(un)lucky girl

me & myself

eu não sou uma pessoa de sorte. as pessoas dizem que eu estou falando besteira quando digo isso, mas ter um bom emprego, uma casa legal e o melhor gato do mundo não foram frutos de uma vida de sorte. na verdade, foram frutos se má sorte, muita má sorte.

eu dei o meu primeiro beijo com 11 anos. nem ao menos sabia o que eu estava fazendo ali, só lembro de chocar os meus dentes com os do menino bonitinho da sala, eu apenas o achava bonito, nem sequer era amiga dele. as vezes andávamos se mãos entrelaçadas pela escola. quando passei de ano, descobri que ele tinha repetido, nunca mais o vi. anos depois, descobri que ele mudou de escola e agora trabalha em uma loja do tio para pagar a faculdade.

eu me apaixonei pela primeira vez com 14 anos. eu me senti confusa, não conseguia achar normal eu estar com as famosas borboletas na barriga por um garota. mas foi então que eu passei da confused zone para a friend zone. ok, essa foi horrível, sinto muito. ela disse que não sentia o mesmo, mas queria me conhecer melhor. no mesmo ano ela foi fazer intercâmbio em Boston. nunca mais a vi, mas soube que tem começado uma carreira em musicais, ela sempre gostou de cantar.

com 17 anos eu tive o meu primeiro namoro, eu já entendia melhor sobre os meus sentimentos, apesar de mais velha que eu, ela era um amor, a pessoa mais doce que eu já tinha conhecido. até que um dia ela disse que estava gostando de outra pessoa.

com 22 anos, pouco tempo depois de entrar na faculdade, conheci uma típica bad girl(ou egirl, depende do seu ponto de vista), eu não me interessava mais pelas pessoas super fofinhas, as maduras e intimidadoras. claro, primeiro ano da faculdade, eu era estúpida e cai no clichê de me apaixonar por uma veterana. tudo foi incrível, a responsável por me fazer ter a minha primeira experiência sexual, me fez enxergar o mundo de uma maneira completamente diferente. principalmente quando me traiu em uma festa de faculdade depois de beber um pouco.

desde então, eu aprendi mais sobre mim. e o mais importante, aprendi a me amar. eu comecei a focar exclusivamente no meu trabalho e no meu filho, Yone, o gatinho mais lindo do mundo. confesso que talvez isso tenha sido a maneira que eu encontrei para parar de pensar sobre minha má sorte em relacionamentos.

me arrependo um pouco de não ter tantos amigos, mas por outro lado, confio em todos os que eu tenho de olhos fechados. eu sei que tenho má sorte no amor(e em outras coisas na vida também), mas o que eu posso fazer? eu sou a melhor parceira que eu poderia ter. as vezes eu me decepciono, mas eu sempre sei exatamente o que fazer para consertar tudo. sou uma garota de má sorte em (quase) tudo, mas, uma garota muito sortuda por ter nascido tão única.