The Limbo Series: The Dancer and the Shadow

Chapter One - Dancing with a Witch in a Florest

Phillipe era um falido e desconhecido dançarino. Talento, ele não tinha algum. Mas ainda assim se arriscava e isso o tornava corajoso, mesmo com todos aqueles especialistas e professores de renomadas faculdades de dança falando que ele não tinha chance, ele tentava. Afinal, o que eles poderiam saber?

Phillipe, querendo ou não, só enganava a si mesmo toda vez que dançava. Seu pai dizia que ele dançar deveria ser considerado crime, e que ele deveria ser preso. Sua mãe tinha dó dele, mas não podia negar a falta de talento do filho.

Na verdade, ele era bem medíocre. Seu verdadeiro talento era ser ruim em tudo.

Tudo isso envergonhava e entristecia o rapaz. Ele amava dançar mais do que a si mesmo, mas acima de tudo, Phillipe era ambicioso e egocêntrico. E isso atrapalhava sua "paixão".

Phillipe morava em uma pequena vila no norte da Europa, nessa vila havia uma enorme e densa floresta. Uma lenda local falava de uma velha bruxa que realizava o desejo de qualquer pessoa, em troca apenas de uma simples moeda de ouro. O rapaz desesperado para conseguir a fama através da dança, vai atrás da tal bruxa. Mas ele tinha suas ressalvas, afinal, era apenas uma lenda dentre muitas outras.

Após horas seguindo floresta a dentro pela única trilha, ele avista uma pequena cabana bem escondida nas árvores. Ele se aproxima com cautela e bate na gasta porta de madeira.

- Senhora bruxa?! Vim fazer um desejo.

Disse o rapaz apreensivo. Logo uma rouca, mas clara voz, se manifestou no lado de dentro da casa.

- Só irei realizar seu desejo, se tiver minha moeda de ouro.

- Eu tenho sim! Até mais se precisar...

Uma fresta se abre e era visível apenas um dos olhos da senhora, uma cor tão profunda quanto o azul do oceano. Ela soltou um "Hm" desconfiado e abriu a porta devagar, analisando o rapaz de cima a baixo.

- Pode entrar, e se sente naquela cadeira.

Uma cadeira velha de madeira estava ao lado da lareira, o fogo era a única coisa que iluminava a casa simplista da bruxa. Ela se senta do outro lado da sala também em uma cadeira, ambos os rostos estavam mal iluminados, mas Phillipe sentia o olhar fixo da senhora.

- E então, o que está esperando para falar seu desejo?

- Ah sim, sim!

Phillipe explicou toda a situação para a velha que escutava atentamente, ele até pensou em desistir do desejo, afinal, toda aquela história era apenas contos para crianças. Meras histórias.

- Sua história me comove pequeno homem. Vou lhe ajudar, desde que entenda que todo pedido tem uma consequência. Boa ou ruim.

- Eu não ligo! Só preciso provar para todos que eu posso ser melhor!

A velha ri da cara de Phillipe. Mas ele não entende o motivo.
Entenderia depois.

Ela se aproxima da lareira e retira um ferro que estava esquentando na brasa. Ele deveria estar ali há um tempo, pensou Phillipe, já que a ponta dele estava tão vermelha quanto o fogo.

- Estenda a mão meu jovem.

Apreensivo, e de certo modo sabendo o que ela faria, ele estende a mão e a bruxa coloca o ferro quente no centro da palma da mão dele. Phillipe estava pronto para gritar de dor, mas, não aconteceu nada.

O ferro não queimava sua mão, não fazia nada. Ela desliza o ferro fazendo um símbolo que era desconhecido pelo rapaz, e assim que ela termina, o ferro volta ao fogo e agora o desenho havia sumido de sua mão. Como se nunca estivesse lá.

- O que você fez? - Disse confuso - Não tem nada aqui, como o ferro não me queimou?

- O ferro não te queimou primeiro, porque isso não é ferro. Segundo, porque isso não é fogo. E terceiro! - Disse a bruxa e um tom alto e autoritário - Eu fiz o que você pediu! Quando chegar em casa, aproxime sua mão de sua boca e sussurre...

A velha se aproximou do ouvido de Phillipe, ele sentia a respiração dela em seu pescoço. Era muito desagradável.

- Sombra!

A voz da velha entrou por seus ouvidos e arrepiou até sua alma. O jeito que ela falava era misterioso, isso intrigava Phillipe, mas acima de tudo, ele acreditou na velha bruxa. Não tinha mais esperanças, então ele não teve escolha a não ser, confiar.

- Bom... Se você diz... - Ele engoliu um seco e colocou a mão no bolso pegando a moeda de ouro - Aqui está seu pagamento, obrigado. Eu acho.

Ele se levanta e entrega a moeda. A velha nada fala, apenas o observa sair pela mesma porta pela qual entrou. O vento fecha a porta quase expulsando Phillipe, ele olha pela janela suja da casa e a velha ainda o observava lá de dentro. Outro arrepio percorre sua espinha e ele se vira para seguir a trilha de volta para casa.

O caminho parecia estar mais curto, já que ele levou menos tempo para voltar e ainda estava de dia, já era para estar escuro ou pelo menos escurecendo. Ele não demora para chegar em casa e logo corre até seu quarto se trancando nele.

Sentado em sua cama, ele observava curioso sua mão. Não tinha nada ali, nem mesmo uma pequena marca do ferro.

"Sussurre... Sombra!"

A voz da velha aparece com clareza em sua cabeça. Ela o deixava nervoso, e com medo de certo modo. Apreensivo ele aproxima mão da boca e faz exatamente o que a bruxa disse.

- Sombra...

Assim que ele termina de falar, um símbolo brilha por um instante em sua mão e arranca sua respiração por alguns segundos. Ele sente um peso em seus ombros e um frio repentino, parecia estar cansado, mas alguns segundos atrás, estava bem. Até para se levantar ele teve dificuldade, parecia se algo o puxava para trás.

Ele anda até o grande espelho que tinha na parede de seu quarto, tentaria fazer qualquer passo de dança para ver se a bruxa, era de fato uma bruxa.

Phillipe de fato dançaria melhor a partir de agora. Talvez se tornasse muito famoso, talvez essa fama viesse com dinheiro, luxo, mulheres e homens aos seus pés. Grandes diretores de elenco o convidando para estrelar seus musicais e peças teatrais.

Mas tudo isso viria com um preço, para Phillipe, esse preço era mais alto do que gostaria.