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"Cansei, Diário. Hey Channie hyung, você provavelmente está a ler isto..."

Chan arregalou os olhos, ainda choroso.

"Digo, eu tentei encontrar uma forma de você encontrá-lo, mas bom, se não deu certo, então já não tem como despedir-me."

'Como assim, despedir?' era tudo o que o menino se perguntava.

"Mas bom, eu queria agradecer por todos os nossos bons e maus momentos, pelas risadas e pelos sorrisos que dei graças a si. Queria agradecer pela ajuda que sempre oferecu, pelos conselhos lindos que dava, por tudo. Queria agradecer pelo carinho que proporcionava, pelas piadas que contou, por tudo o que fizemos juntos..."

Abriu um sorisso tristonho, sentindo o seu peito aquecer imenso, além de que seu coração acelerava drásticamente.

"Eu não sei como dizer isto, mas eu amo-o. Não só como um amigo, eu sempre fui apaixonado por si, entretanto era covarde demais para confessar os meus sentimentos."

'Eu também amo-o, Jisung.' Pensou sentindo as lágrimas caírem com mais intensidade. Não fazia mínima ideia do que acontecia mas tudo o que conseguia fazer era chorar enquanto tentava ler o que estava naquela folha.

"Oh, e queria dizer-lhe tchau. Gostei do nosso último abraço, ontem quando trouxe-me para casa. Infelizmente não irá reproduzir-se. Você já deve ter entendido o que eu fiz, e sim, eu sei que foi um ato egoísta... Muito egoísta, e se quiser pode não perdoar-me por isto, mas eu não aguentava mais esta vida. Você foi a pessoa que mais me fez feliz. E talvez nos encontraremos nas nossas vidas futuras, 'uh? O que acha? Beijos do seu esquilinho, hyung."

Era tarde demais.

Chan entendeu que Jisung havia cometido suicídio e que não havia volta atrás.

E bem, se fossem encontrar-se em outra vida, que fosse o mais cedo possível.

Chan levantou-se da sua cama, lágrimas escorrendo pelo rosto incessantemente e foi até ao um armário, onde pegou uma caixinha.

Olhou no espelho, passavam pela sua mente todos os momentos que teve com o menor. Novamente sorriu mesmo que estivesse morrendo de dor. Não era dor física, era pior, dor sentimental. "Obrigado, Han." ditou como se o outro estivesse no local antes de pegar uma mão cheia de pílulas aleatórias que estavam na caixinha.

Essa era a sua decisão, não conseguia imaginar um mundo sem o pequeno, nem queria fazê-lo, então decidiu que se não tinha Jisung, não tinha Chan.

É isso, sem Jisung, sem Chan.

Se o seu bebêzinho queria ter outra vida, ele queria uma também, queria o encontrar o mais rapidamente possível nela. Com lágrimas descendo como chuva cai na terra, ele tomou as pílulas todas de uma só vez, com dificuldade.

Desabou e chorou mais intensamente ainda. Após um tempo a sua visão começou a ficar embaciada e o seu corpo enfraqueceu repentinamente o que o fez cair de joelhos no chão. Nesse momento já não tinha forças nem para chorar, então apenas deixou o seu corpo colidir com o chão gélido.

Ele sentiu dor, mas dessa vez, a dor era física, o que para ele, era bem mais leve do que dor emocional. Nesse momento ele havia esquecido seus problemas, sentiu o peso que estava em suas costas o abandonar rapidamente, mesmo que ele não conseguisse raciocinar corretamente. Sua tristeza evaporou, agora ele entendia porquê de Jisung ter feito isso.

Ele só queria poder abraçar o outro mais uma vez, ou beijá-lo como nunca teve coragem de fazer, queria sentir seu calor, mas não, não tinha como fazer tal coisa.

Apesar disso, sentiu uma mínima felicidade em pensar no menino que tanto amava e quando pressentiu que não iria aguentar muito mais escolheu suas últimas palavras:

"Amor, vemo-nos na nossa próxima vida."

E tudo apagou.
🃏 𝙴𝚗𝚍𝚒𝚗𝚐.

N/a: NÃO ME MATEM! Lembro-vos que tem um final alternativo no livro "Phobia". Caso tenham ficado tristes demais com este final e não aguentarem a tristeza passem lá. :(

EU FUI RELER ISTO, QUE HORROR AKKAKAKAKAKK plmds que pena de mim---
Aproveitar e anunciar que 'slump' foi a música que mais ouvi em 2020, segundo o spotify--- eu era uma pessoa bem deprimida- que deus elimine esse eu passado

slump.Onde histórias criam vida. Descubra agora