afins, vai, me diga quando eu te fiz passar por uma situação ruim, diga. - Estufa o peito fazendo cara de superioridade.

- Que tal quando apareceu só de cue...

- Não termine, não era pra você responder, foi uma pergunta retórica ok.

Paro quando enfim chego no portão da faculdade, tinha uns carros parado ali, o vento fresco batia em meu corpo me dando uma sensação boa. Seria um ótimo final de tarde se não tivesse uma taquara rachada falando no meu ouvido.

- Só diz logo o que é. - Coloco as mãos no bolso da calça não muito paciente quanto eu queria estar.

- Aish... Tá, lembra que eu comentei semana passada sobre umas meninas que entraram na faculdade? Dizem que elas são linda e muito gostosas...

- Aonde você quer chegar, hétero top?

- Não me ofenda, e voltando, eu disse também no começo da semana sobre eu ter marcado de ir em um encontro as cegas com as meninas.

- Sim, disso eu lembro, e ainda não sei porque se chama encontro as cegas se você sabe quem são as meninas.

- Esse não é o ponto.

- Qual é o ponto então meu senhor?

- Quero que você vá comigo no lugar de um dos caras que não vai poder ir. - O mesmo diz rápido.

- Ahm? Não entendi o que você disse, sabe falar a minha língua? - Franzo a testa em confusão.

Tae coloca as mãos na cintura enquanto fecha os olhos respirando fundo.

- Um dos caras furou com agente e eu queria pedir pra você ir no lugar dele comigo, pronto falei. - Abriu os olhos esperando minha reação que não demorou a vir.

Solto um olhar cortante pra cima do mesmo, ele recua um passo agora com as mãos em frente ao corpo, como um escudo.

- Mas olha só, parece que alguém tá com o palhacinho enfiando no...

- Sem palavras chulas Park Jimin! - O garoto me repreende.

Eu posso ter um pouco, bem pouco, a boca suja. Bem pouco.

- Foda-se, eu tenho boca pra falar o que eu bem entender, e sobre esse encontrinho, nem pensar. - Viro já me pondo a andar pro caminho oposto que Taehyung estava.

- Que pena porque eu ia te dar aquela coleção de álbuns que eu tenho. - O mesmo suspira fingindo estar conformado.

- É pra quando esse negócio ai? - Volto devagar para trás sem olhar no rosto do mesmo.

Eu não sou interesseiro, mas álbuns de música são muito caros, Taehyung é riquinho, ama gastar, eu já não tenho condições pra comprar um álbum que eu considero ser algo essencial pra um fã  ter.

- Ah, parece que o nanico voltou atrás na...

- Termina que eu faço você engolir as bolinhas do Yoongi.

- Eu já faço isso sem ninguém me obrigar boneca.

Franzo o cenho em desagrado.

- Desnecessário.

- Vai Jiminie, por favorzinho. - Faz biquinho.

Suspiro derrotado.

- É pra quando mesmo? - Repito vendo o mesmo abrir um sorriso quadrado.

Vontade de dar uma bicuda no rego.

- Hoje. - O sorriso grande permanece.

- O que?! Como pra hoje? - Olho o relógio. - Taehyung tá tipo seis horas, como você quer sair logo hoje? Numa sexta que você sabe que eu tiro pra descansar desse inferno. - Esbravejo.

- Para de ser velho, é melhor ser de noite e na sexta porque você pode encher a cara e não tem aula amanhã, vai aceita, por favor.

Olho para o chão por um momento, pensando em todas as possibilidades do que poderia acontecer. Primeiro que eu sou gay, totalmente. Segundo que eu posso acabar muito bêbado ou ter uma experiência ruim, mas se eu não me arriscar eu não vou ter história pra contar.

- Você tem uma chance, ouviu, uma chance e se algo der errado eu volto embora. - Falo apontando pra ele.

Claro, o sorriso quadrado tava no rosto do mesmo.

- Você não vai se arrepender.

- Hmm, tomara. - Murmuro olhando pro outro lado da rua.

- Tomara...

The Seven ConspiraciesOnde histórias criam vida. Descubra agora