Era mais um dia de consulta na neurológia, mais uma bateria de exames que eu teria que fazer mesmo tendo uma noção dos resultados, depois de ser diagnosticada como uma má formação congênita cerebral ano passado e passar por uma cirurgia de emergência, já virou rotina as minhas idas e vindas do hospital.
— Mai. – Ouço meu noivo me chamar.
— Sí, amor.
— Está tudo bem?.
— Sí, porque?
— Estou te achando muito calada e quieta, você não é geralmente.
— Não é nada demais, amor.
Ele apenas concorda e volta a prestar atenção no trânsito. Os cuidados e preocupações dele por mim se multiplicaram desde o diagnóstico, segundo a médica eu não devia fazer esforço físico pesados nem carrega muito peso e evitar cair para não ocorrer de bater a cabeça, pois isso poderia agravar minha condições ou até mesmo piorar num ponto que seria fatal.
Começo a cantarolar uma música que eu escrevi há uns dias atrás, e que preciso terminar ela até o prazo que os produtores pediram. Ouço a voz de Christian juntamente da minha e a música fica mais linda ainda. Paramos de cantar quando chegamos na frente do hospital neurológico, respiro fundo antes de sair do carro, segurando a mão do meu noivo adentramos no hospital e fomos até a recepcionista que nos recebe com um sorriso.
— Buenos Dìas, no que posso ajudar vocês?.
— Buenos Dias, vim para uma consulta com a Dr. Fernández – Lhe respondo nervosamente.
— Seu nome Senhorita, por favor. – Me pede.
Percebendo meu nervosismo, Christian se prontifica a responder a recepcionista.
— Maite Perroni. – Ele fala para ela.
— Consultório 3, a senhorita é a quinta paciente.
— Gracías. – Lhe agradeço.
Desencostamos do balcão e caminhamos na direção do corredor hospitalar, paramos em frente ao consultório, sentamos nas duas cadeiras vazias que tinha enquanto esperamos chegar minha vez.
De umas semanas para cá, eu voltei a ter tontura e enjoos, logo me amedrontei, pois ano passado foi assim que descobri a doença no cérebro, o medo de eu ter uma recaída e ter que passar por outra cirurgia me apavora, foi o pior início de ano que tive, ficar quase uma semana na UTI tendo alucinações por causa que a anestesia estava perdendo efeito e as imagens na minha cabeça estava voltando ao normal, me confundia muito, eu via, ouvia e sentia o cheiro de coisas que não existia, eram tudo alucinações, foi horrível.
— Amor, tudo bem? — Christian me pergunta preocupado com meu silêncio.
— Só estou um pouco nervosa, e se eu estiver tendo uma recaída,amor. Não quero passar por aquilo novamente. — Falo tentando segurar o choro de medo.
Ele pega em minhas mãos e perta firmemente levantando elas e beijando em seguida. Fecho os olhos com esse carinho dele, Christian foi a melhor coisa que apareceu na minha vida, ele tem sido o meu suporte nos dias de crise. Não sei o que seria de mim sem ele.
— Vai dar tudo certo amor, vou estar ao seu lado sempre.
Tento normalizar minha respiração, mas quando meu nome é mencionado dentro do consultório o nervoso volta. Ao me sentar na cadeira branca que está na frente da mesa da médica, puxo a respiração e levanto a cabeça para olhar ao redor. Nada mudou desde a última vez que estive aqui. Paro minha inspeção ao ouvir a voz da Dr. Fernandez.
— Senhorita Maite, qual o motivo do seu retorno tão repentino ao meu consultório? – Me pergunta gentilmente.
— Tens uns dias que voltei a ter tonturas e enjoos, fiquei muito amendontrada de ser uma recaída e as artérias no meu cérebro estar se rompendo e isso ter ocasionando esses sintomas. — Falei em um fôlego só.
— Hum, mais algum sintoma que você possa ter tido? — Me perguntou enquanto digitava algo no computador.
Tento buscar na memória qualquer outro sintomas, mas além dos que eu mencionei a ela, os outros já são rotineiros para mim, como muito sono e mudanças no apetite.
— Não lembro de mais nenhum Doutora. — Lhe respondo.
— Amor, você esqueceu de mencionar as mudanças de apetite e sono excessivo. — Christian menciona.
— Mas isso é normal para mim Amor, sempre fui mais sonolenta e de bom apetite. — Friso para ele.
Volto a olhar para a médica que enquanto conversava com o meu noivo, só digitava.
— Quero que você faça alguns exames de rotina Maite, só de precaução. —Fala enquanto imprimi os papéis e me estende eles — Solicitei exames de sangue, tomografia computadorizada, angiografia e uma ressonância magnética cerebral. O primeiro é só para eu descartar possíveis infecções e poderá fazer assim que sair do consultório, o resultado sai amanhã de manhã no site, os outros só irei marcar após ver o de sangue. Tem alguma dúvida? — Me pergunta após falar tudo.
— Nenhum Doutora, muito obrigada por estar me acompanhando.
— Esse é o meu dever Maite, mas desde o momento em que você deu entrada nesse hospital ano passado, criei uma simpatia por você. — Fala sorrindo para mim.
Não consigo falar, pois fico muito emocionada com o que ela falou.
Nos despedimos dela saindo do consultório e logo fomos para outra sala onde terá que ser retirado um pouco do meu sangue, não sou muito fã de agulhas, mas por causa do meu problema tenho que passar por isso, assim que o técnico de enfermagem termina, saio de lá com um algodão no braço segurando em Chris, pois estou um pouco fraca, pegamos o papel com o acesso ao site onde o resultado sairá e caminhos para o estacionamento na direção do carro.
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Assim que chegamos em casa, logo me encaminho para o quarto, estou muito cansada e exausta, deito do jeito que cheguei e não demoro muito para adormecer. Tomara que amanhã seja bem menos cansativo.
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(950 Palavras)
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Surprise On Paper
FanfictionMaite foi diagnosticada com uma má formação congênita cerebral, após uma cirurgia de emergência, ela se vê indo e vindo do hospital para acompanhamento neurológico. A caminho do que seria para ela mais um dia de vários exames, ela acaba tendo uma su...